RESUMO
OBJETIVOS: Realizar uma revisão de literatura a fim de caracterizar a epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e manejo da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), avaliar impacto econômico e diferenciar a SIM-P da doença de Kawasaki e síndrome do choque tóxico.
MÉTODOS: Revisão realizada em duas etapas: uma revisão da literatura através da plataforma PubMed e uma pesquisa de documentos de órgãos oficiais. Foram selecionados 10 artigos contendo informações sobre epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico, avaliações complementares, critérios diagnósticos, manejo clínico e/ou desfecho da SIM-P. Foram excluídos artigos duplicados, com enfoque em pacientes adultos, que não incluem descrição das alterações e abordagem da SIM-P.
RESULTADOS: A média de idade variou entre 8,5 e 12 anos; sexo masculino foi o mais acometido; maioria da amostra possuía sorologia positiva para COVID-19; maioria internou em UTI; baixa mortalidade. Não há fisiopatologia bem definida até o momento. Os principais sintomas foram febre, sintomas gastrointestinais, rash cutâneo e conjuntivite. As disfunções predominantes foram choque e insuficiência respiratória. Laboratorialmente, houve aumento de marcadores inflamatórios, procalcitonina, IL-6, troponina e pró-BNP. Os tratamentos mais utilizados foram: suporte ventilatório, drogas vasoativas, imunoglobulina e corticosteroides.
CONCLUSÃO: Este estudo permitiu melhor compreensão sobre a SIM-P, apesar da falta de estudos que englobam o assunto. Foi possível a caracterização de um perfil epidemiológico, clínico, laboratorial e diagnóstico. O tratamento da doença ainda não possui protocolos definidos, porém, ele se mostrou semelhante na maioria dos estudos. Por conseguinte, é necessário o desenvolvimento de novos estudos e protocolos para melhor entendimento e abordagem da SIM-P.
Palavras-chave:
Síndrome de Linfonodos Mucocutâneos, Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica, Infecções por Coronavírus.
ABSTRACT
OBJECTIVES: This literature review describes the epidemiology, pathophysiology, diagnosis, and management of multisystem inflammatory syndrome in children (MIS-C), assesses economic impacts, and differentiates MIS-C from Kawasaki disease and toxic shock syndrome.
METHODS: It was performed in two stages: a search for articles on PubMed followed by a search for documents from government agencies. Ten articles containing information on the epidemiology, pathophysiology, signs and symptoms, complementary evaluations, diagnostic criteria, clinical management and/or outcomes of MIS-C were selected. Duplicate articles, papers focusing on adult patients, publications that did not include description of changes and approach to MIS-C were excluded.
RESULTS: Patient mean age ranged from 8.5 to 12 years; male gender was the most affected; most of the sample had positive serology for COVID-19; males accounted for the majority of the cases; most patients tested positive for COVID-19; most patients were admitted to an intensive care unit; mortality was low. Pathophysiology of the disease has not been clearly defined yet. The main symptoms were fever, gastrointestinal symptoms, skin rash, and conjunctivitis. The predominant dysfunctions were shock and respiratory failure. Laboratory tests showed increases in inflammatory markers, procalcitonin, IL-6, troponin, and pro-BNP. The most used treatments were ventilatory support, vasoactive drugs, immunoglobulin, and corticosteroids.
CONCLUSIONS: This article allowed a better understanding of MIS-C, despite the lack of studies covering the subject. It described an epidemiological, clinical, workup, and diagnostic profile of the condition. The treatment of the disease still lacks a definitive protocol, although therapies described in most studies were similar. Therefore, further studies and protocols are needed to better understand and treat MIS-C.
Keywords:
Mucocutaneous Lymph, Node Syndrome, Intensive Care Units Pediatric, Coronavirus Infections.