RESUMO
Relato da evolução de índices antropométricos de uma criança obesa da fase pré-escolar até o fim da puberdade. Trata-se de um menino de 4 anos com ganho de peso desde o primeiro ano de vida, devido à alimentação rica em carboidratos e produtos industrializados, associado à inatividade física e antecedente de obesidade familiar. Inicialmente com índice de massa corporal (IMC) em escore-Z +7,36 e estatura acima do canal familiar. Após orientações quanto a mudanças do estilo de vida, atingiu aos 7 anos o menor escore-Z de IMC, quando ocorreu desaceleração da velocidade de crescimento. Foram afastadas outras causas de retardo do crescimento e feita hipótese de parada de crescimento secundária à perda de peso ou recanalização da curva de crescimento em resposta ao tratamento da obesidade exógena. Na evolução ele voltou a ganhar peso, com queda de estatura, mantendo-se dentro do canal familiar. Quando iniciou a puberdade, apresentou queda progressiva do escore-Z de IMC e aumento da velocidade de crescimento. Aos 17 anos, atingiu IMC e estatura dentro da normalidade e do canal familiar. Durante o acompanhamento, foi reforçada a importância da alimentação saudável e da realização de atividade física. Não foi utilizado qualquer medicamento e não foram encontradas alterações nos exames físico e complementares. A perda de peso em crianças com obesidade e alta estatura para o seu canal familiar pode levar à diminuição da velocidade de crescimento quando secundária à mudança para hábitos alimentares saudáveis e aumento da atividade física, porém sem comprometer a altura final.
Palavras-chave: Obesidade pediátrica, Crescimento, Manejo da obesidade.