RESUMO
A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 no ano de 2020 assolou o mundo desde quadros leves a fatais. Em nossa unidade de terapia intensiva pediátrica recebemos dois pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e coinfecção por Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA). O objetivo deste artigo é discutir sobre a associação do vírus SARS-CoV-2 com o S. aureus sensível à meticilina. Estes pacientes evoluíram para SRAG, acompanhados de trombose venosa profunda (TVP) e dependência de cuidados intensivos. Foram testados para SARS-CoV-2 por PCR viral e hemocultura de sangue periférico para S. aureus (MSSA), necessitaram de ventilação mecânica invasiva, uso de aminas vasoativas, antibioticoterapia de amplo espectro e anticoagulação terapêutica. O coronavírus é um RNA vírus responsável por quadros respiratórios e gastrointestinais, pode ser transmitido por gotículas, via fecal oral, fômites e superfícies contaminadas. O S. aureus é uma bactéria responsável pelas infeções piogênicas de pele e tecidos moles, podendo evoluir com disseminação hematogênica. A incidência de trombose venosa profunda é maior em pacientes graves, imóveis e/ou restritos no leito, mesmo que em uso de anticoagulante profilático. Concluímos que a infecção estafilocócica contribuiu para a piora destes pacientes, já que na população pediátrica a COVID-19 evolui de forma branda na maioria dos quadros clínicos. Esses agentes infecciosos estão relacionados a sintomas respiratórios graves com síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), sepse, SRAG, choque e disfunções orgânicas.
Palavras-chave: Infecções por Coronavírus, Staphylococcus aureus, Sepse, Trombose Venosa, Pediatria.