Doença meningocócica em crianças: Panorama das hospitalizações e da morbimortalidade na Bahia e macrorregiões, de 2011 a 2020
Meningococcal disease in children: an overview of hospitalizations and morbimortality in the State of Bahia and macro-regions from 2011 to 2020
Doença meningocócica em crianças: Panorama das hospitalizações e da morbimortalidade na Bahia e macrorregiões, de 2011 a 2020
Vitória Pinho Lopes Cunha; Nívea Lins de Almeida; Clarissa Cavalcanti Souza; Katia de Miranda Avena
Resid Pediatr. 2023;13(1): - Artigo Original - DOI: 10.25060/residpediatr-2023.v13n1-926
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico das internações de crianças por doença meningocócica, na Bahia e em suas macrorregiões, estimando a morbimortalidade pela doença. MÉTODOS: Trata-se de estudo ecológico, de série temporal, realizado através do Sistema de Informação Hospitalares (SIH/DATASUS), no período de 2011 a 2020. As variáveis de interesse foram gênero, faixa etária, etnia, caráter e regime de atendimento, e desfecho, agrupados por ano e macrorregiões da Bahia. RESULTADOS: Foram registradas 431 internações de crianças entre 0 e 14 anos por infecção meningocócica, com predominância da faixa etária de 0 a 4 anos, do sexo masculino, pardas, atendidas em caráter de urgência e em regime público de atendimento. Dos pacientes internados, 91,4% (n=394) obtiveram alta e 8,6% (n=37) foram a óbito. Houve maior mortalidade e letalidade entre pacientes de 0 a 4 anos. Dentre as macrorregiões baianas, o Leste e o Centro-Norte apresentaram o maior e o menor número de casos da doença, respectivamente; enquanto o Leste e o Extremo-Sul apresentaram as maiores mortalidades e letalidades. CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico da doença meningocócica na Bahia acompanha a tendência mundial e nacional, com predomínio entre meninos, pardos, de 0 a 4 anos, cuja prevalência, mortalidade e letalidade se destacam entre as faixas etárias estudadas. Levando em conta o quadro endêmico da doença meningocócica no estado, estes resultados podem subsidiar e direcionar estratégias específicas de combate ao meningococo, reforçando a necessidade de ações preventivas e de vigilância epidemiológica constantes, com fixação das estratégias de promoção da saúde e melhor aplicabilidade dos recursos para a erradicação da doença.