Casos de Chikungunya por transmissão vertical em um hospital universitário no 1º semestre de 2016
Cases of Chikungunya virus infecton by vertical transmission in a university hospital in the first half of 2016
Casos de Chikungunya por transmissão vertical em um hospital universitário no 1º semestre de 2016
Marcelo Candido de Andrade Leitão; Nívia Maria R. Arrais; Fabiana A. Filgueira; Mylena T. A. L. Bezerra; Anna Christina do N. Granjeiro Barreto; Josélio M. G. de Araújo
Resid Pediatr. 2019;9(2):111-114 - Artigo Original - DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n2-05
A transmissão vertical do vírus da Chikungunya tem mecanismo ainda pouco conhecido, vem aumentando cada surto de arboviroses, sendo causa de manifestações clínicas nos recém-nascidos filhos de mães que tiveram a Chikungunya no periparto. OBJETIVO: relatar cinco casos de transmissão vertical de Chikungunya e descrever suas manifestações clínicas. MÉTODO: Um estudo descritivo retrospectivo, baseado em análise de prontuários de bebês com manifestações que pudessem ser atribuídas à Chikungunya, cujas mães tiveram suspeita da doença no periparto. Foi realizada a Reação de Transcriptase Reversa, seguida por Reação de Polimerase em Cadeia - PCR-RT para pesquisa de Chikungunya no sangue e líquor dos bebês. Foram pesquisados dez pacientes e constatou-se que cinco com PCR-RT positivo para Chikungunya. RESULTADOS: O período da manifestação da doença materna variou de dias antes do parto até o dia do nascimento dos bebês. Dois bebês tiveram líquor positivo e um destes apresentou quadro de encefalite; três tiveram PCR-RT positivo no sangue periférico. Todos os bebês eram termo, do sexo masculino. Dois tiveram alguma alteração articular, como eritema/edema e subluxação do quadril. Três tiveram febre. Um teve hiperpigmentação cutânea e convulsão, dois apresentaram irritabilidade. Dois tiveram lesões bolhosas em todo o corpo. Três bebês tiveram trombocitopenia e dois alterações na ultrassonografia transfontanela. CONCLUSÃO: Ainda há poucos relatos de casos de Chikungunya perinatal no Brasil. É importante que o pediatra fique atento à história materna para suspeitar desse diagnóstico frente aos sintomas inespecíficos no bebê.