RESUMO
OBJETIVOS: Revisar as complicações renais e cardiovasculares da prematuridade no longo prazo, alertar o pediatra para cuidados de prevenção e sugerir abordagem de seguimento dos prematuros.
MÉTODOS: Revisão não sistemática da literatura utilizando bases de dados National Library of Medicine, US National Library of Medicine, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e Scientific Electronic Library Online cobrindo o período de 2010 a 2021. Selecionados artigos em língua inglesa abordando prematuridade, baixo peso de nascimento, crescimento intrauterino restrito e a associação com doença cardiovascular e renal e que propunham estratégias de seguimento. Excluíram-se editoriais, cartas ao editor e artigos não disponíveis na íntegra.
RESULTADOS: A incidência de prematuridade aumentou nas últimas décadas, variando entre 5% e 14%, com consequente elevação das doenças crônicas relacionadas a essa situação. O número incompleto e imaturo de néfrons dos prematuros é decorrente da falta de completude da nefrogênese, que ocorre em torno das 36 semanas de gestação. O déficit de néfrons suscita uma adaptação hemodinâmica para atingir as demandas de excreção urinária. Esse processo pode ser responsável por hipertensão glomerular, hipertrofia dos néfrons remanescentes e consequente injúria renal. Fatores como baixo peso ao nascer, crescimento intrauterino restrito e prematuridade contribuem para aumento global na prevalência de doença renal, hipertensão arterial sistêmica e síndrome metabólica.
CONCLUSÕES: Crianças com histórico de prematuridade, baixo peso e crescimento intrauterino restrito devem ter pressão arterial e função renal monitoradas durante o seguimento pediátrico, com encaminhamento ao nefrologista pediatra quando detectados desvios da normalidade.
Palavras-chave: Recém-nascido prematuro, Recém-nascido de baixo peso, Hipertensão, Insuficiência renal crônica.