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Maria Mendes
Pneumonia with empyema: rare complication after sea urchin injury
Pneumonia com empiema: complicação rara após picada de ouriço-do-mar
Maria Maria Mendes; Ana Teresa Teixeira; Pedro Sampaio Nunes; Helena Cristina Loureiro
Resid Pediatr. 2022;12(2): - Relato de Caso
- DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n2-304
Pneumonias estafilocócicas são raras, especialmente em crianças imunocompetentes.1 Elas podem ocorrer como complicação secundária a infecções teciduais com disseminação hematogênica. Picadas de ouriço-do-mar podem causar reações locais, granulomas e, raramente, doença sistêmica.2,3,4 O presente relato descreve o caso de um adolescente de 16 anos de idade com febre há quatro dias e dor torácica esquerda, encaminhado por conta de uma picada de ouriço-do-mar ocorrida cinco dias antes da internação. O paciente apresentava sons pulmonares reduzidos e crepitação na porção inferior do hemotórax esquerdo ao exame físico. Radiografia do tórax identificou derrame pleural. Exames de sangue identificaram leucocitose, neutrofilia e níveis elevados de proteína C-reativa. O paciente foi diagnosticado com empiema após a realização de uma toracocentese. A seguir foram identificados sinais inflamatórios com flutuação no calcanhar direito e drenagem purulenta. Suspeita de etiologia estafilocócica levou à introdução de tratamento com flucloxacilina. As suspeitas foram confirmadas com o isolamento de Staphylococcus aureus no líquido pleural e em material de abscesso. Após antibioticoterapia o paciente evoluiu bem clínica e radiologicamente. No presente relato de caso, gostaríamos de chamar a atenção para a possibilidade de disseminação hematogênica de um microrganismo após infecção de pele local, mesmo em indivíduos imunocompetentes.
Cardiac tamponade in adolescence: two cases reports
Tamponamento cardíaco na adolescência: dois casos clínicos
Filipa Valadares; Maria Mendes; Eugénia Matos; Carlos Escobar; Marta Moniz; Clara Abadesso; Pedro Nunes
Resid Pediatr. 2022;12(2): - Relato de Caso
- DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n2-284
O tamponamento cardíaco é uma emergência médica, sendo a complicação mais grave de derrame pericárdico. Os autores descrevem dois casos na adolescência com diferentes etiologias. Sexo feminino, 17 anos, recorre ao serviço de urgência (SU) por poliartralgias, toracalgia, ortopneia e cansaço. À observação: febril, taquicárdica, apagamento de sons cardíacos, diminuição de murmúrio vesicular nas bases e edema das tibiotársicas. Radiografia de tórax: cardiomegalia e infiltrado intersticial bilateral; eletrocardiograma (ECG): supradesnivelamento ST; Ecocardiograma: derrame pericárdico volumoso (“swinging heart”). Realizada pericardiocentese, sem alterações de relevo no líquido pericárdico. Iniciou terapêutica com anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), ácido acetilsalicílico (AAS) e colchicina. Investigação etiológica com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES). Iniciou terapêutica dirigida com melhoria. Sexo masculino, 16 anos com doença de Crohn sob azatioprina e adalimumab. Recorre ao SU por febre, tosse e toracalgia, encontrando-se medicado há três dias com amoxicilina-ácido clavulânico por pneumonia. À observação: queixoso, taquicárdico, diminuição dos sons cardíacos, diminuição do murmúrio vesicular à direita, abdômen doloroso à palpação. Ecografia toracoabdominal: derrame pleural, hepatomegalia, nódulos esplênicos, adenopatias no tronco celíaco. Após 72h de internamento sob antibioterapia tripla, agravamento pelo que fez TC toracoabdominal: derrame pericárdico e pleural, adenomegalias mediastínicas, hepatoesplenomegalia e lesões esplênicas. Ecocardiograma: derrame pericárdico com colapso das cavidades direitas. Realizada pericardiocentese, líquido pericárdico: adenosina deaminase (ADA) 53U/L. Após confirmação de tuberculose iniciou antibacilares e corticoterapia com melhoria. A suspeição clínica é fundamental para uma rápida intervenção terapêutica, sendo o ecocardiograma o exame diagnóstico de eleição.
Abernethy Malformation: a rare condition
Malformação de Abernethy: uma doença rara
Maria Maria Mendes; Eugénia Matos; Ana Nassauer Mónica; Clara Abadesso; Pedro Nunes
Resid Pediatr. 2022;12(4):1-4 - Relato de Caso
- DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n4-455
A malformação de Abernethy é caracterizada por um shunt portossistêmico extra-hepático.
Apresentamos o caso de um menino de 19 meses com sibilos recorrentes e trombocitopenia em investigação há cinco meses, internado por infecção respiratória hipoxêmica. Achados relevantes incluíram hipoxemia, dispnéia, anemia hemolítica, trombocitopenia e elevação das enzimas hepáticas. Manteve oxigênio e corticoide até o 8º dia, quando houve piora clínica e laboratorial. Ele começou com antibióticos e foi internado em nossa UTIP. Foi realizada TC toracoabdominal que revelou: coração aumentado; sinais de hipertensão pulmonar, consolidação bilateral, veia porta direita rudimentar, arterialização da circulação hepática; varizes perigástricas, periesofágicas e periaórticas e esplenomegalia. Dois dias após a internação, agravou-se a hipertensão pulmonar e ele desenvolveu choque cardiogênico refratário. O paciente evoluiu para óbito. A autópsia revelou malformação de Abernethy tipo II.
Embora raros, os shunts hepatossistêmicos podem se manifestar como sibilos recorrentes. Este caso retrata a importância do diagnóstico precoce para realizar o tratamento antes de complicações fatais.
Severe hypertriglyceridemia in a child with new onset type 1 Diabetes Mellitus - role of therapeutic plasmapheresis
Hipertrigliceridemia grave numa criança com Diabetes Mellitus tipo 1 inaugural - o papel da plasmaferese terapêutica
Marta Veríssimo; Carolina Gonçalves; Francisca Galhardo Saraiva; Maria Mendes; Carlos Escobar
Resid Pediatr. 2023;13(4):1-4 - Relato de Caso
- DOI: 10.25060/residpediatr-2023.v13n4-801
A hipertrigliceridemia grave pode constituir uma complicação da cetoacidose diabética mas é raramente descrita na populaçao pediátrica. O reconhecimento desta entidade é importante para uma abordagem adequada no sentido de prevenir as comorbilidades a ela associadas. Os autres relatam o caso de uma criança com 6 anos de idade com diabetes mellitus tipo 1 inaugural e que se apresentou com cetoacidose e hiperlipidemia. Para além do tratamento com insulina endovenosa, foi realizada plasmaferese para tratamento da hipertrigliceridemia. Pretendemos demonstrar a aplicabilidade desta técnica na presença de níveis muito elevados de triglicéridos no sangue como prevenção primária de complicações associadas à hipertrigliceridemia.