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Sérgio Antonio Antoniuk
Clinical presentation of primary headaches in childhood and adolescence
Apresentação clínica das cefaleias primárias na infância e adolescência
Alcir Francisco da Silva; André Luis Santos do Carmo; Fernanda Wagner Fredo; Isac Bruck; Monica Nunes Lima Cat; Benaia Silva; Sérgio Antonio Antoniuk
Resid Pediatr. 2018;8(Supl.1):4-10 - Artigo Original
- DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-02
As cefaleias primárias na faixa etária pediátrica têm importante impacto na vida cotidiana e apresentam uma alta prevalência. O objetivo desse trabalho é fazer um levantamento dos principais sintomas apresentados na avaliação inicial de crianças e adolescentes com migrânea com aura (MCA), migrânea sem aura (MSA) e cefaleia do tipo tensional (CTT).
MÉTODOS: foram analisados os questionários de primeira consulta de 232 pacientes com cefaleias crônicas recorrentes. Foram incluídos 172 pacientes, dos quais 33 com MCA, 96 com MSA e 43 com CTT. Os grupos foram comparados em relação às características clínicas.
RESULTADOS: a dor era moderada/grave em mais de 80% dos pacientes; 87,8% de MCA teve pelo menos uma falta escolar devido a dor no último ano (p = 0,005); havia ausência de fator precipitante em 25,4% de CTT (p = 0,02); 55,5% de MCA apresentou sintoma premonitório (p = 0,0003); vertigem foi associada em 54,5% de MCA (p = 0,0008) e a ausência de sintomas associados em 18,6% na CTT (p = 0,00003).
CONCLUSÕES: apesar dos critérios de classificação das cefaleias serem claros, as manifestações clínicas são diversas e as diferentes entidades sofrem sobreposição de quadros. Contudo, há pequenas diferenças que permitem boa elucidação diagnóstica.
Febrile seizure in childhood: A review of the main concepts
Crise febril na Infância: Uma revisão dos principais conceitos
Mayara de Rezende Machado; André Luis Santos do Carmo; Sérgio Antônio Antoniuk
Resid Pediatr. 2018;8(Supl.1):11-16 - Artigo Original
- DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-03
Crise febril é definida como crise ocorrendo entre seis meses e cinco anos de idade associada à hipertermia, porém, sem evidências de infecção do Sistema Nervoso Central ou outra causa identificada. Crises febris simples são generalizadas e de curta duração. Crises febris complexas são prolongadas, isto é, com duração superior a 15 minutos e/ou focais, podendo recorrer nas próximas 24 horas. Estudos mostram que entre 2 e 5% das crianças podem apresentar ao menos uma crise febril até os 5 anos de idade. A evolução é benigna e a recorrência não cursa com déficit cognitivo, sendo poucos os casos que desenvolvem epilepsia. Fatores de risco para recorrência da crise febril são idade de início inferior a 18 meses, história familiar positiva, duração prolongada e intensidade da febre. Para epilepsia, os fatores de risco incluem atraso do desenvolvimento e crise febril complexa. O tratamento profilático pode ser intermitente com o uso de diazepínicos ou, então, contínuo com fenobarbital ou ácido valproico. Antipiréticos não são eficazes. Neste artigo serão revisados os principais conceitos a respeito das convulsões febris, seu diagnóstico e tratamento.
Tic Disorders
Transtornos de tique
Mariana Richartz Schwind; Sérgio Antonio Antoniuk; Simone Carreiro Vieira Karuta
Resid Pediatr. 2018;8(Supl.1):79-85 - Artigo Original
- DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-13
OBJETIVO: Este artigo tem como objetivo discutir os Transtornos de Tique na infância e adolescência.
MÉTODO: Revisão não sistemática da literatura atual, com foco em critérios diagnósticos, epidemiologia, apresentação clínica, fisiopatologia, fatores etiológicos, comorbidades, diagnóstico diferencial, investigação e tratamento.
RESULTADOS: As principais categorias dos Transtornos de Tique são o Transtorno de Tourette, o Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistente e o Transtorno de Tique Transitório, sendo este último o mais prevalente. A apresentação clínica envolve diferentes manifestações (motoras e vocais), que podem ser simples ou complexas e que cursam com modificação ao longo do tempo. Há flutuação nos sintomas, com períodos de maior e menor intensidade e frequência, sendo que fatores ambientais exercem influência nesse processo. São caraterísticas importantes a sugestionabilidade, a capacidade de supressão e a presença de sensações premonitórias. A fisiopatologia envolve os circuitos córtico-estriado-tálamo-corticais e entende-se que há um forte componente genético relacionado. Comorbidades neuropsiquiátricas ocorrem na maioria dos pacientes, com destaque para Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e Transtorno Obsessivo Compulsivo. O diagnóstico é clínico e uma investigação adequada deve ser realizada para exclusão de causas secundárias de alteração de movimento. O tratamento envolve psicoeducação, terapia comportamental e psicofármacos. Para os casos refratários, a estimulação cerebral profunda pode ser considerada.
CONCLUSÃO: Os Transtornos de Tique vêm sendo bastante estudados na atualidade, com novas evidências na literatura. O presente artigo, assim, pode propiciar uma visão atualizada sobre o tema.
Paroxysmal nonepileptic events in childhood and adolescence
Distúrbios paroxísticos não epilépticos na infância e adolescência
Mariana Richartz Schwind; Sérgio Antonio Antoniuk
Resid Pediatr. 2018;8(Supl.1):93-102 - Artigo de Revisao
- DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-15
OBJETIVO: o objetivo deste artigo é descrever os principais distúrbios paroxísticos não epiléticos, ou crises não epilépticas (CNEs), na infância e adolescência, enfatizando os aspectos semiológicos para a identificação clínica dos mesmos, pontuando diferenças em relação a crises epilépticas (CEs) e destacando as diretrizes terapêuticas gerais.
MÉTODO: revisão não sistemática de literatura, com foco em estudos de semiologia, caraterísticas clínicas e tratamento. Foram consultados ainda manuais de classificação.
RESULTADOS: as CNEs podem ser divididas em crises não epilépticas fisiológicas (CNEFs) – fenômenos hipóxico-isquêmicos, transtornos do sono, transtornos dos movimentos e transtornos associados a migrânea – e crises não epilépticas psicogênicas (CNEPs) – especialmente transtorno conversivo (transtorno factício, simulação e transtorno de pânico também são abordados). Existe uma grande variedade de CNEs que pode simular CEs. Cerca de 15% dos pacientes encaminhados para Centros de Epilepsia da Infância apresentam eventos não epilépticos, os quais, em grande parte das vezes, não requerem tratamento e apresentam resolução espontânea.
CONCLUSÃO: é muito importante que o médico saiba identificar as CNEs para evitar um diagnóstico equivocado de epilepsia e suas implicações, como realização de exames complementares desnecessários, uso iatrogênico de medicamentos antiepilépticos e ocorrências de consequências psicossociais negativas para o paciente e sua família.
Use of antipsychotic agents in children and adolescents
Uso de antipsicóticos em crianças e adolescentes
Claudia Santos Oliveira Hartmann; Sergio Antonio Antoniuk; Giovani Ceron Hartmann; André Luis Santos do Carmo
Resid Pediatr. 2022;12(4):1-6 - Artigo Original
- DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n4-584
OBJETIVO: Descrever um perfil do paciente pediátrico que faz tratamento regular com antipsicóticos.
MÉTODOS: Estudo descritivo de uma série de casos, com coleta de dados transversal dos prontuários de pacientes em uso de antipsicóticos, menores de 14 anos atendidos em um serviço de neuropediatria de abril a julho de 2020. Para análise estatística, utilizou-se teste exato de Fisher e teste Qui-quadrado de Pearson com nível de significância de 5%.
RESULTADOS: Avaliaram-se 98 pacientes e 74 (75,5%) eram do sexo masculino, a mediana de idade no período da avaliação foi de 8,5 (2,5 a 14 anos). O principal diagnóstico foi Transtorno de Espectro Autista (53%) e déficit Intelectual (46,9%). As indicações da prescrição mais frequentes foram agressividade (76,5%) e agitação (43,8%). Os principais medicamentos prescritos foram a risperidona (85,7%) e a periciazina (6,1%). Os efeitos adversos mais evidenciados foram o ganho de peso (15,3%) e o aumento de apetite (10,2%). A escala MOAS (Modified Overt Aggression Scale) apresentou alteração em 71 pacientes (72,4%). A evolução clínica foi relatada como favorável pelos pais para 95 pacientes (96,94%).
CONCLUSÕES: O uso de antipsicóticos em pediatria está em constante expansão, porém ainda faltam estudos sobre os efeitos nessa população e, com isso, o uso off label torna-se corriqueiro. Espera-se que mais estudos sobre o uso de antipsicóticos na faixa etária pediátrica sejam desenvolvidos.