RESUMO
INTRODUÇÃO: O tratamento instituído no atendimento à criança com crise de asma/sibilância pode influenciar o desfecho clínico e deve levar em consideração a gravidade do quadro. Em crises moderadas a graves, frequentemente ocorre broncoconstrição residual refratária a altas doses de beta-2-agonistas, sendo indicada a associação de broncodilatadores.
OBJETIVOS: Analisar desfecho clínico obtido com uso da associação de broncodilatadores no manejo das crises moderadas a graves na emergência pediátrica no que diz respeito a necessidade de hospitalização, tempo de oxigenoterapia, tempo de internação e transferência para UTI.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional, descritivo, por meio de revisão de prontuários de pacientes com crises moderadas a graves na emergência pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília, no período de março de 2017 a agosto de 2017. Comparou-se os que fizeram uso de monoterapia broncodilatadora com beta-2-agonistas com aqueles que receberam a associação de broncodilatadores, brometo de ipratrópio e beta-2-agonista, por meio do teste de independência qui-quadrado.
RESULTADOS: Os 129 pacientes do estudo foram internados. Três pacientes foram transferidos para UTI e um foi a óbito, sem relação estatística com a terapêutica. Os que fizeram uso da associação de broncodilatadores, em geral, apresentaram tempos menores de internação e oxigenoterapia, porém não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,55 e 0,21, respectivamente).
CONCLUSÃO: Não foi observada significância estatística entre os grupos terapêuticos e os desfechos clínicos analisados, apesar de ser observado tempos menores de internação e oxigenoterapia no grupo que utilizou a associação de broncodilatadores.
Palavras-chave:
Asma, Brometo de Ipratrópio, Medicina de Emergência, Estado Asmático.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Treatment instituted in the care of the child with asthma/wheezing exacerbations may influence clinical outcome and should take the severity of condition into consideration. In moderate/severe exacerbations, residual bronchoconstriction often results in refractory high doses of beta-2-agonists, and the association of bronchodilators is indicated.
OBJECTIVES: To analyze the clinical outcome obtained with the use of the association of bronchodilators in management of moderate to severe asthma/wheezing episodes in the pediatric emergency regarding the need for hospitalization, duration of oxygen supplementation, length of hospital stay and transfer to the ICU.
METHODS: A retrospective cross-sectional observational study was carried out by reviewing the medical records of patients with moderate to severe wheezing/asthma episodes in the pediatric emergency of the Hospital Materno Infantil of Brasília, from March 2017 to August 2017. Patients that used bronchodilator monotherapy with beta-2-agonists were compared with those who received the combination of bronchodilators, ipratropium bromide, and beta-2-agonists, through the chi-square independence test.
RESULTS: All patients selected (129 patients) were hospitalized after initial care. Three patients were transferred to the ICU and one died, with no statistical relation to the therapy. Those who used bronchodilator association generally had a shorter hospital stay and oxygen therapy, but there was no statistically significant difference between the groups (p=0.55 e 0.21, respectively).
CONCLUSIONS: No statistical significance was observed between the therapeutic groups and the clinical outcomes analyzed, although shorter hospital stay and oxygen therapy were observed in the group that used the bronchodilator combination.
Keywords:
Asthma, Ipratropium, Pediatric Emergency Medicine, Asthmatic State.