TOP: Tópicos Obrigatórios em Pediatria - Ano 2016 - Volume 6 - Número 1
Guideline para o manejo de Candidíase: atualização pela Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (2016)
Guideline for the management of candidiasis: update by the American Infectious Diseases Society (2016)
Guía para el tratamiento de la candidiasis: actualización de la Sociedad Americana de Enfermedades Infecciosas (2016)
Esse guideline foi elaborado por experts da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (IDSA). Fornece recomendações para o diagnóstico e tratamento de infecções invasivas por espécies de Candida mais comuns e de infecções não invasivas de mucosas por meio da melhor evidência científica disponível. Abrange pacientes imunocompetentes e os que apresentam comprometimento imunológico, como os neutropênicos.
A importância dessas recomendações baseia-se no aumento da frequência das infecções por Candida spp no ambiente hospitalar provocando alta morbimortalidade, do surgimento de resistência aos Azólicos e de espécies de Candida multidroga resistentes.
Os autores demonstram que a mortalidade está associada ao atraso do início do tratamento, à duração inadequada da terapia e à abordagem incorreta dos focos infecciosos (como a não retirada de cateter venoso central e a não drenagem dos sítios de infecção). O cateter venoso central está geralmente associado à candidemia, entretanto nem sempre é o foco de origem, especialmente entre os neutropênicos nos quais a colonização do trato gastrointestinal é uma fonte frequente.
O consenso aborda questões importantes das drogas antifúngicas. Nenhum ensaio clínico controlado randomizado demonstrou clara superioridade de um antifúngico sobre o outro no tratamento de candidemia ou de candidíase invasiva. Os autores recomendam como tratamento inicial para candidemia e candidíase invasiva as equinocandinas (consideradas seguras e efetivas), com exceção para o acometimento do sistema nervoso central, olhos e trato urinário.
Para alguns pacientes com candidemia e candidíase invasiva recomenda-se teste de susceptibilidade aos Azoles para todas as espécies isoladas em hemocultura e para outras Candidas com importância clínica. Teste de susceptibilidade para as equinocandinas deve ser considerado em pacientes com tratamento prévio com equinocandinas e entre os que apresentam infecção por C. glabrata e C. parapsilosis.
Esse guideline também refere estudos que recomendam profilaxia antifúngica em populações especiais como neonatos, pacientes de unidades de tratamento intensivo e receptores de transplantes. Para manifestações menos frequentes, como osteomielite, endoftalmite e endocardite, as recomendações foram baseadas também em estudos retrospectivos.
Quanto ao diagnóstico, os autores relatam que a pouca sensibilidade da hemocultura é uma dificuldade para uma intervenção precoce, e abordando também outros métodos diagnósticos como os sorológicos e os de biologia molecular.
Por último, o consenso sugere estudos locais de epidemiologia com a finalidade de conhecer as espécies de Candida mais prevalentes, bem como seus perfis de resistência e de sensibilidade aos antifúngicos para melhorar as decisões terapêuticas enquanto se aguarda os resultados de cultura e de outros métodos.
Link para acessar o guideline na integra: http://cid.oxfordjournals.org/content/early/2015/12/15/cid.civ933.full.pdf+html
1. Chefe do Serviço de Pediatria do HFSE
2. Chefe da Infectologia Pediátrica do HFSE
Endereço para correspondência:
Gil Simões Batista
Serviço de Pediatria do Hospital Federal dos Servidores do Estado - MS
Rua Sacadura Cabral, nº 178, Bairro
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. CEP: 20221-903