RESUMO
INTRODUÇÃO: O tratamento da dor na criança é considerado essencial no cuidado à sua saúde, devendo ser realizado através de uma excelente avaliação e planejamento terapêutico. Nesse cenário, ainda existem dificuldades na assistência e lacunas no conhecimento.
OBJETIVO: Verificar quais são as barreiras para o tratamento da dor na visão dos profissionais de saúde que trabalham em um hospital universitário.
MÉTODO: Estudo observacional, descritivo e transversal, do tipo survey, com profissionais de saúde dos diversos setores pediátricos do Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Resultados: Foram 56 profissionais da saúde, média de 41 anos, 91,1% do sexo feminino, 80,4% com graduação em medicina e tempo médio de formação de 15 anos. Em torno de 65% utilizam escalas de avaliação de dor na rotina e 50% relataram que não há um protocolo para tratamento de dor infantil em seu setor de trabalho. Aproximadamente 83% acreditam que a dor é subdiagnosticada e/ou subtratada e 26,8% tiveram um bom aprendizado em dor durante a graduação. Em torno de 34% expressaram medo em prescrever opioides; em relação à morfina, 17,9% concordaram que ela é utilizada apenas em situações extremas e para pacientes em cuidados paliativos e 26,8% não se sentem confortáveis em prescrevê-la. Para melhorar o tratamento da dor, 67,5% sugerem a educação e treinamento, e quase 40%, a elaboração de protocolos institucionais.
CONCLUSÃO: As principais barreiras para o tratamento da dor foram: falta de treinamento/aprendizado em dor, ausência de protocolo institucional e falta de conhecimento para prescrição e manejo dos opioides.
Palavras-chave: Cuidados paliativos, Dor, Pediatria, Analgésicos opioides, Criança.