RESUMO
INTRODUÇÃO: A primeira descrição de síndrome nefrótica (SN) com tumores malignos ocorreu em 1922, havendo poucos casos relatados na literatura. Essa síndrome está mais frequentemente associada aos carcinomas e às malignidades linfoproliferativas, sendo dez vezes mais comum no linfoma de Hodgkin (LH). A SN pode preceder as manifestações da doença hematológica, coincidir com o seu diagnóstico ou associar-se a suas recaídas.
RELATO DE CASO: Menino, 4 anos, apresentou quadro de infecção de vias aéreas superiores seguido de edema palpebral e de bolsa escrotal. Exames complementares confirmaram a hipótese de SN e descartaram causas secundárias. Dois anos após, foi realizada biópsia ganglionar, cujos exames histopatológico e imunocitoquímico foram compatíveis com linfoma de Hodgkin. Foi iniciada quimioterapia com Protoloco Adriamicina-Doxorubicina-Bleomicina-Vimblatina-Dacarbazina (ABVD).
COMENTÁRIOS: Visamos ressaltar a importância de descartar causas secundárias de SN, como infecções, colagenoses, doenças metabólicas, genéticas e neoplásicas, bem como de manter-se o acompanhamento em longo prazo destes pacientes com alta suspeição diagnóstica, para o reconhecimento e o tratamento precoces dessas condições.
Palavras-chave: síndrome nefrótica, síndromes paraneoplásicas, linfoma.