RESUMO
OBJETIVOS: Relatar um caso de atresia de coana unilateral esquerda em lactente de 4 meses e fazer uma revisão sobre atresia coanal congênita.
DESCRIÇÃO: Lactente de quatro meses, feminino, com história de dispneia e obstrução nasal unilateral à esquerda, desde o nascimento. Procurou o serviço de Pediatria com queixa de tosse produtiva acompanhada de secreção nasal hialina, sem febre e outros sintomas. A radiografia de tórax de admissão apresentava infiltrado pneumônico para-hilar à esquerda. Foram prescritos antibióticos e sintomáticos. Apesar do tratamento, o lactente persistia apresentando episódios de dispneia e obstrução nasal acentuada à esquerda. Diante do quadro, foi considerada a hipótese de atresia coanal, sendo solicitada radiografia de coana, que evidenciou parada de progressão do contraste ao nível de coana esquerda por obstrução da mesma. Foi solicitada tomografia computadorizada dos seios da face que mostrou obstrução da coana esquerda por tecido fibroso, confirmando hipótese clínica de atresia de coana unilateral esquerda. Realizou-se correção cirúrgica endoscópica transnasal, sem intercorrências durante o pós-operatório, recebendo alta hospitalar com recuperação total do quadro.
CONCLUSÕES: A obstrução nasal em recém-nascidos é potencialmente grave, sendo a atresia coanal uma das causas de obstrução nasal. Apesar da afecção ser rara, seu diagnóstico deve ser suspeitado em casos de dificuldade de progressão da sonda na nasofaringe dos recém-nascidos. A atresia unilateral, geralmente, tem seu diagnóstico retardado pela carência de sintomas, enquanto os casos de atresia bilateral são precocemente diagnosticados, devido ao quadro de insuficiência respiratória que se instala, necessitando de tratamento imediato, pois pode ser potencialmente fatal.
Palavras-chave: atresia das cóanas; criança; diagnóstico; obstrução nasal.