ISSN-Online: 2236-6814

https://doi.org/10.25060/residpediatr



Editorial - Ano 2015 - Volume 5 - Número 2

A pesquisa que gera publicações na área de saúde infantil

A pesquisa que gera publicações na área de saúde infantil


O interesse da Residência Pediátrica pelas publicações que envolvam pesquisa com crianças e jovens e a procura da revista por jovens autores vem se firmando com o passar do tempo, o que faz com que os artigos originais venham aumentando paulatinamente. As dificuldades e barreiras pessoais ou institucionais muitas vezes limitam a produção científica do médico recém-formado, o acabam desviando para outras atividades mais práticas e imediatas. Embora muitos programas de residência pediátrica venham instituindo e valorizando os trabalhos de conclusão de curso (TCC) e o fazem com apurada qualidade, com bancas examinadoras e grande rigor científico, ainda há um caminho a ser percorrido para que o TCC do residente venha a se transformar num artigo publicável. Vemos que a oportunidade de se fazer o TCC sob a forma de um artigo científico (seja artigo original ou relato de caso) seria única para estimular as publicações em revistas como a RP. Seriam artigos objetivos, diretos e simples, de interesse para novos residentes e mesmo pediatras experientes. Essas publicações, em geral, propiciam a rápida revisão do tema ou expõem a dificuldade diagnóstica ou do manejo de um caso clínico e nos trazem lições para nossa vida profissional.

Publicações e pesquisa encontram-se associadas pela mesma raiz. Neste sentido, gostaríamos de chamar a atenção para uma publicação recente da Nuffield Council of Bioethics sobre pesquisa em crianças e jovens. Quem se interessa por artigos científicos na área pediátrica tem neste documento uma oportunidade de se atualizar em Bioética de forma bem comunicativa. As barreiras encontradas por quem pesquisa nessa área são inúmeras, pois a investigação com crianças e jovens muitas vezes é vista equivocadamente como testes em pessoas indefesas e que devem ser protegidas e a respeito dos quais nem se precisa perguntar nada, apenas preservá-los de qualquer experimento em seu corpo, por mínimo que seja. Também na área social ou psicológica as pesquisas são vistas de modo reticente e até com desconfiança.

O documento Participação de crianças e jovens em investigação clínica: como fazê-lo corretamente (em inglês e espanhol) abre perspectivas de debate nesse campo. Crianças e jovens muitas vezes têm capacidade de opinar e decidir o que gostariam de melhorar no tratamento de certas doenças. Têm anseio de que novas técnicas de diagnóstico e de tratamento possam lhes trazer benefícios, alívios e conforto. Estes eventuais benefícios nem sempre são conhecidos pelos adultos seus responsáveis, que se arrogam o direito de pensar e decidir - em segunda mão - pelas crianças e jovens. Como envolver crianças e jovens a participar de pesquisas, quais a prioridades em investigação, como fazer que a investigação faça parte da atenção na área de saúde e outros temas são discutidos em textos breves e claros. A boa pesquisa se traduz em bons artigos. Ao lermos um artigo, sabemos quase sempre se a pesquisa foi conduzida adequadamente, dentro dos princípios éticos e, por conseguinte, se esta leitura nos dá credibilidade em seus resultados.

Recomendamos a leitura na íntegra do documento:

http://nuffieldbioethics.org/project/children-research/

Recomendamos a reflexão desse documento a todos os envolvidos diretamente com a saúde infantil.










Editor científico