ISSN-Online: 2236-6814

https://doi.org/10.25060/residpediatr



Artigo de Revisao - Ano 2023 - Volume 13 - Número 4

Fatores medicamentosos que influenciam na produção de leite materno

Factors medicated that influence the production of breast milk

RESUMO

INTRODUÇÃO: Diversos fatores podem afetar a produção de leite materno, dentre eles a própria dificuldade em amamentar, a redução de ocitocina por estresse e o uso de medicamentos. No presente estudo, foi realizada uma revisão sistemática sobre o assunto, através de bases de dados do PubMed, SciELO e LILACS.
OBJETIVO: Avaliar os fatores medicamentosos que influenciam na produção de leite materno.
DISCUSSÃO: Medicamentos como os galactogogos e os inibidores da lactação interferem aumentando ou reduzindo os volumes de leite produzidos pelas mães.
CONCLUSÃO: Medicamentos como a metoclopramida, a sulpirida e a domperidona são galactogogos, ou seja, aumentam a produção de leite. Dentre os medicamentos que podem inibir a lactação, destaca-se a pseudoefedrina. Entretanto mais estudos são necessários para avaliar a real segurança do uso de medicamentos durante a amamentação.

Palavras-chave: Aleitamento materno, Lactação, Transtornos da lactação, Tratamento farmacológico Desmame.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Several factors may affect the production of breast milk - among them, the difficulty in breastfeeding per se, the reduction of oxytocin due to stress, and the use of medication. In this study, a systematic review of the subject has been made through the use of the following databases: PubMed, Scielo, and LILACS.
OBJECTIVE: To evaluate the factors medicated that influence breas tmilk production.
DISCUSSION: Medications such as galactagogues and lactation inhibitors interfere in the process - either increasing or decreasing the volume of milk produced by the mothers.
CONCLUSÃO: On the other hand, medications like metoclopramide, sulpiride, and domperidone are galactagogues, that is, they increase milk production. Among the medications that may inhibit lactation, pseudoephedrine stands out. However, further studies are necessary to evaluate the actual safety of mothers use of medication while breastfeeding.

Keywords: Breast Feeding, Lactation, Lactation Disorders, Drug Therapy, Weaning.


INTRODUÇÃO

O leite humano tem papel fundamental para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde da criança. Atualmente, a recomendação do leite materno para crianças recém-nascidas, incluindo os recém-nascidos (RN) pré-termo e de baixo peso, é unânime e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida1,2.

De acordo com o ENANI 2019 (Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil), que avaliou a prevalência e práticas de aleitamento materno em crianças brasileiras menores de 2 anos com uma amostra composta por 14.558 crianças residentes em 12.424 domicílios. No Brasil, 96,2% das crianças menores de dois anos foram alguma vez amamentadas e 62,4% foram amamentadas ainda na primeira hora de vida. A prevalência de aleitamento materno exclusivo em menores de 6 meses foi de 45,8% no Brasil, com maior prevalência da região Sul (54,3%), seguida das regiões Sudeste (49,1%), Centro-Oeste (46,5%), Norte (40,3%) e Nordeste (39%), sem diferenças estatisticamente significativas entre as regiões3.

A garantia do aleitamento materno exclusivo até a idade ideal ainda constitui um desafio importante no Brasil. Nesse sentido, diversos são os fatores que se impõem na interrupção precoce do aleitamento exclusivo, de informações falsas a dificuldades na oferta do leite materno. Porém cabe aos profissionais de saúde terem domínio integral dos aspectos relacionados aos benefícios do leite materno para a saúde e bem-estar do lactente e da lactante para melhor assistência no seguimento destes. O aleitamento materno exclusivo tem benefícios para além do campo nutricional e oferece menor risco de desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade e confere proteção contra diferentes tipos de neoplasias à mãe. Por outro lado, ainda há obstáculos na promoção do aleitamento materno de qualidade, especialmente para mães e lactentes em situação de maior vulnerabilidade social, aspecto que deve ser considerado na assistência em saúde4.

A utilização de medicamentos é um dos fatores que podem afetar a produção de leite pelas mães, pois alguns tipos podem aumentar ou diminuir a produção de leite pela lactante. O uso de medicamentos pelas mães que amamentam é uma prática bastante comum e mesmo tendo todos os benefícios do leite materno ocorrem situações em que devem ser considerados o risco/benefício da terapia medicamentosa, pois alguns medicamentos podem passar para o leite materno, podendo ser prejudicial ao recém-nascido. Por isso, as mães relatam que, por medo, muitas vezes acabam interrompendo a amamentação quando há necessidade de utilizar medicamentos5.

Durante a amamentação, a utilização de medicamentos pelas mães muitas vezes é necessária na proteção, melhora ou restabelecimento da saúde materna. Porém pode acarretar a exposição não intencional do medicamento ao lactente6. Torna-se importante a orientação de uso apenas de medicamentos eficazes e seguros durante a lactação. Mesmo havendo um número limitado de medicamentos identificados como potencialmente ou provavelmente prejudiciais ao lactente; ainda assim, as mães que amamentam são frequentemente orientadas a interromper a amamentação enquanto tomam medicamentos7.

A importância da identificação dos fatores que afetam e interferem na produção de leite se dá devido ao aleitamento materno estar associado a benefícios de ordem nutricional, imunológica, afetiva, econômica e social. Por isso é de fundamental importância identificar principalmente os fatores medicamentosos associados a uma baixa ou elevada produção de leite8. Diante desse cenário, o presente estudo teve por objetivo analisar os fatores medicamentosos que influenciam na produção de leite pelas mães.


METODOLOGIA

Tipo de Estudo

Artigo de revisão narrativo.

O trabalho desenvolvido seguiu os princípios do estudo exploratório, através de uma pesquisa bibliográfica.

Etapa - Fontes

Realizou-se uma pesquisa sobre o assunto, através de bases de dados do PubMed, SciELO e LILACS.

Critérios de inclusão

Para a seleção das fontes, foram consideradas as bibliografias que abordassem o tema sobre os fatores que influenciam na produção de leite, uso de medicamentos pelas mães durante o aleitamento materno, galactogogos, metoclopramida, domperidona, sulpirida e inibidores da lactação.

Foram incluídos todos os artigos originais indexados no período entre 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2022, com delineamento experimental (ensaios clínicos, randomizados ou não) ou observacional (estudos de caso-controle, estudos de coorte e estudos antes e depois) e artigos de revisão sistemática.

Critérios de exclusão

Foram excluídos todos os artigos originais indexados no período anterior ao ano de 1995.

Foram excluídas as bibliografias que não abordaram o assunto do presente estudo e metanálises.

Limite de tempo

Foram selecionados artigos publicados entre 1995 e 2022 (incluindo aqueles disponíveis online em 1994 que poderiam ser publicados em 1995).

Idiomas

Foram selecionados artigos escritos em inglês, português ou espanhol.

Coleta de dados

a) Leitura exploratória de todo o material selecionado (leitura rápida que objetiva verificar se a obra consultada é de interesse para o trabalho);

b) Leitura seletiva (leitura mais aprofundada dos artigos diretamente relacionados ao tema);

c) Registro das informações extraídas das fontes (autores, ano, método, resultados e conclusões).

Análise e Interpretação dos resultados

Nesta etapa foi realizada uma leitura analítica com a finalidade de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes.

Discussão dos Resultados

Análise e discussão dos dados obtidos na etapa anterior.

Temas

Serão abordados os seguintes temas: Dificuldades Durante o Processo de Amamentação, Alteração na Produção de Ocitocina, Regulação do Volume de Leite Produzido, Inibidor de feedback da lactação (IFL), Galactogogos, Metoclopramida, Domperidona, Sulpirida, Outros Fármacos Galactogogos e Inibidores da lactação.


DISCUSSÃO

A experiência da amamentação compreende um processo marcante e complexo, sendo imprescindível considerar os aspectos fisiológicos e os condicionantes econômicos, sociais e culturais da mãe e seu filho. A resolução das dificuldades relacionadas ao aleitamento materno depende, em grande parte, das atitudes maternas, vinculação entre o binômio, apoio familiar/social recebido pela mulher e a influência dos profissionais de saúde nesse processo9.

Dificuldades Durante o Processo de Amamentação

A maioria dos problemas relacionados ao processo de amamentação surge nos primeiros dias de vida do bebê, podendo persistir nas semanas seguintes. Dentre as dificuldades, destacam-se: bebê que não suga ou com sucção fraca; demora da descida do leite, ou seja, demora no processo de apojadura; pega e posicionamentos inadequados; produção reduzida de leite; mamilos planos ou invertidos; ingurgitamento mamário, o qual diz respeito ao acúmulo exagerado de leite nas mamas; dor e/ou fissuras nos mamilos; mastite; entre outras. Considerando a prática da amamentação como um processo dinâmico e persuadível, os membros familiares são considerados os principais responsáveis e influenciadores sobre a decisão da mulher de amamentar, perpetuação desse ato e o sucesso do aleitamento materno. Dessa maneira, a família representa o pilar fundamental para as ações de saúde e incentivo à amamentação10.

Alteração na Produção de Ocitocina

A ocitocina é liberada em resposta à amamentação causando a ejeção do leite e induzindo mudanças fisiológicas e psicológicas que promovem a produção de leite. O aumento da produção de leite ocorre através da liberação da prolactina. Além disso, a ocitocina também induz a efeitos antiestresse, incluindo diminuição da pressão arterial e dos níveis de cortisol11.

Desde o nascimento, diversos são os fatores que interferem na produção de leite, entre eles, estresse e ansiedade materna. A sucção induz a liberação de ocitocina a partir do sistema nervoso central, facilitando as adaptações fisiológicas e psicológicas para a amamentação e a maternidade11,12. Fatores relacionados ao parto e ao tipo de anestesia utilizada, também interferem na produção de ocitocina, pois o estresse e as intervenções médicas durante o parto podem influenciar negativamente e afetar o início da amamentação. A obesidade materna também pode interferir na produção de leite, visto que o tecido adiposo tem a capacidade de concentrar progesterona, ocasionando uma resposta reduzida da prolactina, hormônio que estimula a produção láctea11,13.

Regulação do Volume de Leite Produzido

Logo após o nascimento, um pequeno volume de leite é produzido, em torno de 37 a 169 ml de colostro durante as primeiras 48 horas13. A partir do 5º dia após o parto, uma mulher pode produzir de 500 a 750 ml de leite diariamente, e após o 14º dia, de 700 a 1000 ml diariamente14. Mães de gêmeos ou trigêmeos podem produzir 2 litros ou mais de leite por dia, demonstrando que os mecanismos fisiológicos podem se adaptar à produção de leite e às necessidades nutricionais dos lactentes. Eles podem regular o volume de leite produzido pelas mães através do mecanismo da frequência das mamadas, pois um aumento na frequência das mamadas está associado ao aumento do volume de leite ordenhado15. A pega do complexo aréolo-mamilar adequada pelo lactente promove o esvaziamento completo das mamas e aumento da produção de leite através da inibição de feedback da lactação (IFL). Esse procedimento também evita o trauma mamilar e a dor, que é um sintoma associado à inibição do reflexo de ejeção16.

Inibidor de feedback da lactação (IFL)

Trata-se de uma glicoproteína de baixo peso molecular sintetizada pela glândula mamária e secretada para o leite. Essa substância bloqueia de forma reversível a síntese de proteínas pelas células mamárias. O IFL acumula-se nos alvéolos mamários entre as mamadas, bloqueando a secreção proteica. Quando a mama é esvaziada, rapidamente o bloqueio termina e as células mamárias reiniciam a produção de proteína e lactose, responsáveis pelo volume do leite. Dessa forma, a ação do IFL pode explicar o efeito do esvaziamento mamário na produção láctea16.

Quando há necessidade de prescrever medicamentos durante a amamentação, é imprescindível o conhecimento das condições que podem determinar a segurança para a utilização nesse período. Podem estar relacionados com os aspectos metabólicos e fisiológicos do leite humano, com a mulher, com o lactente ou com o medicamento. A composição do leite materno varia conforme a fase da lactação (colostro versus leite maduro) ou até mesmo durante uma mamada (leite anterior versus leite posterior). Tais alterações influenciam na extensão da transferência de fármacos do plasma para o leite, causando variações nas concentrações do leite materno17.

Galactogogos

O uso de galactagogos deve ser reservado para situações em que foram descartadas as causas tratáveis de hipogalactia (p.ex. hipotireoidismo materno ou uso de medicamentos) e, principalmente, após avaliação da técnica de amamentação e de medidas que sabidamente aumentam a produção de leite, tais como maior frequência das mamadas e esvaziamento adequado das mamas. A estimulação mecânica da região aréolo-mamilar pela sucção do lactente e a ordenha do leite são os estímulos mais importantes para a manutenção da lactação. Tais estímulos promovem a secreção de prolactina pela hipófise anterior e de ocitocina pela hipófise posterior18.

Os medicamentos galactogogos aumentam a produção e o volume do leite materno, auxiliando no início e na manutenção da produção de leite19. Os fármacos galactagogos atuam como antagonistas dopaminérgicos, reduzindo a ação inibitória da dopamina sobre a secreção de prolactina.

A baixa produção do leite pode estar associada com a técnica inadequada da amamentação, esvaziamento incompleto das mamas e baixa frequência das mamadas, por isso, antes de utilizar galactagogos, é necessário avaliar a frequência e a técnica da amamentação, porque grande parte dos problemas em aleitamento materno pode ser prevenida e solucionada com conhecidas práticas que mantenham a lactação fisiológica, como amamentação sob livre demanda, pega adequada do complexo aréolo-mamilar e esvaziamento das mamas20. Muitos medicamentos são utilizados para aumentar a produção de leite. Apesar de numerosos fármacos apresentarem efeito potencial para aumentar o volume de leite ou induzir a lactação, a metoclopramida e a domperidona são as mais utilizadas na prática clínica21.

Metoclopramida

Possui efeito prolactinogênico dose-dependente. É um medicamento seguro e efetivo na iniciação e manutenção da lactação22. A dose mais utilizada para indução da lactação tem sido 10 mg, 3 vezes ao dia. Contudo dosagens de 10 mg de 2 a 4 vezes ao dia têm sido prescritas5.

Dentre os medicamentos com propriedades galactagogas, a metoclopramida é a mais estudada. Pequena quantidade é transferida para o leite, sendo relatadas concentrações que variam de 28 a 157 µg/l no puerpério imediato. Esse medicamento pode causar efeitos colaterais extrapiramidais, como tremor, bradicinesia e outras reações distônicas, principalmente na mãe21.

Domperidona

A domperidona é um medicamento antidopaminérgico, utilizada como gastrocinético no tratamento de náuseas e vômitos. Também apresenta a propriedade de estimular a secreção de prolactina.

Apresenta menor lipossolubilidade e maior peso molecular do que a metoclopramida, o que a torna menos permeável à barreira hematoencefálica e, portanto, mais segura do que a metoclopramida devido ao menor risco de efeitos extrapiramidais. A dose usada para induzir e manter a lactação varia de 10 a 30 mg, três vezes ao dia21. Segundo um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, a domperidona eleva o volume de leite em 44,5% após 7 dias de uso, com níveis lácteos de 1,2 ng/ml23.

Sulpirida

A sulpirida é um antagonista dopaminérgico usado como antidepressivo e antipsicótico. Atua no aumento dos níveis de prolactina sérica semelhante aos demais galactagogos19. É utilizada como um agente psicoterapêutico e galactagogo24,25, porém seu valor clínico para aumentar a produção de leite é questionável. Outros estudos, que incluam efeitos endócrinos potenciais no lactente, são necessários antes que a sulpirida possa ser recomendada para aumentar a produção de leite. A sulpirida aparece no leite materno24,25 e pode estar associada a efeitos adversos no lactente25-27. Tem sido recomendado que não deve ser utilizada para aumentar a produção de leite25,26, embora alguns estudos não tenham evidenciado a ocorrência de reações adversas nos lactentes25. Outros autores descrevem que a sulpirida é compatível com amamentação, mas, como outros antipsicóticos, deve ser utilizada de forma criteriosa25,26, quando em doses elevadas ou uso prolongado, pois pode provocar sonolência e letargia no lactente. Mães, após o parto, têm um risco relativamente elevado para a depressão pós-parto e sulpirida pode causar depressão como um efeito colateral. Fadiga e dor de cabeça foram relatados como reações adversas por mães que utilizaram sulpirida como galactagogo27.

Outros Fármacos Galactogogos

Outros fármacos com relato de ação galactagoga são a clorpromazina, o hormônio de crescimento e o hormônio secretor de tireotropina (TRH), porém há necessidade de maior experiência clínica para que sejam recomendadas com este fim20. O antipsicótico clorpromazina possui uso muito limitado como galactagogo devido ao risco potencial de efeitos colaterais27.

Inibidores da lactação

Alguns medicamentos são bem conhecidos por reduzirem a produção de leite. Como o crescimento do lactente está diretamente relacionado à síntese e ingestão do leite materno, o uso de qualquer um desses medicamentos pode representar um risco principalmente durante o período de pós-parto imediato, época mais sensível para a supressão da lactação. Caso o uso de algum desses medicamentos seja inevitável, o profissional de saúde deve retardar ao máximo sua introdução e prescrevê-los pelo menor tempo possível28.

As drogas com risco de redução da produção láctea são: o álcool, a bromocriptina, a bupropiona, a cabergolina, a ergometrina, a ergotamina, os estrogênios, como o etinilestradiol, a levodopa, a lisurida, a modafinila, a nicotina, a pseudoefedrina e a testosterona17.

No estudo de Aljazaf et al. (2003)29, foi demonstrado que o medicamento pseudoefedrina causou uma redução significativa no volume de leite materno após o uso. O estudo é um alerta para o uso desse medicamento que é bastante utilizado como descongestionante nasal associado a anti-histamínicos, que é considerado compatível com a amamentação de acordo com a Academia Americana de Pediatria29,30. O metronidazol é um medicamento que requer preocupação também, pois ele pode causar a suspensão do aleitamento materno por 12 a 24 horas durante o tratamento e é classificado pela Academia Americana de Pediatria como medicamentos com efeitos desconhecidos e com recomendação de cuidado ao amamentar. A preocupação se deve ao risco de carcinogênese e elevada biodisponibilidade do medicamento31.

O número de mulheres que desmamam os seus filhos para utilizar medicamentos é significativo. Pesquisas em muitos países estimam que 90 a 99% das mulheres que amamentam receberão pelo menos alguma medicação durante a primeira semana pós-parto. Outros estudos sugerem que o uso de medicamentos é uma das principais razões pelas quais as mulheres interrompem a amamentação prematuramente7.


CONCLUSÃO

Determinados medicamentos são bastante conhecidos por aumentarem ou diminuírem a produção de leite, porém o uso desses medicamentos requer cuidados específicos e cautela para evitar o comprometimento da saúde dos bebês; pois o crescimento dos lactentes está diretamente relacionado à síntese e ingestão de leite materno.

Portanto, durante a amamentação, é de fundamental importância a avaliação da necessidade ou não do uso de medicamentos para aumentar a produção de leite, pois muitas vezes as lactantes precisam apenas adequar as técnicas corretas de amamentação à sua rotina diária.

Quanto ao uso de medicamentos pelas mães durante a amamentação, são necessários mais estudos clínicos para assegurar a segurança dos recém-nascidos e avaliações quanto à passagem ou não dos fármacos para o leite materno. Sendo importante o estudo e a atualização contínua sobre o assunto, a fim de detectar as possíveis passagens ou não dos medicamentos para o leite materno, e as possíveis reações adversas tanto para as mães quanto para os recém-nascidos.


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1. Univerdade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Rio Grande do Sul (UFCSPA), Programa de Pós-Graduação em Pediatria: Atenção à Saúde da Criança e ao Adolescente - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
2. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), Medicina e Ciências da Saúde - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Endereço para correspondência:

Patricia Amaral Vasconcellos
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
R. Sarmento Leite, 245 - Centro Histórico
Porto Alegre - RS, 90050-170
E-mail: pathyvasconcellos@yahoo.com.br

Data de Submissão:16/09/2022
Data de Aprovação: 03/09/2023