Transtornos de tique
Tic Disorders
Transtornos de tique
Mariana Richartz Schwind; Sérgio Antonio Antoniuk; Simone Carreiro Vieira Karuta
Resid Pediatr. 2018;8(Supl.1):79-85 - Artigo Original - DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-13
OBJETIVO: Este artigo tem como objetivo discutir os Transtornos de Tique na infância e adolescência. MÉTODO: Revisão não sistemática da literatura atual, com foco em critérios diagnósticos, epidemiologia, apresentação clínica, fisiopatologia, fatores etiológicos, comorbidades, diagnóstico diferencial, investigação e tratamento. RESULTADOS: As principais categorias dos Transtornos de Tique são o Transtorno de Tourette, o Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistente e o Transtorno de Tique Transitório, sendo este último o mais prevalente. A apresentação clínica envolve diferentes manifestações (motoras e vocais), que podem ser simples ou complexas e que cursam com modificação ao longo do tempo. Há flutuação nos sintomas, com períodos de maior e menor intensidade e frequência, sendo que fatores ambientais exercem influência nesse processo. São caraterísticas importantes a sugestionabilidade, a capacidade de supressão e a presença de sensações premonitórias. A fisiopatologia envolve os circuitos córtico-estriado-tálamo-corticais e entende-se que há um forte componente genético relacionado. Comorbidades neuropsiquiátricas ocorrem na maioria dos pacientes, com destaque para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e Transtorno Obsessivo Compulsivo. O diagnóstico é clínico e uma investigação adequada deve ser realizada para exclusão de causas secundárias de alteração de movimento. O tratamento envolve psicoeducação, terapia comportamental e psicofármacos. Para os casos refratários, a estimulação cerebral profunda pode ser considerada. CONCLUSÃO: Os Transtornos de Tique vêm sendo bastante estudados na atualidade, com novas evidências na literatura. O presente artigo, assim, pode propiciar uma visão atualizada sobre o tema.