VOLUME15 -
NÚMERO
1
Jan/
Mar -
2025
Edição em construção: publicação contínua.
Artigo de Revisao
Benefits of breastfeeding in reducing cardiovascular risk in children in the medium and long term: a systematic review
Ronaldi Gonçalves dos Santos; Tarcila Antunes de Oliveira Banagouro
Resid Pediatr. 2025;15(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2025.v15n1-1199
OBJETIVO: Revisar qual é a influência da amamentação com leite materno na saúde cardiovascular a médio e longo prazo.
MÉTODO: Foi realizada a busca sistemática da literatura em inglês, português e espanhol nas seguintes bases de dados: PubMed/MEDLINE, Embase, Cochrane e Scopus. Os principais descritores em ciência da saúde buscados em português e inglês foram: "breastfeeding" e "risk cardiovascular".
RESULTADO: Este estudo revisou 5.936 pacientes que foram avaliados quanto a fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e a influência da amamentação com leite materno. Dentre os ensaios observou-se uma leve prevalência do sexo masculino em relação ao feminino. A idade média dos estudos variou entre 13,2 e 71 anos.
CONCLUSÃO: A amamentação exclusiva por pelo menos 3-6 meses com leite materno pode estar relacionada à redução do risco cardiovascular por redução de fatores de risco como a reposta endotelial, espessura médio-intimal, chance de desenvolvimento de placas aterosclerótica, colesterol total, pressão arterial e razão LDL/HDL. Também foi observada redução de hemoglobina glicada em pacientes não diabéticos. Além disso, a soma dessas variáveis pode refletir em uma saúde cardiovascular favorável. No entanto, não foi observada diferença estatística em relação ao índice de massa corporal, triglicerídeos e glicemia.
Relato de Caso
Sweet's syndrome in children: a case report
Paula Brandalise Nunes; Paula Pozzolo Ogeda; Giselly Dostoievski Quezado Leite Alverne; Maiara Raíssa dos Santos; Paulo Ramos David João
Resid Pediatr. 2025;15(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2025.v15n1-1201
INTRODUÇÃO: A síndrome de Sweet (SS) é caracterizada por lesões cutâneas que podem se apresentar como pápulas, placas ou nódulos, difusos, dolorosos e eritematosos, associados à febre, sintomas inespecíficos e manifestações multissistêmicas.
RELATO DE CASO: Lactente com pápulas que progrediram para placas dolorosas associadas à febre e sintomas sistêmicos com 2 meses de evolução, não responsivo à antibioticoterapia. Realizada biópsia cutânea e iniciado tratamento com corticoide sistêmico com boa resposta.
CONCLUSÃO: Dermatose rara na população pediátrica, que faz diagnóstico diferencial com diversas condições infecciosas e inflamatórias. A associação com malignidades ocorre em parte dos casos, sendo necessária a sua exclusão. Apresenta resposta dramática à corticoterapia e necessita seguimento devido ao risco de recorrência.
Hemolytic-uremic syndrome by genetic mutation DGKE: family case report in pediatrics
Sâmia Marques Lourenço Landim; Káthia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntini
Resid Pediatr. 2025;15(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2025.v15n1-849
A síndrome hemolítico-urêmica (SHU) é uma causa importante de injúria renal aguda (IRA) na infância e sua etiologia mais comum é a colite pela Escherichia coli produtora da toxina Shiga. Mutações genéticas no sistema complemento são responsáveis por casos mais raros de SHU e eram as únicas mutações relacionadas a essa síndrome. Novas mutações não relacionadas ao sistema complemento foram descritas em pacientes com SHU, sendo a primeira dessas mutações encontrada no gene que codifica a proteína diacilglicerol quinase épsilon (DGKE). Relatamos dois casos de SHU por mutação no gene DGKE no primeiro ano de vida de duas crianças da mesma família, dada a raridade dessa doença e a evolução para doença renal crônica (DRC), alertando assim para a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado para redução das taxas de morbimortalidade. O primeiro caso, uma menina de 4 meses com febre e tosse evoluiu para convulsão tonicoclônica generalizada, anemia grave, trombocitopenia e IRA. Após permanecer grave, o tratamento com eculizumab foi iniciado. A diálise foi realizada por um ano, após o qual houve melhora parcial da função renal. O eculizumab foi administrado durante um ano e oito meses, sendo suspenso após o resultado de teste genético confirmando a mutação no gene DGKE. O segundo caso, uma menina de 11 meses com história de infecção de vias aéreas superiores, erupção cutânea difusa, edema periorbital, anasarca, oligoanúria, anemia, trombocitopenia e injúria renal aguda. A paciente foi submetida a apenas uma sessão de diálise peritoneal, pois houve melhora parcial da função renal.
Corrected transposition of great arteries in joint housing routine: Case report
Bruno Dias Queiroz; Vinicius Dorighetto Ardisson; Sônia Maria Alves Andrade; Priascila de Castro Soares Barreto; Andrea Lube Antunes de S Thiago Pereira
Resid Pediatr. 2025;15(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2025.v15n1-1187
INTRODUÇÃO: Reportamos um caso de uma recém-nascida portadora de Transposição Corrigida de Grandes Artérias, cardiopatia congênita associada à atresia pulmonar, comunicação interatrial, comunicação interventricular e situs inversus. Submetida à cirurgia de Blalock-Taussig-Thomas modificado com sucesso.
OBJETIVOS: Descrever sobre a Transposição Corrigida de Grandes Artérias, revendo a anatomia, elucidando os exames complementares confirmatórios e a conduta em um atendimento emergencial diante de cardiopatia congênita dependente de canal arterial.
RELATO DE CASO: Recém-nascido termo, adequado para idade gestacional, sexo feminino, nascido de parto normal sem necessidade de reanimação neonatal. A mãe realizou pré-natal regular, sem intercorrências. Na visita de rotina em alojamento conjunto, paciente apresentava cianose importante, sem alteração no exame físico que explicasse clínica.
CONCLUSÃO: Reforça-se a importância dos ultrassons durante pré-natal em busca do diagnóstico precoce de anomalias congênitas e presença de equipe multidisciplinar preparada para identificar sinais clínicos indicativos de cardiopatia cianótica crítica, permitindo atendimento rápido e assertivo fundamentais para um desfecho favorável para o recém-nascido.
Hyperinsulinemic hypoglycemia of childhood refractory to the use of diazoxide in an infant: case report
Ana Beatriz Charantola Beloni; Ana Clara Charantola Beloni; Mila Pontes Ramos Cunha; Fabio Roberto Amar
Resid Pediatr. 2025;15(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2025.v15n1-1189
INTRODUÇÃO: A hipoglicemia hiperinsulinêmica da infância é uma patologia rara, grave, porém é a etiologia mais comum de hipoglicemia persistente em crianças e neonatos. Pode ser congênita, secundária, associada a doenças metabólicas e síndromes genéticas, como a Beckwith-Wiedmann.
OBJETIVO: Relatar o caso de hipoglicemia refratária ao uso de diazóxido e descrever a importância do diagnóstico e da terapêutica.
RELATO DE CASO: Lactente do sexo feminino em investigação de hiperinsulinismo congênito não responsivo a diazóxido, com imagem sólido-cística em topografia de pâncreas. Foi realizada pancreatectomia caudal, porém paciente continuou com episódios de hipoglicemia e evoluiu com distensão abdominal e intolerância à dieta enteral. Nova tomografia computadorizada de abdome mostrou sinais de ressecção da cauda pancreática com alças intestinais, sem sinais de tumoração, diagnosticando como nesidioblastose. Paciente manteve quadro de hipoglicemia mesmo com uso de octreotide, sendo encaminhada à cirurgia para pancreatectomia subtotal com exérese de tumor retroperitoneal. Após estabilização do quadro em unidade de terapia intensiva, recebeu alta para seguimento em ambulatório de endocrinologia pediátrica e investigação para a síndrome de Beckwith-Wiedmann.
CONCLUSÃO: O diagnóstico é clínico e a terapêutica consiste no uso de diazóxido via oral, visando prevenir crises hipoglicêmicas e evitar repercussões sistêmicas. Pelo potencial de gravidade, a demora para o diagnóstico e tratamento corretos pode levar a complicações para toda a vida, como danos neurológicos graves.