ISSN-Online: 2236-6814

https://doi.org/10.25060/residpediatr



Artigo de Revisao - Ano 2022 - Volume 12 - Número 4

Os impactos da pandemia da COVID-19 na saúde de crianças e adolescentes: Uma revisão de literatura

The Impacts of the Covid-19 Pandemic on Child and Adolescent Health: A Literature Review

RESUMO

OBJETIVOS: Descrever os principais impactos da inatividade física, do aumento do tempo de tela e da violência infantil no desenvolvimento psíquico e cognitivo da população pediátrica favorecidos pelas mudanças de hábitos durante a pandemia da COVID-19.
MÉTODOS: Foi realizada uma revisão narrativa de literatura com publicações entre 2018 e 2021 a partir de pesquisa de materiais nas bases de dados U.S National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), utilizando os descritores “Child Behavior”; “Screen time”; “Covid-19”; “Sedentary behavior” e “Domestic Violence”.
RESULTADOS: Foi observada a intensificação do uso de dispositivos eletrônicos, aumento nos índices de violência infantil e na inatividade física por parte das crianças durante a pandemia da COVID-19.
CONCLUSÃO: O isolamento social decorrente da pandemia COVID-19 resultou no agravamento de problemas já existentes na população pediátrica, como maior tempo de tela, sedentarismo e violência infantil.

Palavras-chave: Comportamento Infantil, Comportamento Sedentário, Violência Doméstica, COVID-19, Tempo de Tela.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To describe the main impacts of sedentarism, increased screen time, and child abuse on the psychic and cognitive development of the pediatric population enabled by changes in habits occurred during the Covid-19 pandemic.
METHOD: This narrative literature review included publications from 2018 to 2021 available in the U.S National Library of Medicine (PubMed) and Scientific Electronic Library Online (SciELO) using keywords “Child Behavior”; “Screen time”; “Covid-19”; “Sedentary behavior” and “Domestic Violence”.
RESULTS: Increased use of electronic devices, increased rates of child abuse, and increased sedentarism were observed among children during the Covid-19 pandemic.
CONCLUSION: Social isolation caused by the Covid-19 pandemic resulted in the aggravation of existing issues in the pediatric population, such as increased screen time, sedentarism, and abuse.

Keywords: Child Behavior, Sedentary Behavior, Domestic Violence, COVID-19, Screen Time.


INTRODUÇÃO

O SARS-CoV-2, vírus responsável pela COVID-19, tem provocado quadros infecciosos mais comumente leves em crianças e adolescentes, sendo rara a ocorrência de casos graves. No Brasil, a letalidade pela COVID-19 nesse público foi de 0,62% até março de 20211. Por outro lado, o aumento do tempo de tela diário - decorrente, sobretudo, de mudanças nas formas de ensino e lazer provocadas pela pandemia - somado ao aumento da inatividade física presente no período em questão pode influenciar diretamente no desenvolvimento cognitivo da criança2. Nesse contexto, estudos recentes demonstraram prejuízos estruturais à massa cerebral resultantes do uso excessivo de dispositivos digitais em crianças3. Além disso, tem sido mostrada uma relação entre o uso de telas e o agravamento de quadros pediátricos de ansiedade e depressão, bem como elevação das taxas de obesidade infantil4.

Para reduzir a disseminação do COVID-19, o isolamento social foi uma medida universalmente recomendada. Dessa forma, diversos governantes brasileiros publicaram documentos decretando o fechamento de praças públicas, centros esportivos, clubes e escolas, o que resultou em uma elevação significativa no sedentarismo infantil5. Logo, as crianças e adolescentes passaram a permanecer mais tempo sentadas em atividades ociosas, além de serem submetidas ao ensino acadêmico remoto que, majoritariamente, ocorreu de forma virtual2.

Várias evidências apontam que crises e desastres naturais podem aumentar casos de violência infantil, como demonstrado em um surto de ebola ocorrido na Libéria, onde houve aumento de agressões verbais e físicas pelos pais contra crianças e adolescentes6. Em outubro de 2020, a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) alertava para o risco de aumento da violência doméstica contra crianças e orientava os profissionais de saúde para a importância de prevenção e coleta de dados sobre essa situação7. Nesse contexto, é válido estudar os efeitos da pandemia da COVID-19 na problemática da violência infantil. Ademais, os impactos imediatos do isolamento social no desenvolvimento infantil devem ser avaliados de modo a evidenciar possíveis prejuízos. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é descrever os principais impactos da inatividade física, do aumento do tempo de tela e da violência infantil no desenvolvimento psíquico e cognitivo da população pediátrica favorecidos pelas mudanças de hábitos durante a pandemia da COVID-19.


MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa de literatura. Para realização deste trabalho, foi realizada busca manual em periódicos, em publicações de órgãos nacionais e internacionais de grande impacto, entre os quais de destacam-se: Organização Mundial da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria, e busca automática em bases de dados internacionais tais como: U.S National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Para a busca, foram utilizados os seguintes termos presentes no Descritores em Ciência de Saúde (DECS): “ChildBehavior”; “Screen time”; “Covid-19”; “Sedentary behavior” e “Domestic Violence”. Foram selecionadas 30 publicações, dentre elas estudos randomizados, revisões sistemáticas, estudos prospectivos e outras publicações dos órgãos supracitados, publicados entre os anos de 2018 e 2021.

Os critérios de inclusão utilizados como base foram trabalhos que estivessem no idioma inglês, português ou espanhol e possuíssem relevância ao estudo abordado. Os critérios de exclusão foram trabalhos em idiomas diferentes aos supracitados ou que não abordassem a temática em questão. A revisão e inclusão das publicações no estudo foi realizada por todos os autores, que concordaram na aceitação dos mesmos.


RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os impactos do isolamento social repercutem em diversos âmbitos da esfera coletiva e individual. Todavia, essa problemática agravou-se ainda mais nos últimos três anos, haja vista o cenário resultante da pandemia da COVID-19, na qual o distanciamento social foi uma medida de controle indispensável8. Logo, mensurar os efeitos dessa realidade sobre crianças e adolescentes é uma tarefa complexa, uma vez que se trata de um período crítico para o desenvolvimento neuropsicomotor, especialmente nos primeiros anos de vida2,9.

Crianças e adolescentes que utilizam grande parte do tempo em aparelhos digitais costumam desenvolver ausência de foco e comprometimento de desempenho acadêmico, situação intensificada, em parte, pela pandemia da COVID-193,10. Nessa perspectiva, observou-se que o uso excessivo desses dispositivos está associado a uma diminuição da inteligência verbal e a um menor aumento na relação substância cinzenta/substância branca cerebral em crianças ao longo do tempo11. Ademais, foi evidenciado que o estilo de vida com maior tempo de tela para lazer trouxe repercussões estruturais encefálicas de modo a resultar em menor quantidade de substância cinzenta em seis regiões cerebrais diferentes3.

Em função disso, o significado clínico dessas modificações e a sua exata correlação com o uso de dispositivos eletrônicos têm sido alvo de uma série de estudos. Tais alterações podem causar defasagens funcionais em processos visuais, no estado de atenção, na memória verbal e até mesmo na velocidade de raciocínio do indivíduo12,13. Logo, é razoável especular que as consequências dessas alterações possam comprometer a capacidade cognitiva e o desempenho profissional do indivíduo em fases futuras da vida, o que torna necessário mais estudos que avaliem essa possível relação.

No que tange à esfera psíquica, o processo de isolamento social, a inatividade física intensificada por este e os efeitos inerentes ao uso excessivo de telas podem contribuir para desordens psiquiátricas, como ansiedade, depressão e uma série de outras, sobretudo em indivíduos que já possuem um distúrbio mental de base4,14-16. Além disso, a incerteza gerada pelo contexto pandêmico - especialmente pelo caráter abrupto com a qual se instalou - pode causar nas crianças e nos adolescentes sentimentos de raiva, irritabilidade e aborrecimento16.

Ademais, utilizando-se da subescala de compreensão verbal do Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC) - que estima memória de trabalho, velocidade de processamento e raciocínio verbal e perceptivo - foi evidenciado que indivíduos com convívio social normal apresentaram pontuações mais altas aos 8 anos de idade comparadas a crianças em isolamento12,13. Somado a isso, vale reforçar que situações de isolamento durante a infância, especialmente em faixas etárias mais baixas, prejudicam o aprendizado de habilidades linguísticas, como como fala, leitura e escrita, o que compromete o desempenho escolar e o processo de socialização do indivíduo13.

No cenário pandêmico, foi demonstrado aumento expressivo do consumo de alimentos não saudáveis17,18. Desse modo, o impacto desses fatores sobre aspectos físicos, como sobrepeso e obesidade, é também uma preocupação importante5,19. Um estudo norte-americano demonstrou que as restrições impostas pela pandemia da COVID-19 fizeram com que muitas crianças e adolescentes não atingissem os respectivos níveis recomendados de atividade física20,21.

Segundo os pais, foi notório o aumento no comportamento sedentário dos filhos desde o início da pandemia, sendo questionado o potencial de tais mudanças se tornarem permanentes e, consequentemente, impactarem no estado de saúde futuro desses indivíduos20. Ainda, sabe-se que a inatividade física e o estresse, em parte intensificados pela pandemia em questão, são fatores que causam importante comprometimento do bem-estar psicossocial de crianças e adolescentes, o que pode acarretar prejuízos na saúde mental20,22. A partir disso, é preciso considerar as possíveis repercussões metabólicas e psíquicas resultantes do excesso de massa corporal e do sedentarismo23,24.

É indiscutível que os efeitos proporcionados pela COVID-19 têm sido catastróficos em níveis sociais, econômicos e políticos. Uma pesquisa concluiu que todas as formas de abuso infantil se tornam mais frequentes em épocas de férias, feriados e desastres naturais, ou seja, circunstâncias que obrigam crianças a passar mais tempo com seus familiares25. Logo, o distanciamento social decorrente da pandemia da COVID-19 apresentou-se como um fator associado ao aumento da violência infantil25,26.

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) alerta que, em nosso país, 81% dos casos de violência infantil no primeiro semestre de 2021 ocorreram dentro do ambiente familiar causados por pais e cuidadores26. Desse modo, jovens e crianças que vivem com seus agressores estarão mais expostos à crueldade durante as medidas de isolamento social criadas para contenção da pandemia do novo coronavírus27-30. Vale destacar que muitos casos de violência contra crianças e adolescentes são identificados e notificados por profissionais do ambiente escolar, atitude prejudicada devido ao fechamento das escolas em razão de medidas protetivas contra a COVID-196. Nesse sentido, os profissionais de saúde, especialmente pediatras, devem estar atentos a esse risco e considerar todos os impactos negativos desse processo sobre a saúde física e mental da criança.


CONCLUSÃO

Conclui-se que o isolamento social inerente à pandemia da COVID-19 aumentou significativamente o tempo de tela e o sedentarismo por parte da população pediátrica, assim como o risco de violência infantil. Tais achados têm sido associados a diversos danos físicos, psicológicos e sociais. Além disso, foi evidenciado importante comprometimento cognitivo, especialmente no que se refere a raciocínio, memória de trabalho, processamento de informações, habilidades linguísticas e de socialização. Desse modo, são necessários mais estudos para investigar os efeitos dessas questões a longo prazo.


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1. Fundação Universidade de Itaúna, Medicina - Itaúna - Minas Gerais - Brasil
2. Centro Universitário de Belo Horizonte, Medicina - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

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Rachel Pimentel Romano Silveira
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Data de Submissão: 15/12/2021
Data de Aprovação: 19/09/2022