RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar o perfil clínico epidemiológico dos pacientes do ambulatório de transplante hepático pediátrico de um hospital público terciário.
MÉTODOS: Foram analisados, retrospectivamente, os prontuários de 56 pacientes do ambulatório de transplante hepático entre março e junho de 2011. As variáveis analisadas foram: patologia hepática, sexo, idade no momento do transplante, tempo de transplante, tipo de doador, complicações, uso de medicamentos imunossupressores.
RESULTADOS: Dos 56 pacientes, 31 (55,4%) eram do sexo feminino e 25 (44,6%) do sexo masculino. A média de idade foi 7,4 anos. A mediana da idade na época do transplante foi 1,7 anos. Atresia biliar foi a indicação mais frequente para o transplante (71,4%). Quanto ao tipo de doador, 75% foi de doador vivo, sendo a mãe o doador mais frequente (47,6%). Entre as complicações relatadas em 37 pacientes (66,1%), rejeição do enxerto foi identificada em 17 (46%), complicações vasculares em 11 (30%), biliares em oito (21,6%) e autoimune em um paciente (2,4%). Quatro pacientes foram submetidos a retransplante de fígado (7,1%), sendo trombose da artéria hepática a principal causa de perda do enxerto. Todos faziam uso de imunossupressores, sendo tacrolimus o mais utilizado (93%). Dois pacientes morreram durante o acompanhamento.
CONCLUSÕES: Atresia biliar foi a indicação mais frequente para o transplante de fígado nos pacientes pediátricos acompanhados. A maioria dos pacientes recebeu o órgão de doador vivo, sendo a mãe o doador mais frequente. O acompanhamento sistemático dos pacientes após o transplante é fundamental para a identificação e tratamento precoces das complicações.
Palavras-chave: doadores vivos, pediatria, transplante de fígado.