RESUMO
A terapêutica inicial da tuberculose em crianças, recomendada pela OMS, é comparável aos regimes dos adultos, com terapia por seis meses com uso de múltiplas drogas em tratamento diretamente observado. A instituição rápida do tratamento em crianças com menor idade é imprescindível, devida à possibilidade de disseminação rápida da doença, sequelas graves e óbito. As crianças e adolescentes de um modo geral, toleram muito bem a utilização de fármacos antituberculose. Este artigo se propõe a revisar os principais esquemas terapêuticos, posologias e eventos adversos associados às drogas que compõem os esquemas de tratamento de primeira linha para tuberculose na infância, além de apresentar recomendações práticas para seguimento de crianças e adolescentes em tratamento. Foram revisadas as diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde do Brasil, como também, artigos referentes aos esquemas terapêuticos utilizados e seus principais eventos adversos. A literatura revisada descreve que, nas dosagens recomendadas, os fármacos antituberculose são bem toleradas na população pediátrica, os eventos adversos graves são raros e a maioria transitórios. A frequência de efeitos tóxicos pode estar relacionada à gravidade da doença tuberculosa. A isoniazida é o fármaco mais extensivamente estudado e utilizado nas crianças, por ser também utilizada no tratamento da tuberculose latente. A hepatotoxicidade é o principal evento adverso descrito. Na sua grande maioria, quando o tratamento é instituído de forma adequada, transcorre sem eventos adversos importantes que necessitem suspender à terapêutica. É necessário alto índice de suspeição para realizar o diagnóstico e consequentemente o tratamento adequado visando contribuir para alterar, em longo prazo, o curso da doença na idade pediátrica.
Palavras-chave:
tuberculose, tratamento, criança, adolescentes.
ABSTRACT
The World Health Organization (WHO) recommends an initial treatment regimen for tuberculosis in children that is comparable to that for adults, with directly monitored multiple-drug therapy for 6 months. Early initiation of treatment in younger children is essential due to the possibility of rapid dissemination of the disease, severe sequelae, and death. Children and adolescents usually tolerate antituberculosis drugs very well. This article aims to review the main therapeutic regimens, dosages, and adverse effects associated with first-line drugs used in treatment regimens for tuberculosis in children and to provide some practical recommendations for the follow-up of children and adolescents undergoing treatment. The article reviews current guidelines from the WHO and the Brazilian Ministry of Health as well as currently used therapeutic regimens and their main adverse effects. The reviewed literature states that at recommended doses, antituberculosis drugs are well tolerated by the pediatric population, and severe adverse effects are rare and mostly temporary. The frequency of toxic effects may be related to disease severity. Isoniazid is the most extensively studied drug and the most commonly used in children because it is also used in the treatment of latent tuberculosis. Liver toxicity is the primary described adverse effect. In most cases, when treatment is started adequately on time, it proceeds without severe adverse effects that require the therapy to be suspended. A high degree of suspicion is required to establish the diagnosis and consequently the adequate treatment, aiming for a long-term change in the course of the disease in children.
Keywords:
tuberculosis, therapeutics, child, adolescent.
RESUMEN
La terapia inicial de la tuberculosis en niños, recomendada por la OMS, es comparable a la del tratamiento para adultos, con terapia por seis meses con el uso de múltiples drogas en tratamiento directamente observado. La implementación rápida del tratamiento en niños con menor edad es imprescindible, debido a la posibilidad de una diseminación rápida de la enfermedad, secuelas graves y óbito. Los niños y adolescentes de un modo general, toleran muy bien la utilización de fármacos antituberculosos. Este artículo se propone para revisar los principales esquemas terapéuticos, posologías y eventos adversos asociados a las drogas que componen los esquemas del tratamiento de primera línea para la tuberculosis en la infancia, además de presentar recomendaciones prácticas para el acompañamiento de niños y adolescentes en tratamiento. Fueron revisadas las directrices actuales de la Organización Mundial de la Salud y del Ministerio de Salud de Brasil, como también, artículos referentes a los esquemas terapéuticos utilizados y sus principales eventos adversos. La literatura revisada describe que, en dosis recomendadas, los fármacos antituberculosos son bien tolerados en la población pediátrica, los eventos adversos graves son raros y la mayoría transitorios. La frecuencia de efectos tóxicos puede estar relacionada a la gravedad de la enfermedad tuberculosa. La isoniazida es el fármaco más extensivamente estudiado y utilizado en niños, por ser también utilizado en el tratamiento de la tuberculosis latente. La hepatotoxicidad es el principal evento adverso descripto. En su gran mayoría, cuando el tratamiento es instituido de forma adecuada, transcurre sin eventos adversos importantes sin que se necesiten la suspensión de la terapia. Es necesario un alto índice de sospecha para realizar el diagnóstico y consecuentemente el tratamiento adecuado buscando contribuir para alterar, a largo plazo, el curso de la enfermedad en la edad pediátrica.
Palabras-clave:
tuberculosis, tratamiento, niño, adolescentes.