1 - O podcast da revista Residência Pediátrica
The Pediatrics Residency podcast
Marilene Crispino
Resid Pediatr. 2019;9(3):210 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-02
Edição completa
Editorial
The Pediatrics Residency podcast
Marilene Crispino
Resid Pediatr. 2019;9(3):210 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-02
The Code of Medical Ethics, together with bioethics, follows social and medical advances
Sidnei Ferreira
Resid Pediatr. 2019;9(3):201-202 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-01
Artigo de Revisao
Recommendations on the use of antimicrobials in upper respiratory tract infections in pediatrics
Déborah Elisa de Almeida Winter; Lúcio Henrique de Oliveira
Resid Pediatr. 2019;9(3):284-289 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-15
OBJETIVO: Realizar uma atualização do tema por meio de uma revisão da literatura e determinar, dentre os estudos mais atuais, quais são as últimas recomendações acerca da conduta nas infecções mais comuns de via respiratória alta. MÉTODOS: Foi realizada uma busca nas plataformas Medline, PubMed, Scielo, Lilacs e Cochrane, utilizando-se palavras-chave sobre o tema e, após seleção dos principais artigos, procedeu-se à análise dos mesmos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As infecções de vias aéreas superiores fazem parte da maioria das consultas ambulatoriais e em pronto-atendimentos, portanto, impõe-se aos profissionais que atendem crianças, a necessidade de atualização permanente a fim de que seu trabalho seja realizado da maneira correta. Um dos problemas mais preocupantes é a prescrição de antimicrobianos, que vem ocorrendo de maneira indiscriminada. Portanto, faz-se necessário rever os critérios para a conduta correta nas infecções de vias aéreas superiores (IVAS) e a indicação de antimicrobianos, a fim de evitar o aumento da incidência da resistência bacteriana, de efeitos adversos e de elevação desnecessária no custo dos tratamentos.
Artigo Original
Streptococcus pyogenes orophanynx research in indigeneous village of the West of Parana
Lilian Ferreira Shikasho; Luzia Neri Cosmo Machado; Milene de Moraes Sedrez Rover; Marcos Antonio da Silva Cristovam; Nereida Mello da Rosa Gioppo; Lana Rubia Backes Rosseto; Mary Anne Pompeu Smarczenski; Adriana Chassot Bresolin
Resid Pediatr. 2019;9(3):261-264 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-11
OBJETIVO: Realizar cultura de secreção de orofaringe de indígenas da aldeia Tekohá Jevy, localizada no município de Guaíra, Paraná, visando determinar a presença de Streptococcus pyogenes. MÉTODO: Estudo observacional do tipo transversal, no qual foram coletadas 127 amostras de secreção da orofaringe de indígenas através de swab estéril, semeadas em ágar sangue de carneiro 5% e incubadas de 24 a 48 horas. As colônias com padrão de beta-hemólise foram submetidas à teste de sensibilidade a sulfametoxazoltrimetoprima, bacitracina, catalase e teste rápido da L-Pyrrolidonyl-Beta-Naphytylamide (PYR). As seguintes variáveis também foram avaliadas: sexo, idade e presença de secreção purulenta em orofaringe no momento da coleta. RESULTADOS: O maior número de coletas foi obtido em crianças de quatro a 11 anos de idade (45,7%) e do sexo feminino (58,3%). Nenhum participante apresentou sinais de faringoamigdalite no momento da coleta do material e nenhuma amostra teve cultura compatível com a bactéria pesquisada. CONCLUSÕES: Não houve a presença de S. pyogenes na população estudada, o que pode significar menor taxa de contaminação e disseminação da bactéria em populações isoladas.
Uncomplicated community-acquired pneumonia in immunocompetent children
Stephanie Schafer; Valentina Chakr; Gabriela Petitot
Resid Pediatr. 2019;9(3):265-269 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-12
A pneumonia é uma das principais causas de mortalidade em crianças fora do período neonatal. Sua prevalência tem diminuído nos últimos anos principalmente devido à implementação de vacinas contra S. pneumoniae e H. influenzae tipo b. Os principais patógenos causadores variam conforme a faixa etária, sendo o pneumococo um agente prevalente em crianças a partir dos 2 meses de idade. Não há sintomas específicos e sinais radiológicos patognomônicos de pneumonia. Quadros iniciais podem apresentar radiografia de tórax normal e a presença de alterações não diferencia causas bacterianas de virais. Exames de imagem devem ser realizados em pacientes hospitalizados, sendo dispensáveis para pacientes atendidos ambulatorialmente. Outros exames de imagem têm surgido como opção para auxílio diagnóstico, como ecografia torácica e ressonância magnética pulmonar. Assim como os exames de imagem, os exames laboratoriais devem se restringir ao ambiente hospitalar e seu resultado deve ser interpretado dentro do contexto clínico e de demais exames complementares. O isolamento do agente etiológico é útil no manejo terapêutico, para garantir o uso correto de antibioticoterapia, reduzindo as taxas de resistência bacteriana. Entretanto, a sensibilidade destes exames continua baixa, sendo necessário iniciar tratamento conforme o germe mais prevalente para a faixa etária e conforme o estado vacinal do paciente. Os principais antimicrobianos utilizados em ambiente hospitalar e ambulatorial são penicilina e amoxicilina, respectivamente. Em caso de suspeita de pneumonia atípica, deve-se fazer uso de macrolídeos.
Profile of hospitalized children with sickle-cell crisis
Maria do Bom Sucesso Lacerda Fernandes Neta; Claudia Maria de Carvalho Cardozo Cendon
Resid Pediatr. 2019;9(3):228-233 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-06
OBJETIVOS: Descrever o perfil de pacientes com doença falciforme e crise álgica internados no bloco pediátrico de unidade hospitalar entre janeiro de 2014 e outubro de 2016. MÉTODOS: Estudo descritivo, retrospectivo, com análise e coleta de dados de prontuários. Critérios de inclusão: CID na admissão de anemia falciforme COM crise (D57.0) e de exclusão: CID de anemia falciforme SEM crise (D57.1). RESULTADOS: Houve 99 internações de 42 pacientes, 42,9% do sexo feminino e 57,1% do sexo masculino; idade entre 1 e 17 anos, sendo 45,2% entre 6 e 12 anos; em 47,6% dos casos, o diagnóstico foi no período neonatal; 91% das internações foram por crises álgicas; em 55,5% dos casos, a crise envolveu mais de um sítio de dor simultaneamente e em 44,5%, dor em sítio único: 14% dor abdominal, 15% em membros inferiores, 5% em membros superiores, 4,5% cefaleia, 3% dor torácica, 1% dorsalgia, 1% lombalgia e 1% cervicalgia; 85,7% dos pacientes apresentaram internações prévias, por crises álgicas e infecções; 59,5% fez uso de opioide (morfina); 31% fazia uso de hidroxiureia. CONCLUSÕES: Leve predomínio do sexo masculino, maioria dos pacientes em idade escolar e com diagnóstico no período neonatal. Crise álgica foi a principal causa de internação e dor em mais de uma localização simultânea a mais prevalente.
Skin disorders in childhood: pattern of dermatoses in a Pediatric Dermatology workforce 2016
Renata Rolim Sakiyama da Silva; Kerstin Taniguchi Abagge
Resid Pediatr. 2019;9(3):234-239 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-07
OBJETIVO: Traçar um perfil dos pacientes encaminhados aos centros especializados de Dermatologia Pediátrica e atendidos no mutirão realizado em 2016. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, observacional e analítico. Os dados foram coletados a partir das fichas dos pacientes atendidos, sendo incluídas as crianças e adolescentes de zero a 16 anos atendidas no mutirão. Os dados avaliados foram: idade, sexo, tempo de evolução da doença, tratamentos prévios, comorbidades, hipóteses diagnósticas, condutas e desfechos. RESULTADOS: Dos 261 pacientes, 59% eram do sexo feminino, 13,8% lactentes, 31,4% pré-escolares, 31,8% escolares e 22,9% adolescentes. 62,5% não apresentava comorbidades e, entre as que apresentavam, observou-se um predomínio de doenças atópicas: rinite em 22,6% dos casos e asma em 15%. A maioria, 63,2%, já havia recebido algum tipo de tratamento. O grupo das doenças eczematosas foi o mais prevalente (37,2%), seguido pelas infecciosas (21%) e hiperplasias e neoplasmas benignos (15,7%). Dermatite atópica ocorreu em 19,9% dos pacientes. Entre as infecções, as virais ocorreram em maior número (11,8%), principalmente nos grupos pré-escolar e escolar. Dentro das desordens glandulares, a acne foi a mais frequente (11,5%), tendo maior prevalência no grupo de adolescentes. Mais da metade dos pacientes recebeu alta, 32,6% foram encaminhados para a Dermatologia Pediátrica e 9,6% orientados a manter o acompanhamento na Unidade de Saúde. CONCLUSÃO: As doenças eczematosas foram as mais frequentes, seguidas pelas infecciosas e pelo grupo das hiperplasias e neoplasmas benignos. A dermatite atópica foi a doença mais prevalente entre os pacientes atendidos.
Indication of neonatal palliative care: need for a guideline?
Vivian Taciana Simioni Santana; Cibele Regina Laureano Gonçalves; Estéfanie Santana Teixeira Santos; Priscila Endo Takahashi Kawano; Pamela Helena Leme S Costa; Cibele Wolf Lebrão; Mônica Carneiro; Sílvia Maria de Macedo Barbosa
Resid Pediatr. 2019;9(3):275-283 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-14
OBJETIVO: Descrever o perfil dos recém-nascidos internados em unidade de terapia intensiva neonatal de uma maternidade universitária terciária no período de 01/08/2016 a 31/03/2018 e avaliar quantos pacientes teriam indicação de cuidados paliativos, analisando a terapêutica implantada. MÉTODOS: Realizou-se um estudo retrospectivo, analisando prontuários dos pacientes para coleta de dados e análise estatística descritiva. RESULTADOS: No período de estudo foram avaliados 262 prontuários de pacientes que internaram na unidade de terapia intensiva neonatal. Destes, 196 evoluíram bem, sem agravos e sequelas, sem nenhuma afecção limitante, sendo excluídos da indicação de paliativos. 42 pacientes foram a óbito e 24 tinham hipótese diagnóstica de alguma doença limitante de vida, mas que evoluíram estáveis e receberam alta da unidade. Os que foram a óbito, mesmo em processo de morte, já com bomba de infusão contínua de drogas de reanimação, sofreram manobras de ressuscitação. Nenhum dos recém-nascidos estudado foi acompanhado pela equipe de cuidados paliativos, pois não houve solicitação dos neonatologistas para a especialidade. CONCLUSÕES: Observou-se neste estudo uma população com indicação de cuidados paliativos que não recebeu este cuidado, pela falta de solicitação da equipe, tanto no grupo de finitude para qualificar o processo de morte e luto quanto para os que receberam alta da unidade com limitações de vida. Após a análise dos dados, foi realizado um fluxograma norteador com critérios de elegibilidade para cuidados paliativos, visando auxiliar na decisão e acionamento da equipe.
Epidemiological and healthcare access profiles of children and adolescents with cerebral palsy in a municipality in the brazilian state of Espírito Santo
Rachel Almeida Santos; Valmin Ramos Da-Silva; Janine Pereira dos-Santos; Amanda Neves Siqueira
Resid Pediatr. 2019;9(3):252-260 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-10
OBJETIVOS: Verificar o perfil epidemiológico e a disponibilidade da assistência multidisciplinar à saúde de crianças e adolescentes com Paralisia Cerebral (PC) atendidos em um hospital do Espírito Santo. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, observacional e transversal, com 30 crianças e adolescentes com PC, até 19 anos de idade completos, internados em um hospital pediátrico do Espírito Santo, utilizando-se entrevista estruturada para obtenção de variáveis, do período pré, peri e pós-natal, do acesso à assistência à saúde e da equipe multidisciplinar no momento do diagnóstico de PC e no momento da entrevista. RESULTADOS: Houve predomínio do sexo masculino 22 (73,3%) e 21 (70,0%) do estrato socioeconômico D/E. 28 (93,3%) tendo a mãe a responsabilidade pelos cuidados. Prematuridade 8 (26,7%), baixo peso ao nascer 12 (40,0%) e asfixia neonatal 6 (20,0%) foram frequentes. Observou-se que muitos pacientes não tiveram acesso aos serviços por diversos motivos, dentre eles, longas filas de espera, ausência ou insuficiência do profissional na rede, falta de encaminhamentos e dificuldades de transporte dos pacientes. CONCLUSÃO: Evidenciou-se que é importante haver uma equipe articulada, com visão na integralidade do cuidado para a melhoria da qualidade da assistência à saúde ofertada a população do estudo.
Profile of the use of sedoanalgesia in children under mechanical ventilation in an intensive care unit
Maylla Moura Araújo; July Lima Gomes; Renanna Najara Veras Rodrigues; Lorena Keli Lemos Piauilino Cruz
Resid Pediatr. 2019;9(3):246-251 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-09
OBJETIVO: Descrever o uso de analgésicos e sedativos em crianças submetidas à ventilação mecânica em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, identificando as drogas utilizadas, doses e duração, além de verificar a ocorrência de síndrome de Abstinência. MÉTODOS: Realizou-se um estudo de caráter observacional, transversal, retrospectivo, descritivo, com abordagem quantitativa e análise secundária dos dados. Participaram crianças admitidas em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, entre os meses de julho de 2014 e junho de 2015, com necessidade de terapia analgésica e/ou sedativa em infusão contínua e de ventilação mecânica, que permaneceram no setor por mais de 12 horas. RESULTADOS: Identificou-se um total de 41 indivíduos, correspondendo a 63% dos pacientes internados. As medicações empregadas para sedoanalgesia contínua foram Midazolam, Cetamina e Fentanil. Esses fármacos foram utilizados em baixas doses de infusão por um tempo médio de 11,5±11,4 dias. A síndrome de Abstinência ocorreu em 39% dos pacientes, sendo que estes fizeram uso das mesmas por um período médio de 19,31(±11,57) dias. Observou-se uma relação entre sedoanalgesia prolongada com o desenvolvimento da síndrome (p<0,001), uma vez que 70% daqueles que receberam sedoanalgesia contínua por um período superior a 7 dias desenvolveram abstinência. CONCLUSÕES: O emprego de analgésicos e sedativos configurou-se prática bastante frequente e, devido ao tempo de uso prolongado dos fármacos, verificou-se ocorrência importante de síndrome de Abstinência.
Profile of pediatric pacients hospitalized for neurologic disorders
Laura Reis Vilela; Luiza Valle de Oliveira Brízida; Marina de Freitas Pádua; Bruna Mathias Silva; Lisiane Seguti Ferreira
Resid Pediatr. 2019;9(3):270-274 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-13
OBJETIVOS: O levantamento teve como objetivo compreender melhor o perfil clínico e demográfico dos pacientes pediátricos hospitalizados por causas neurológicas ou portadores de doença neurológica, internados por intercorrências clínicas no Hospital Universitário de Brasília. MÉTODOS: Consiste em um estudo observacional descritivo retrospectivo realizado no Hospital Universitário de Brasília (HUB) de levantamento de dados sobre pacientes internados no período de janeiro de 2015 a maio de 2018. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário de Brasília. RESULTADOS: A principal causa de internação no HUB no grupo estudado é crise epiléptica. A faixa etária mais afetada é entre um e cinco anos de idade. O tempo médio de internação é prolongado, aumentando os riscos, inclusive de infecção hospitalar. Metade dos pacientes internados, ao receberem alta, continuam em acompanhamento ambulatorial no HUB. CONCLUSÕES: Os dados obtidos podem servir como base para elaborar medidas de prevenção à saúde e auxiliar na análise crítica quanto à real necessidade de internação desses pacientes, a fim de garantir uma melhor assistência pediátrica.
Neurological diseases in pediatric indigenous population in the University Hospital of Brasília
Rúbria Liziero Picoli; Lisiane Seguti Ferreira
Resid Pediatr. 2019;9(3):216-221 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-04
OBJETIVOS: Identificar e caracterizar, do ponto de vista epidemiológico e clínico, os pacientes indígenas, com idade inferior a 18 anos, portadores de distúrbios neurológicos atendidos no Hospital Universitário de Brasília. MÉTODOS: Trata-se de estudo descritivo e retrospectivo realizado por meio de análise de prontuários de pacientes indígenas com idade inferior a 18 anos, que foram atendidos no hospital universitário de referência durante o período de janeiro de 2014 a dezembro de 2016. RESULTADOS: Foram identificados 24 pacientes, sendo que 18 eram acompanhados na Neuropediatria. Dentre estes, a idade média no primeiro atendimento foi de 5,2 anos, com predomínio do sexo masculino. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xingu foi a origem de 11 pacientes. Observou-se que 61,1% dos pacientes receberam diagnóstico de epilepsia, com a etiologia infecciosa em 36% dos casos. Outros diagnósticos encontrados foram de cefaleia, alteração de perímetro cefálico, encefalopatia crônica não progressiva, síndrome de Guillain Barre e mielite transversa. Foi observada baixa adesão terapêutica. Todos os seis pacientes com agravos neurológicos atendidos em outras especialidades apresentavam diagnóstico de atraso de desenvolvimento neuropsicomotor associado às comorbidades. O cenário de maior atendimento foi ambulatorial. CONCLUSÕES: As crianças e adolescentes indígenas, portadoras de doença neurológica atendidas no Hospital Universitário de Brasília, foram em sua maioria do sexo masculino, provenientes do DSEI Xingu e pertencentes à faixa etária pré-escolar. A epilepsia foi a condição mais frequentemente identificada e o atraso de desenvolvimento neuropsicomotor associado às comorbidades foi visto em pacientes de outras especialidades. Observou-se ainda a baixa adesão terapêutica.
Kawasaki disease: the importance of early recognition
Rafaela Cristina Brito Gonçalves; Sidnei Delailson da Silva
Resid Pediatr. 2019;9(3):222-227 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-05
A doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite autolimitada de etiologia ainda desconhecida que acomete predominantemente crianças abaixo de 5 anos de idade. Estudos evidenciam alguns fatores de risco, mas ainda sem nenhuma confirmação. O diagnóstico baseia-se em critérios clínicos e o prognóstico a longo prazo é determinado pelo envolvimento das artérias coronárias. OBJETIVO: Descrever os casos de pacientes internados na ala de Pediatria Geral do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte com diagnóstico de doença de Kawasaki. Métodos: Foram selecionados os pacientes internados no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2017 que receberam alta com hipótese diagnóstica de doença de Kawasaki. Foi realizado estudo descritivo através da análise dos prontuários desses pacientes. RESULTADOS: Foram analisados 11 casos, a idade média foi de 3,1 anos. Sete pacientes receberam o diagnóstico de doença de Kawasaki na admissão, juntamente com outras hipóteses. O tempo de febre variou de 6 a 30 dias. Oito pacientes preencheram critérios para o diagnóstico de DK, os demais enquadraram no diagnóstico de DK incompleta. Sete crianças receberam imunoglobulina, cinco ficaram afebris após o uso da medicação. Todos esses também iniciaram o uso de ácido acetil salicílico (AAS). Todos os pacientes realizaram ecocardiograma, sendo que quatro deles apresentaram alteração no exame. CONCLUSÃO: O diagnóstico de doença de Kawasaki ainda é dado de forma tardia e muitas vezes confundido com outras doenças mais comuns da infância, causando retardo no tratamento, o que pode favorecer ao aumento do risco das complicações cardíacas.
Epidemiological profile of prematures below 1500g, bearers of persistence of the arterial canal
Anelise Maria Fonseca Pinheiro; Anna Christina do Nascimento Granjeiro Barreto; Melina Tertulino de Lima; Fernanda Priscila Soares da Costa Menezes; Márcia Silva Moisés Filgueira de Negreiros
Resid Pediatr. 2019;9(3):240-245 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-08
OBJETIVOS: Descrever o perfil epidemiolgicgico dos recém-nascidos muito baixo peso ao nascer, com diagngicstico de persistência do canal arterial (PCA), na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) em maternidade escola, no ano de 2015. MÉTODOS: Estudo transversal. Foi realizada coleta de informações de banco de dados, em qual constavam todos os bebês que estiveram internados na UTI neonatal e que foram avaliados pela cardiologia pediátrica em 2015. A amostra consistiu em todos os bebês que tiveram peso ao nascer menor que 1500 gramas e diagngicstico de PCA, com avaliação de informações do pré-natal, características epidemiolgicgicas, morbidades no período neonatal e tratamento. A análise estatística descritiva foi realizada com o programa PSPP 1.0.1. RESULTADOS: A amostra final consistiu em 28 recém-nascidos. Dos bebês com PCA, 67,8% tinham peso ao nascimento menor que 1000g. O PCA foi tratado com ibuprofeno em 25% dos recém-nascidos. A sepse tardia foi observada em 89,3%. A ventilação mecânica esteve presente em 89,3% dos bebês e 64,2% eram dependentes de oxigênio aos 28 dias de vida. CONCLUSÕES: A maioria dos pacientes estudados utilizaram ventilação mecânica e a maior parte deles eram dependentes de O2 aos 28 dias de vida; a prevalência de PCA é maior em prematuros extremo baixo peso ao nascer; o tratamento medicamentoso foi necessário em poucos pacientes; a sepse foi uma afecção frequente nos pacientes com PCA. São necessários mais estudos com amostras maiores e prospectivos no intuito de melhor avaliar fatores de risco, tratamento e morbidade em curto e longo prazo relacionadas a PCA.
Caso Interativo
A patient with a stone-hard abdominal mass. What is your diagnosis?
Adriana Paiva de Mesquita; Verônica Oliveira; Bruno Ribeiro da Rocha; Bernarda Silva Ferreira; Julia Leite; Bruna de Brito Silva Fernandes; Gabriela Freitas Milagres; Gabriela de Albuquerque e Albuquerque
Resid Pediatr. 2019;9(3):211-215 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-03
Ponto de Vista
The importance of palliative care for children with terminal disease and the need to consider the role of sleep disturbances within this contexto
Priscila Kalil Morelhão; Simone Brasil de Oliveira Iglesias; Sergio Tufik; Monica Levy Andersen
Resid Pediatr. 2019;9(3):359-361 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-35
What can the physiotherapist do for the child in palliative care?
José Luis Rodrigues Barbosa; Simone Brasil de Oliveira Iglesias
Resid Pediatr. 2019;9(3):355-358 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-34
A Organização Mundial da Saúde define os Cuidados Paliativos como “uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes (adultos e crianças) e suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida”. O fisioterapeuta em cuidados paliativos visa a melhora da qualidade de vida e do convívio social por meio de condutas que reabilitem funcionalmente o paciente, bem como auxilia o cuidador a lidar com o avanço rápido da enfermidade.
Relato de Caso
Early congenital syphilis and false-negative by Prozone Phenomenon
Luciane Silva de Moraes; Mara Valéria Matulonis d’Almeida; Mayra Ribeiro Conde
Resid Pediatr. 2019;9(3):341-343 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-31
OBJETIVO: A sífilis é uma doença infectocontagiosa, sistêmica, cosmopolita, de evolução crônica, curável, causada por uma espiroqueta, o Treponema pallidum, cujo ser humano é transmissor exclusivo.1,2 Desde 1960, foi observado um aumento na incidência dos casos de sífilis adquirida, e como consequência um aumento proporcional de sua transmissão vertical.6 Dada a relevância do tema, o presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico neste contexto e discutir os métodos diagnósticos. RELATO: Lactente, masculino, 46 dias, admitido com quadro de exantema maculo-papular e lesões erosivas circunscritas difusas há 24 horas, cuja mãe apresentou VDRL no pré-natal e parto negativos. Lactente foi admitido para investigação e tratamento, sendo realizado VDRL da puérpera e lactente, ambos positivos, sendo aventada a hipótese de um falso-negativo no momento do parto devido ao fenômeno Prozona. COMENTÁRIOS: Dadas às elevadas taxas de sífilis congênita no Brasil, apesar dos programas de controle, é possível questionar a qualidade da assistência ao pré-natal e parto, o conhecimento técnico dos profissionais de saúde acerca de qual método de exame diagnóstico é adequado, mas também quanto à interpretação do resultado, e questionar a existência de uma deficiência da técnica laboratorial, pois o fenômeno prozona pode ser evitado se o VDRL for executado de acordo com os protocolos operacionais.
Streptococcus agalactiae Acute Neonatal Parotitis: a rare form of late-onset neonatal infection
Catarina de Abreu Amaro; Constança Soares Santos; Ricardo Jorge Costa
Resid Pediatr. 2019;9(3):333-336 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-29
As tumefações parotídeas em idade pediátrica são situações clínicas atualmente pouco frequentes, sendo a parotidite aguda um dos diagnósticos diferenciais, considerado raro no período neonatal. O diagnóstico desta patologia é clínico e o agente etiológico mais comum é o Staphylococcus aureus. Recém-nascido sexo feminino, com 24 dias de vida, admitido por febre, irritabilidade e posteriormente sinais inflamatórios na região parotídea direita. Sem sinal patognomónico, confirmou-se ecograficamente uma parotidite aguda, isolando-se em hemocultura um Streptococcus agalatiae. Tratado com 14 dias de ampicilina, sem complicações ou recorrências. Devemos suspeitar de parotidite aguda nos recém-nascidos com tumefação na região parotídea, e perante este diagnóstico, é importante administrar empiricamente um antibiótico que cubra, não apenas o agente mais comum, mas também o Streptococcus agalactiae, minimizando o risco de complicações e recorrências.
Periodontitis caused by Actinomyces spp. in a child with Ascaris lumbricoides and Trichocephalus trichiurus: a case report
Nathália Rayane Silva Wanderley; Maria Antonia Ferreira Gomes; Lana Lira Cantidio de Medeiros; Fernanda Paula Dantas Lobo; Luiz Guilherme dos Santos Pinheiro; Tácito do Nascimento Jácome; Maria Goretti Lins Monteiro; Kleber Giovanni Luz
Resid Pediatr. 2019;9(3):337-340 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-30
Actinomyces spp. é uma bactéria anaeróbia facultativa gram-positiva, normal na flora endógena da cavidade oral. Infecções causadas por Actinomyces spp., especialmente actinomicose cervicofacial, são raras em crianças. Este artigo tem como objetivo apresentar um caso de periodontite causada por Actinomyces spp. em uma criança de 03 anos de idade multi-parasitada e discutir a interação eosinofilica e a resposta imune aos parasitos.
Phacomatosis pigmentovascularis: Case report
Thayla Baptista Campostrini; Renata Souza Lorenzoni; Priscila Tavares Andrade Dutra; Helena Arantes Pelegrine; Hannah Cade Guimarães; Christine Chambô Pignaton
Resid Pediatr. 2019;9(3):330-332 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-28
Phacomatosis pigmentovascularis is defined as the association of a vascular malformation with an extensive pigment nevus. It is currently classified by Happle into three groups: cesioflamea, spilorosea and cesiomarmorata. We report a case of a female newborn presenting with typical manifestations of cesioflamea phacomatosis pigmentovascularis, according to the classification above. The rarity of this genodermatosis, the clinical exuberance of the skin lesions and the need for recognition of this syndrome and its repercussions motivated this case report.
Case report: skin infection by Rhizopus sp in pediatric patient
Aline Mara da Silva Alves; Bruna Luiza Guerrer; Adriana Prazeres da Silva; Haroldo Luiz Lins e Silva; Mara Luci Goncalves Galiz Lacerda; Murilo da Silva Alves
Resid Pediatr. 2019;9(3):296-298 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-18
Os autores descrevem o caso de uma criança do sexo feminino, 7 meses, portadora de amiotrofia muscular espinhal que evoluiu com lesões cutâneas pelo agente Rhizopus sp em região de fixação da sonda orogástrica, não responsiva aos antibióticos e curativos. O fungo do gênero Rhizopus sp, ordem Mucorales, é responsável por infecções oportunistas graves em pacientes com deficiência na capacidade de resposta imune. Este estudo tem por finalidade relatar uma infecção cutânea agressiva (mucormicose/zigomicose) causada por esse fungo, com resolução por completo das lesões após terapêutica adequada e prolongada. Por fim, o artigo pretende abordar a importância de mais estudos já que, por se tratar de infecção incomum, não há na literatura tratamento padronizado.
Congenital chylothorax and primary lymphoedema: a case report
Beatriz Maria Vilaça; João Arthur Pazello; Adria Karina Farias; Leilane de-Oliveira; Miguel Angelo Stremel Andrade; Andre Ivan Bradley dos Santos Dias; Miguel Angelo Agulham; Camila Girardi Fachin
Resid Pediatr. 2019;9(3):344-346 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-32
OBJETIVO: Relatar o caso de uma criança com diagnóstico de quilotórax congênito e linfedema primário sem alterações cromossômicas. MÉTODOS: Foi realizada a revisão do prontuário da paciente e revisão de literatura na base de dados Pubmed. RESULTADOS: Paciente feminina, com ultrassom pré-natal apresentando derrame pleural bilateral, edema subcutâneo e pieloectasia à direita. Ao nascer, a termo, evoluiu com gemência e taquipneia, sendo identificadosquilotórax bilateral, laringomalácia e linfedema generalizado. À avaliação genotípica, o cariótipo era normal (46, XX). Com 6 meses de vida, optou-se por tratamento com sildenafil, dieta hipogordurosa e fórmula semi-elementar. Durante seu primeiro ano de vida, a paciente foi internada diversas vezes por insuficiência respiratória, sendo submetida a múltiplas drenagens torácicas. Apresentou pneumonia grave e quilotórax infectado com 1 ano de idade. Evoluiu com choque séptico refratário ao tratamento e insuficiência renal aguda com necrose renal, indo a óbito com 1 ano e 22 dias de vida. CONCLUSÃO: Neste relato, há rara associação entre quilotórax congênito e linfedema primário na ausência de síndrome genética.
Congenital intestinal lymphangiectasia: a case report
Giuliana Balluz da Cunha Santos Aroso; Maria Neusa Sousa Cavalcante; Ivana de Melo Almeida Ferro
Resid Pediatr. 2019;9(3):305-308 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-21
A linfangiectasia intestinal congênita é uma doença rara, de etiologia desconhecida, que faz parte do grupo das enteropatias perdedoras de proteínas. Consiste na ectasia dos vasos linfáticos digestivos, podendo provocar ruptura com enteropatia exsudativa. As principais manifestações clínicas são edema, vômitos, dor abdominal, diarreia, anorexia e até mesmo derrames cavitários. O diagnóstico é feito por endoscopia digestiva alta seguida de biópsias intestinais. O pilar do tratamento é compensar a perda entérica de proteínas, através de uma dieta hiperproteica e rica em triglicerídeos de cadeia média. O objetivo desse estudo é relatar o caso clínico de uma criança do sexo feminino, com diagnóstico de linfangiectasia intestinal congênita durante sua internação que respondeu positivamente à terapia nutricional.
Meckel Diverticulum - a case report
Renata Souza Lorenzoni; Rosimeri Salotto Rocha; Katia Valéria Manhabusque; Josana Azevedo Aredes
Resid Pediatr. 2019;9(3):316-318 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-24
Este artigo descreve um caso de divertículo de Meckel em um lactente, masculino, 1 ano e 1 mês, que foi internado com quadro de sinusopatia aguda e anemia ferropriva importante e evoluiu com melena. Exame físico sem alterações, sendo realizada investigação através de exames de imagem, dentre eles, cintilografia intestinal, que evidenciou achado indicativo de mucosa gástrica ectópica sugerindo divertículo de Meckel. Foi submetido à laparotomia exploradora para tratamento cirúrgico, sem intercorrências. O diagnóstico foi confirmado após resultado de exame histopatológico.
Congenital Dyskeratosis - case report
Vinícius de Mendonça Magalhães; Laura Silva Cardoso; Gustavo Henrique Oliveira; Pollyana Cristina Bernardes Valize
Resid Pediatr. 2019;9(3):293-295 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-17
A disceratose congênita é uma doença rara, com caráter recessivo ligadas ao X, autossômicas dominantes e recessivas. As manifestações mais comuns são a tríade de leucoplasia em mucosas, pigmentação reticulada da pele e distrofia ungueal. Contudo, os pacientes podem apresentar outras alterações sistêmicas, como, por exemplo, hematológica, oftalmológicas, gastrintestinais, geniturinárias, alterações dentárias, neurológicas, pulmonares e esqueléticas. Apresenta-se o caso de um paciente de 5 anos, acompanhado em consulta há 3 anos, que evoluiu com pancitopenia, transfusões de repetição e internações por infecções recorrentes.
PFAPA Syndrome: A Case report and literature review
Ivany Terezinha Rocha Yparraguirre; Roberto Tschoepke Aires; Angélica Varela Rondon; Luís Eduardo Reis Guimarães; Simone Cardoso Rodriguez y Rodriguez; Rodrigo Picarote de Figueiredo
Resid Pediatr. 2019;9(3):302-304 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-20
A síndrome PFAPA é uma doença autoinflamatória decorrente de uma desregulação do sistema imune. O diagnóstico é de exclusão. Os autores enfatizam a importância do diagnóstico e ainda o uso desnecessário de antibióticos nesses casos.
The hidden face of mononucleosis: report of two atypical cases involving this clinical syndrome
Mariana Isadora Ribeiro Vieira, Sidnei Delailson Silva
Resid Pediatr. 2019;9(3):312-315 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-23
O vírus Epstein Barr (EBV) é um agente infeccioso comum na população pediátrica e responsável por infecções pouco sintomáticas e autolimitadas. Contudo, em algumas situações, o vírus se apresenta com manifestações atípicas e desfechos graves. Por isso, relatamos um caso de hepatite e outro de linfo-histiocitose hemofagocítica, ambos relacionados à infecção por EBV, acompanhados na Unidade Pediátrica do Hospital São Lucas do Grupo Santa Casa de Belo Horizonte, seguido de uma revisão bibliográfica sobre os temas, a fim de alertar o pediatra acerca da importância do reconhecimento precoce dessas condições clínicas.
Acute generalized exanthematous pustulosis in a 9-year-old child
Lorena Amaral Batista Leite; Eve Grillo Carvalho; Lorena Luana Batista; Henrique Guarino Colli Peluso; Walmer Cardoso de Oliveira Júnior; Henrique Pinheiro Leite Benedito; Fernanda Araújo Melato
Resid Pediatr. 2019;9(3):319-321 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-25
A pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA) é uma afecção rara caracterizada por pústulas estéreis não foliculares com edema e eritema subjacentes, acompanhados por febre alta e leucocitose. OBJETIVO: Relatar um caso de PEGA em criança admitida na enfermaria pediátrica com quadro de febre e erupção cutânea pustulosa disseminada, caracterizada por múltiplas pústulas de conteúdo estéril, acompanhadas por eritema difuso, bem como realizar revisão bibliográfica da literatura atual sobre a doença. MÉTODOS: Relato e discussão do caso descrito com informações obtidas pela revisão do prontuário, registro fotográfico da evolução das lesões e revisão da literatura embasada em artigos científicos atuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente relato e as publicações revisadas propõem a caracterização da PEGA no paciente pediátrico, com destaque para a importância da suspeição diagnóstica através da anamnese e exame físico, de modo a abarcar os aspectos diagnósticos, terapêuticos e prognósticos desta condição.
Diagnosis of cystic fibrosis in patient with nasal polyps: case report
Patrícia Fernandes Barreto Machado Costa; Gabriel Deveza Gomes; Tania Wrobel Folescu; Renata Wrobel Folescu Cohen; Debórah Aragão de Pinho Silveira
Resid Pediatr. 2019;9(3):326-329 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-27
INTRODUÇÃO: A fibrose cística é a principal causa de doença pulmonar crônica e grave em crianças. O seu diagnóstico é baseado em achados clínicos e confirmado através de exames bioquímicos ou genéticos. A doença produz alterações das vias aéreas superiores em 100% dos pacientes. A incidência de pólipo nasal é relatada em 6% a 48% dos casos, mas apenas 4% dos pacientes apresentam esta afecção quando diagnosticada a fibrose cística. RELATO DE CASO: Adolescente, 13 anos, foi avaliado por apresentar alteração na dosagem de cloreto no suor solicitado devido a polipose nasal recidivante. O quadro havia sido investigado com tomografia computadorizada de seios da face, que evidenciou sinusite polipoide. A lesão apresentou crescimento progressivo, sendo aventado diagnóstico de angiofibroma juvenil. Feita ressecção e avaliação histopatológica da lesão, ficou descartada esta hipótese. Foi solicitada dosagem de cloreto no suor, com os resultados: 90mEq/L, 92mEq/L e 89mEq/L, (V.R.: <60 mEq/L), confirmando o diagnóstico de fibrose cística. CONCLUSÃO: A polipose nasal, embora frequente nos pacientes com fibrose cística, é um achado raro como sintoma inicial desta afecção.
A pediatric patient with neuroleptic malignant syndrome
Ana Lúcia Hanke Kaiel Nassif; Vanusa Ambrozio dos Santos da Silva; Carolina Araújo Faber da Silva Machado
Resid Pediatr. 2019;9(3):290-292 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-16
A intoxicação por risperidona (antipsicótico atípico) pode levar à síndrome neuroléptica maligna com sintomas extrapiramidais. Dentre os critérios diagnósticos estão: uso recente de neurolépticos, hipertermia, rigidez muscular, tremor, disfagia, alteração de consciência, taquipneia, taquicardia, leucocitose e elevação da creatinofosfoquinase. Casos pediátricos são incomuns, porém graves se não prontamente reconhecidos e tratados. Nós relatamos o caso de uma criança admitida no pronto-socorro com sintomas extrapiramidais por intoxicação não intencional por risperidona.
Kikuchi-Fujimoto disease associated with type 1 Diabetes Mellitus: case report
Paula Carvalho Ribeiro; Sidnei Delailson da Silva
Resid Pediatr. 2019;9(3):309-311 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-22
Linfadenite necrotizante ou doença de Kikuchi-Fujimoto corresponde a desordem idiopática e autolimitada infrequente na prática clínica que acomete mais frequentemente adultos jovens de etnia asiática. Cursa geralmente com linfadenopatia cervical dolorosa, febre baixa persistente, sudorese noturna e leucopenia. Apresenta-se normalmente com baixo risco de complicações e recorrência, com resolução espontânea em no máximo seis meses, sem necessidade de intervenções ou tratamentos específicos. O diagnóstico diferencial, realizado por meio da histopatologia do linfonodo acometido, deve ser realizado com linfoma e outras doenças infecciosas ou autoimunes que cursam com linfadenopatia cervical, a fim de se evitar iatrogenia por intervenções desnecessárias. Apresentaremos o relato do caso da paciente de 12 anos, sexo feminino, previamente hígida, internada para investigação de linfadenopatia cervical e perda de peso, que foi diagnosticada com linfadenite necrotizante e posteriormente evoluiu com diabetes mellitus tipo 1.
Ectopic intrathoracic kidney in a pediatric patient
Julie de Souza Barreto; Ana Luísa Barbosa Pordeus; Alcira Cinnthia Monteiro de França Lima; Vitor Modesto Farias de Oliveira; André Felipe Castelo Branco Barbosa; Regina Lúcia Walmsley Soares Carneiro
Resid Pediatr. 2019;9(3):299-301 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-19
A ectopia renal refere-se a um rim situado em qualquer local que não seja a fossa renal. Ocorre em aproximadamente 1 a cada 1000 nascimentos, mas apenas 1 de cada 10 deles já foram diagnosticados. Neste estudo, relata-se o caso de uma paciente do sexo feminino, 2 anos, na qual foi evidenciada na radiografia torácica, incidentalmente, uma massa em hemitórax esquerdo. A ultrassonografia mostrou que o rim esquerdo da paciente encontrava-se no tórax, à esquerda do coração, exame confirmado posteriormente por tomografia computadorizada. Devido à dificuldade para elucidar se a ectopia renal seria secundária à falha diafragmática ou apenas à eventração, foi solicitada uma ressonância nuclear magnética de tórax que comprovou que a ectopia renal era secundária à eventração do diafragma. Assim como no caso relatado, a eventração diafragmática não costuma ser sintomática, nem gerar repercussão clínica, não requerendo tratamento cirúrgico na maioria das vezes. Dessa forma, optou-se por manter acompanhamento a nível ambulatorial. No mais, apesar de raro, o rim intratorácico não deve ser esquecido no diagnóstico diferencial de massa intratorácica.
Congenital adrenal hyperplasia in siblings - case report
Wallace Sales Gaspar; Isabel Rey Madeira; Daniel Luis Schueftan Gilban; Ana Paula Neves Bordallo; Clarice Borschiver de Medeiros; Paulo Ferrez Collett-Solberg; Fernanda Mussi Gazolla; Cláudia Braga Monteiro; Ana Luíza Velten Mendes; Débora Alvim Ribeiro; Juliana Coelho Braga
Resid Pediatr. 2019;9(3):322-325 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-26
A seguir, relataremos dois casos, irmãos, diagnosticados com hiperplasia adrenal congênita por deficiência da 21-hidroxilase na forma clássica virilizante simples. A paciente do sexo feminino teve sua investigação iniciada precocemente, após o nascimento, por apresentar genitália ambígua, enquanto o irmão mais velho teve seu diagnóstico retardado, uma vez que suas manifestações clínicas foram percebidas por volta dos 4 anos de idade. Os pacientes foram diagnosticados com dosagens hormonais e foi realizada análise molecular, seguida do tratamento. Este, um desafio, uma vez que os pacientes necessitaram de ajustes da dose de glicocorticoide e associação de mineralocorticoide. Além da descrição dos casos, apresentamos o que se é discutido na literatura a respeito da doença, suas classificações, apresentações clínicas, opções terapêuticas e acompanhamento.
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Maintenance fluid therapy in sick children: state of art
Emannuely Juliani Souza Izidoro; Adriana Koliski
Resid Pediatr. 2019;9(3):347-354 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-33
Fluidos intravenosos são frequentemente usados em pediatria, mas estão associados com efeitos adversos significativos. Compreender a composição dos fluidos prescritos e administrá-los nas taxas adequadas é essencial para a prescrição segura. O uso de fluidos isotônicos pode diminuir o risco de hiponatremia com redução da morbimortalidade infantil. A literatura recente demonstra uma maior incidência de desordens do equilíbrio acidobásico e maior risco de lesão renal aguda com as soluções isotônicas, sendo proposto o uso de fluidos balanceados para minimizar tais danos. O objetivo desta revisão não sistemática é verificar as recomendações atuais quanto a administração da fluidoterapia endovenosa, bem como auxiliar no reconhecimento dos efeitos adversos mais comuns da terapia de manutenção e as razões para escolha de diferentes tipos de fluidos. Concluiu-se que a prescrição de fluidos endovenosos deve ser considerada medicamentosa e que seus riscos e efeitos adversos devem ser considerados e continuadamente monitorizados.
Lista de Revisores
Reviewer list 2019
Resid Pediatr. 2019;9(3):362-363 DOI: 10.25060/residpediatr-2019.v9n3-36