RESUMO
A paracoccidioidomicose (PCM) aguda representa 5-10% dos casos totais de PCM, cuja incidência é estimada em um a quatro casos por 100 mil habitantes nas regiões endêmicas do Brasil. Foi relatado o caso de um adolescente de dez anos, residente de Barra Mansa (RJ), internado após idas recorrentes ao Pronto Atendimento por cerca de um mês, apresentando diarreia não sanguinolenta, emagrecimento de 6kg em seis semanas, tosse seca e febre noturna de, em média, 38ºC. História prévia de contato com ambiente habitado por morcegos. Contraimunoeletroforese reagente e biópsia compatível com Paracoccidioides brasiliensis. Tratado com anfotericina B via endovenosa, 0,6 miligramas por quilo por dia, por dez dias, e itraconazol via oral, 200 miligramas por dia, por 12 meses. Cinco anos após, encontra-se assintomático. Relatos como esse na literatura são escassos e, quando encontrados, abordam crianças imunodeprimidas. Nota-se que a incidência e prevalência da PCM ainda encontram obstáculos, devido à ausência de notificação compulsória, caracterizando-as como uma doença subdiagnosticada e negligenciada.
Palavras-chave: Paracoccidioidomicose, Pediatria, Imunocompetência, Adolescente.