RESUMO
OBJETIVO: Descrever o perfil clínico e epidemiológico do parto prematuro em uma unidade da rede pública de saúde.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo a análise de prontuários de 94 neonatos nascidos antes de 37 semanas completas de gestação e os de suas respectivas mães. Para investigação, foram observados dados referentes às condições socioeconômicas maternas, a presença de doenças intercorrentes da gestação, a ocorrência de eventos perinatais agravantes, as condições de nascimento e as complicações neonatais apresentadas.
RESULTADOS: A maioria das gestantes estudadas se encontrava na faixa etária de 15 a 35 anos, tinha entre 4 e 7 anos de escolaridade e residia em áreas urbanas. 95% das gestações foram de feto único, e a prevalência de hipertensão e diabetes foi de 12 e 6%, respectivamente. A ruptura prematura de membrana ocorreu em 25% dos casos, as infecções maternas do trato genitourinário, em 27%, e a corioamnionite, em 5%. A maioria dos neonatos pesava entre 1.000 e 2.499 gramas ao nascer. A complicação mais encontrada foi a infecção neonatal (32%), em especial a sepse precoce, mais observada entre os prematuros de menor idade gestacional e peso, e também naqueles cujas mães apresentaram alguma infecção na gravidez. Outros desfechos neonatais relevantes foram as alterações respiratórias (27%) e a icterícia (26%). Houve 26 óbitos na amostra estudada.
CONCLUSÕES: Prevenir prematuridade e suas consequências demanda conhecimento e monitoramento dos fatores de risco.
Palavras-chave: Ruptura Prematura de Membranas Fetais, Sepse, Síndrome do Desconforto Respiratório do Adulto, Mortalidade Neonatal Precoce, Nascimento Prematuro.