RESUMO
Objetivo: Atualização de conhecimentos sobre tratamento da febre em pediatria. Fontes dos dados: Revisão não-sistemática de MEDLINE, SciELO e Google Scholar, com os termos fever, feverphobia, antipyretic e de listas de referências dos artigos encontrados, capítulos de livro e artigos clássicos. Síntese dos dados e conclusões: Febre é a elevação da temperatura corpórea acima da variação diária normal; uma resposta fisiológica complexa à doença, caracterizada por uma elevação regulada da temperatura central do corpo e ativação de sistemas imunológicos; tem baixa probabilidade de causar danos e pode ser benéfica. Há evidências de que a supressão medicamentosa da febre, vista como resposta adaptativa evoluída a infecções, provavelmente aumentaria sua morbidade. Os pais precisam ser bem orientados sobre os objetivos principais em caso de febre: reconhecer sinais de doenças potencialmente graves, melhorar o conforto da criança e manter um estado adequado de hidratação. Não há estudos em humanos que tenham demonstrado de modo convincente que o uso de antipiréticos em infecções comuns virais ou bacterianas traga riscos clinicamente relevantes. Drogas antipiréticas não previnem convulsões febris, devem ser reservadas para crianças com desconforto físico, com temperatura acima de 38,2°C, e devem sempre ser usadas em regime de monoterapia, não superpondo ou intercalando drogas diferentes. As maiores críticas aos regimes de drogas combinadas apontam as diferenças clinicamente desprezíveis e o risco nefrotoxicidade e de erros de dosagem por confusão dos cuidadores.
Palavras-chave: antipirético; febre; febrefobia.