RESUMO
INTRODUÇÃO: Os acidentes acantotóxicos causados por arraias são bem descritos no Brasil. São mais comuns na região Norte, em especial nos meses de junho a agosto, devido à temporada de praias de rio e maior contato com rios, represas e lagos de água doce: habitat natural dessas espécies. Têm caráter inflamatório intenso e também necrosante tardio, sendo o veneno composto por polipeptídeos com propriedades termolábeis. Não existe antiveneno para esses casos no Brasil. O tratamento baseia-se em controle de sintomas e prevenção de infecção secundária, com vigilância para efeitos tardios do veneno.
OBJETIVOS: Discutir a conduta emergencial e acompanhamento médico de um caso de acidente acantotóxico com paciente pediátrico e descrever as peculiaridades envolvidas nesse tipo de acidente.
MÉTODOS: Relato de caso de uma criança de 9 anos, do sexo masculino, admitido em um serviço de emergência pediátrico de hospital escola do Distrito Federal, com antecedente de ferimento por arraia de água doce, quadro clínico compatível com celulite e evolução arrastada.
RESULTADOS: Evolução lenta para os padrões habituais de celulite, com necessidade de troca de antibióticos e sinais tardios de uma possível formação necrótica.
CONCLUSÃO: A abordagem da celulite foi redirecionada por conta do fator etiológico relacionado ao acidente acantotóxico, sendo necessário ampliar o espectro para cobrir bactérias gram-negativas e anaeróbias. Permitiu-se então a resolução e prevenção de complicações mais graves, como a necrose tardia.
Palavras-chave: Pediatria, Celulite, Venenos de Peixe, Acidentes.