ISSN-Online: 2236-6814

https://doi.org/10.25060/residpediatr

VOLUME10 - NÚMERO 2 Maio/ Ago - 2020

Edição completa

Editorial
Apresentaçao
Artigo de Revisao

3 - Especial COVID-19 Fatores determinantes de evolução grave e crítica da COVID-19 em crianças: revisão sistemática e metanálise

Determinant factors of serious and critical evolution of COVID-19 in children: systematic review and metanalysis

Vinícius da Silva Oliveira; Lara Gonzaga Oliveira; Gabriela Santos Bastos; Lara Araújo Dias; Renata Machado Pinto; Cristiane Simões Bento de Souza

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-8 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-405

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OBJETIVOS: Realizar revisão sistemática de fatores associados à evolução da infecção pelo SARS-CoV-2 para casos graves e críticos e hospitalização em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) na população pediátrica. MÉTODOS: Pesquisa de artigos publicados em português, espanhol e inglês nas bases de dados SCOPUS em 2019/2020 e no Portal Regional da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) em 2020 até quatro e seis de julho de 2020, respectivamente. Utilizou-se os termos “COVID-19” and (“child” or “infant” or “newborns” or “preschool”). Para avaliar a qualidade dos estudos utilizou-se a escala de New Castle-Otawa e na análise estatística, o cálculo da Odds Ratio para os artigos e do valor médio pelos métodos de Mantel-Haenszel e de DerSimonian e Laird. RESULTADOS: Dos 1.141 artigos iniciais, 13 foram selecionados para revisão sistemática e três para metanálise. O sexo masculino foi predominante. Prematuridade, doenças congênitas, comorbidades e predisposição genética foram descritas na evolução para quadros graves/críticos e internação em UTI e a idade inferior a um ano considerada fator de risco significante (OR=4,324 e IC=2,160; 8,656). CONCLUSÃO: A evolução da COVID-19 para casos graves/críticos e a necessidade de internação em UTI é pouco frequente em crianças e em geral está associada à prematuridade, comorbidades, idade inferior a um ano e condições presentes ao nascimento.

5 - Especial COVID-19 Doença inflamatória intestinal e COVID-19: revisão

Inflammatory bowel disease and COVID-19: review

Silvio da Rocha Carvalho; Mariana Tschoepke Aires; José César da Fonseca Junqueira; Marcia Angélica Valladares; Mariana Troccoli Souza; Cristiane Ribeiro Fernandes

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-372

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Em 11 de março de 2020, a OMS declarou pandêmica a doença causada pelo SARS-CoV-2 (COVID-19), um RNA vírus, detectado inicialmente em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China. É uma doença respiratória, transmitida principalmente por aerossóis e gotículas, causando a síndrome respiratória aguda grave entre outras manifestações. A doença de Crohn, a retocolite ulcerativa e a doença inflamatória intestinal não-classificada, são agrupadas sob a designação genérica de doença inflamatória intestinal (DII). São doenças autoimunes, crônicas, recidivantes, com aparente aumento de incidência em todo o mundo. Devido às características das duas doenças, houve preocupações sobre a repercussão da COVID-19 em pacientes portadores de DII. Esta revisão relata tais preocupações.

6 - Especial COVID-19 Diagnóstico da doença causada pelo novo coronavírus

Diagnose of the disease caused by new coronavirus

Camila Rocha dos Santos Mourão; Pâmela Andrade Montagni; Sidnei Ferreira; Rafaela Baroni Aurilio

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-368

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O diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2 começa com a suspeita clínica e a epidemiologia. A criança apresenta um quadro típico viral leve: tosse, coriza, cefaleia e febre e não evolui com gravidade. Os sintomas gastrointestinais, como diarreia e manifestações cutâneas, como exantema são pouco comuns, mas estão mais presentes na população pediátrica. O diagnóstico confirmatório é feito por meio da detecção do material genético viral nas secreções das vias respiratórias. A sorologia possui um papel importante na ausência do teste confirmatório, pois indica resposta imune do hospedeiro contra o vírus sinalizando infecção prévia. Os exames de imagem são responsáveis por avaliar o acometimento pulmonar e são pouco específicos. A radiografia de tórax em alguns casos não demonstra alterações. A tomografia de tórax é mais sensível e pode mostrar opacidade em vidro fosco, condensação, espessamento septal e opacidades mistas. Entretanto, quando indicado, o nível de radiação deve ser adequado para crianças. Portanto, as crianças infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentam quadro clínico leve. O diagnóstico confirmatório é feito pela detecção do vírus nas secreções respiratórias e a sorologia demonstra a resposta imunológica. A radiografia de tórax é pouco sensível e a tomografia de tórax (TC), auxilia no acompanhamento da lesão pulmonar.

7 - Especial COVID-19 Manifestações cutâneas da COVID-19 na criança: revisão da literatura

Cutaneous manifestations of COVID-19 in children: literature review

Gabriela Roncada Haddad; Paulo Gonçalves Martin; Joelma Gonçalves Martin

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-8 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-324

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OBJETIVOS: A pandemia da COVID-19 atualmente representa um grande desafio. Os pulmões são o principal local de infecção, com sintomas que variam de leves a desconforto respiratório letal, além de acometimento de diversos órgãos ou sistemas. A população pediátrica parece ser afetada em menor proporção e em menor gravidade, sendo a maioria dos casos descritos como assintomáticos, leves ou moderados. Diversos casos apresentam manifestações cutâneas. O objetivo deste artigo é revisar na literatura os achados descritos, particularmente na faixa etária pediátrica, auxiliando no entendimento da doença e na suspeição clínica. MÉTODOS: Foram pesquisados artigos publicados desde o início da pandemia através da base de dados PubMed. RESULTADOS: Entre os relatos de manifestações cutâneas, o achado mais comum foi o rash eritematoso maculopapular, seguido de lesões papulovesiculares no padrão da varicela e lesões urticariformes. Houve também a descrição de lesões acrais purpúricas, livedo reticular e petéquias. As lesões descritas atingiram prioritariamente o tronco, mãos e pés. CONCLUSÃO: Os achados cutâneos da COVID-19 são semelhantes aos encontrados em outras doenças de etiologia viral. Existe ainda a possibilidade das lesões serem devidas às diversas medicações que, particularmente, os pacientes com quadros clínicos mais graves fazem uso. Devemos também nos atentar para a possibilidade da manifestação inicial da doença ser cutânea. Os autores alertam para a possibilidade de que pacientes na faixa etária pediátrica tenham lesões cutâneas como manifestação única ou acompanhada de sintomas leves, e que estas podem ser semelhantes a outras doenças frequentes na infância.

8 - Especial COVID-19 Manifestações clínicas e alteração radiológica na COVID-19 neonatal: uma revisão sistemática rápida

Clinical manifestations and radiologic abnormalities in neonates with COVID-19: a rapid systematic review

Cristina Ortiz Sobrinho Valete; Maria Dolores Salgado Quintans

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-342

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OBJETIVO: Realizar uma revisão sistemática rápida sobre as manifestações clínicas e a presença de alteração radiológica em recém-nascidos com COVID-19 (PCR-RT positivo em swab). MÉTODOS: Busca nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS com os descritores COVID-19 OR coronavírus AND (“neonat*” OR “newborn” OR “recém-nascido”), até 05 de junho de 2020. RESULTADOS: Foram captados 344 artigos nas bases. Um artigo foi captado de forma secundária. Após as exclusões, 21 artigos permaneceram na análise final, constituindo uma amostra de 30 recém-nascidos. Destes, 33,3% foram assintomáticos e 66,7% sintomáticos. Não foi observado óbito. Os sintomas mais frequentes foram: febre (60%), taquipneia ou dispneia (60%), coriza (30%) e alteração hemodinâmica (30%). A presença de infiltrado radiológico ocorreu em 70% dos recém-nascidos; destes, cinco não apresentavam taquipneia ou dispneia. CONCLUSÕES: A carência de estudos sobre a COVID-19 neonatal confirmada por PCR-RT positivo no recém-nascido reforça a importância dos estudos que possam compilar as informações obtidas até o momento. No presente estudo, a maioria dos recémnascidos foram sintomáticas e nenhum óbito foi observado. A elevada frequência de alteração radiológica encontrada sugere que algum comprometimento pulmonar possa ocorrer, mesmo na ausência de manifestações respiratórias.

9 - Especial COVID-19 Transmissão vertical da COVID-19: uma revisão integrativa

Vertical transmission of COVID-19: an integrative review

Virginia Resende Silva Weffort; Barbara Rocha Rodrigues; Eduardo Oliveira Prado; Natalia Vieira Inácio Calapodopulos; Kellen Cristina Barbosa Kamimura Silva; Valeria Cardoso Alves Cunali

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-343

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INTRODUÇÃO: A atual pandemia da COVID-19 suscita a necessidade de conhecimento sobre o impacto do novo coronavírus sobre a saúde da humanidade de maneira global. Até o momento, poucas evidências foram relatadas sobre a possibilidade de transmissão vertical da doença. OBJETIVO: Apresentar evidências científicas, com base em revisão integrativa da literatura, sobre a possibilidade de transmissão vertical da COVID-19. MÉTODOS: O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases bibliográficas MEDLINE, na interface U.S. National Library of Medicine and the National Institute Health (PubMed); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cochrane. Os descritores foram selecionados utilizando-se Medical Heading Terms (MeSH): “transmissão vertical”, “neonatologia”, “COVID-19”, “SARS-CoV-2”. A busca limitou-se aos artigos em inglês, espanhol e português, com data de publicação dos últimos 10 anos (2010 a 2020). Selecionou-se 14 estudos dentre relato de caso, revisão de literatura, editorial e série de casos. CONCLUSÃO: Alguns estudos demonstram a existência de transmissão vertical da COVID-19, enquanto outros consideram que os dados apresentados não sustentam tal afirmativa. Portanto, mais estudos são necessários para uma adequada comprovação.

10 - Especial COVID-19 Revisão narrativa de literatura sobre a COVID-19 em Pediatria: fatores de mau prognóstico

Narrative literature review on COVID-19 in Pediatrics: factors of poor prognosis

Ana Caroline Oliveira de Lima Grossi; Arnoldo Bulle Filho; Bárbara Ferreira Khouri; Gabriela Regatieri Pinto; Edmara Laura Campiolo

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-358

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OBJETIVOS: O objetivo desta revisão narrativa é sintetizar os principais conhecimentos a respeito das características clínicas e dos fatores de mau prognóstico referentes à infecção pelo SARS-CoV-2 em crianças, dada a importância desses dados para um melhor manejo dos casos. Dessa forma, pretende-se conferir visibilidade às lacunas que demandam esclarecimentos. MÉTODOS: Foi realizada uma busca bibliográfica de materiais disponíveis em meio eletrônicos de diversas bases de dados renomadas, como The New England Journal of Medicine, Sociedade Brasileira de Pediatria, PubMed, entre outras. RESULTADOS: Foram selecionados 34 artigos, todos com publicações datadas no ano de 2020, provenientes de fontes confiáveis e de grande impacto. A maioria dos estudos selecionados apresentaram pacientes pediátricos que desenvolveram uma forma mais branda da COVID-19, especialmente devido a diferenças envolvidas no receptor do vírus no organismo das crianças e ao desenvolvimento da sua imunidade. Apesar disso, foi possível aferir, com a realização desta revisão narrativa, que, quando associadas com outras comorbidades como cardiopatia, diabetes, obesidade, hepatopatias e outras, a COVID-19 tem desfechos diversos, sendo eles, na maioria das vezes, mais agressivos e com pior prognóstico. CONCLUSÃO: Ainda que se manifeste de forma mais branda ou assintomática em pacientes pediátricos, é mandatório conhecer os fatores de mau prognóstico para a COVID-19 nesse grupo. O presente artigo desvela a necessidade de novos estudos e relatos capazes de elucidar de forma plena e consistente o curso dessa patologia em crianças.
Artigo Original

11 - Especial COVID-19 Aspectos respiratórios da COVID-19 na infância: o que o pediatra precisa saber?

Respiratory aspects of COVID-19 in childhood: what pediatricians need to know?

Regina Terse Ramos; Debora Carla Chong Silva; Gilvan da Cruz Barbosa Araújo; Carlos Antonio Riedi; Cassio Cunha Ibiapina; Patricia Gomes de Matos Bezerra; Jose Dirceu Ribeiro; Maria de Fatima Pombo Sant´Anna

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-15 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-349

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Trata-se de artigo elaborado coletivamente pelos membros do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre os aspectos respiratórios da COVID-19 na infância, considerando as peculiaridades clínicas e diagnósticas desta faixa etária e discutindo os métodos de imagem que podem auxiliar neste processo. O envolvimento pulmonar na doença é notório e ocorre em vários graus de gravidade. Embora menos frequentemente que nos adultos, crianças e adolescentes também podem desenvolver quadros graves. Os exames de imagem fazem parte da investigação do paciente com COVID-19, uma vez que que podem auxiliar no diagnóstico inicial, na avaliação da evolução e do prognóstico da enfermidade. São colocadas as indicações de radiografias de tórax e tomografia computadorizada (TC) e suas características mais relevantes. Ressalta-se na maior parte dos estudos, que os achados radiológicos em crianças são semelhantes aos encontrados em adultos, porém em menor frequência, intensidade e extensão. Recentemente, todavia, autores que estudaram 34 crianças com COVID-19 na China, relataram que opacidades irregulares, de alta densidade, foram comuns, enquanto o padrão de vidro fosco, típico nos adultos, foi raramente observado nas TCs. A radiografia é menos sensível para identificar alterações, sendo a TC o melhor exame de imagem para visualizar lesões do SARS-CoV-2, mas deve ser solicitada com indicações precisas, pois isoladamente não é suficiente para o diagnóstico. O monitoramento dos casos através de oximetria também foi discutido. Conclui-se após vasta revisão de literatura que a gravidade dos casos deve observada por sinais clínicos, exames de imagem e oximetria, dentre outros, sempre em conjunto.

12 - Especial COVID-19 Obesidade infantil e quarentena: crianças obesas possuem maior risco para a COVID-19?

Child obesity and quarantine: obese children have greater risk for COVID-19?

Luciano Rodrigues Costa; Maria Eduarda de Oliveira Mueller; Júlia Porto Frauches; Nicole Braz Campos; Lívia Schmeisser de Oliveira; Karla Faria Gentilin; Ana Luísa Freitas e Pena Mello

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-331

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OBJETIVO: Dissertar sobre a correlação entre a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 e a obesidade no grupo pediátrico e suas possíveis consequências e fatores de gravidades, possibilitando, assim, maior abrangência em relação ao tema para construção de novas propostas. MÉTODOS: Estudo de análise qualitativa descritiva, de abordagem revisional com levantamento bibliográfico em PubMed, SciELO, MEDLINE, LILACS e sites contendo informações governamentais. Como critérios de inclusão foram utilizados artigos publicados no período de 2010 a 2020, na língua inglesa e portuguesa. Dentre os artigos publicados com os descritores determinados foram encontrados 12.999, contudo, nesse trabalho foram utilizados 26 artigos. RESULTADOS: A obesidade é definida pelo aumento do tecido adiposo no organismo de forma crônica, sendo provocada por causas multifatoriais. Na infecção pelo SARS-CoV-2 a faixa pediátrica é associada a um melhor prognóstico e a uma baixa taxa de mortalidade. A presença de comorbidades, como a obesidade infantil, podem estar relacionados a uma evolução grave dos casos e/ou complicações devido ao excesso de peso e ao carácter inflamatório crônico generalizado e acentuado causado pela adiposidade. CONCLUSÃO: Embora a literatura seja limitada, é possível determinar a existência de uma conexão entre a relação da infecção pelo SARS-CoV-2 e a obesidade, podendo ser estabelecida pelo risco aumentado de desenvolvimento da forma grave da doença, uma vez que a obesidade torna um agravante do quadro infeccioso sistêmico. Com isso, cabe ao profissional de saúde orientações a respeito da prevenção da obesidade em vista do risco aumentado de complicações em crianças e adolescentes, diante de quadro de infecções virais.

13 - Especial COVID-19 Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (MIS-C) temporariamente associada ao SARS-CoV-2

Pediatric inflammatory multisystem syndrome (PIMS) temporally related to SARS-CoV-2

Leonardo Rodrigues Campos; Tainá Maia Cardoso; Julia Carvalho de Freitas França Martinez; Rozana Gasparello de Almeida; Rodrigo Moulin Silva; Adriana Rodrigues Fonseca; Flavio Roberto Sztajnbok

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-348

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O primeiro relato de caso de uma criança de 6 meses de idade com doença de Kawasaki (DK) e COVID-19 foi publicado nos Estados Unidos em 7 de abril de 2020. Desde esse primeiro relato, os países com surtos de SARS-CoV-2 têm relatado mais casos dessa síndrome, denominada de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica temporariamente associada ao SARS-CoV-2 (MIS-C), a qual compartilha características clínicas e laboratoriais da doença de Kawasaki (típica ou incompleta), síndrome de choque tóxico estafilocócico e estreptocócico, sepse bacteriana e síndrome de ativação macrofágica. A MIS-C costuma acometer crianças maiores de 5 anos de idade, predominantemente afrodescendentes na maioria dos estudos, e tem maior incidência de alterações cardíacas. A hipótese de uma possível associação temporal com a infecção pelo SARS-COV-2 foi aventada, porque algumas das crianças eram positivas para SARS-CoV-2 por reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) ou sorologia. Essas crianças apresentam febre alta prolongada, erupção cutânea e sintomas gastrointestinais proeminentes em 50-60% dos casos (dor abdominal, diarreia não sanguinolenta, ascite e ileíte), conjuntivite, linfadenopatia, irritabilidade e cefaleia. Alguns casos graves apresentam choque decorrente de disfunção cardíaca, com ou sem miocardite ou aneurisma de artérias coronárias. Sintomas respiratórios podem estar presentes, geralmente ocasionados pelo choque concomitante. Neste artigo descrevemos definições e dados clínicos e laboratoriais desta intrigante síndrome para alertar os pediatras e orientar quanto ao diagnóstico e manejo destes pacientes.

14 - Especial COVID-19 Asma e COVID-19

Asthma and COVID-19

Andréa Lebreiro Guimarães Venerabile

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-9 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-355

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OBJETIVOS: Destacar a situação da asma nesta pandemia. Descrever aspectos de segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde. Discutir sua gravidade, controle, fatores de risco, manejo da doença e suas exacerbações. MÉTODOS: Coletados dados da literatura científica sobre o tema asma no contexto da pandemia de COVID-19. Busca nas bases de dados PubMed, utilizando os descritores: asma, tratamento farmacológico, infecções por coronavírus, pandemias, fatores de risco e espirometria. RESULTADOS: A asma não foi identificada como um fator de risco significativo para a doença grave COVID-19, talvez pela menor expressão de receptores da enzima de conversão da angiotensina na asma atópica. Foram identificados grupos, dentre asmáticos graves, com maior expressão desses receptores. CONCLUSÕES: Nebulizadores devem ser evitados, os espaçadores não devem ser compartilhados e não se recomenda a realização de espirometria ou da aferição do pico de fluxo expiratório. Todos os asmáticos devem ser mantidos com corticoide inalatório. O uso isolado de beta2-agonista de curta duração não é recomendado a partir dos 12 anos e baixa dose de corticoide inalatório associado ao formoterol, por demanda, é a opção preferencial, podendo ser aplicado em dispositivo único. Dos 6 aos 11 anos, os medicamentos de alívio devem ser preferencialmente beta2-agonistas de curta duração, associados à baixa dose de corticoide inalatório e aplicados em dispositivos separados. Na asma grave, o tiotrópio deve preceder a indicação do imunobiológico e este, quando em uso, não deve ser interrompido.

15 - Especial COVID-19 Aleitamento materno e terapêutica para a doença coronavírus 2019 (COVID-19)

Breastfeeding and Treatment for Coronavirus infection 2019 (Covid-19)

Roberto Gomes Chaves; Joel Alves Lamounier; Luciano Borges Santiago

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-323

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Na recente pandemia do COVID-19 foi recomendado manter o aleitamento materno pelas mulheres com suspeita ou diagnóstico confirmado de infecção. Neste caso, devem ser adotados cuidados de biossegurança, para evitar a transmissão da doença para o recém-nascido. Revisões de publicações disponíveis mostram que os medicamentos indicados para o tratamento da COVID-19 não são contraindicados para uso pela nutriz, sendo possível compatibilizar o tratamento com o aleitamento. Também outras formas de tratamento, ainda sob pesquisa, são compatíveis em mães que apresentarem condições clínicas para amamentar ou extrair o leite materno. Deste modo, é necessária a constante atualização sobre esse tema, em virtude das diversas pesquisas envolvendo novos e numerosos medicamentos para o tratamento do COVID-19. Neste artigo são apresentados os medicamentos que podem ser utilizados no tratamento da COVID-19 e sua relação com a amamentação.

16 - Desafios para o programa de Residência Médica em Pediatria em três anos

The challenges of having 3-year Pediatric Residency programs

Silvio da Rocha Carvalho; Susana Maciel Wuillaume; Luciana Rodrigues Silva

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-48

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Em junho de 2018 foi realizado em Brasília, organizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Comissão Nacional de Residência Médica (COREME), um fórum sobre o programa de Residência Médica em Pediatria com duração de três anos, obrigatoriedade exigida pela resolução nº 1 de 2016 da COREME. Buscando ser o mais fidedigno possível, foram colhidos dados entre preceptores de todo o país, sobre as dificuldades esperadas para a implantação deste novo programa, através de formulário eletrônico enviado por e-mail. Observou-se que o quantitativo de respostas por região, foi equivalente à distribuição de médicos pediatras do senso realizado pelo CFM. A maioria dos preceptores (70,1%) previa dificuldade na implantação, tendo 79,6% expectativa de melhoria em relação à formação do pediatra. As áreas apontadas como de maior dificuldade foram: ambulatório de saúde mental (60,9%), genética médica (54,3%), medicina do adolescente (42,1%) e trauma (41,1%). Conclui-se que a necessidade da implantação do novo programa forçará a apresentação de soluções para as áreas de carência assim como apresenta uma SBP mais ativa junto aos preceptores.

17 - Dermatite factícia na infância: estudo retrospectivo de uma série de casos

Factitious dermatitis in childhood: a retrospective study of a case series

Claudia Santos Oliveira; Vânia Oliveira de Carvalho; Renata Robl Imoto

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-47

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OBJETIVO: Descrever uma série de casos das características dos pacientes com dermatite factícia (DF) avaliados em um serviço de atendimento médico terciário brasileiro. MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo com coleta de dados dos prontuários de pacientes com DF, menores de 16 anos, atendidos em um serviço de Dermatologia Pediátrica no período de 2007 a 2017. Para análise estatística utilizou-se teste-t independente e teste Qui-quadrado de Pearson, considerado nível de significância de 5%. RESULTADOS: A amostra constituiu-se de 50 pacientes e 35 (70%) eram do sexo feminino. A média de idade de início dos sintomas foi de 9,8 ± 3,0 anos e a mediana de tempo até a procura de atendimento foi de 6,5 meses (3 dias a 8 anos). Vinte e um (42%) pacientes apresentavam algum tipo de dificuldade de aprendizagem. Treze (26%) pacientes com história pessoal de doenças psiquiátricas. Todos os pacientes tinham mais de um tipo de lesão cutânea e em 33 (66%) havia placa eritemato-descamativa. Os membros superiores foram a região mais acometida. Treze (26%) pacientes apresentavam doenças psiquiátricas. Entre os pacientes que apresentaram melhora clínica, 13 (65%) estavam em acompanhamento psicológico e recidiva da doença ocorreu em 14 (28%) pacientes. CONCLUSÃO: A DF acomete mais frequentemente o sexo feminino e apresenta-se com lesões variadas e em áreas de fácil alcance. O diagnóstico deve ser suspeitado frente a uma história evolutiva vaga associada a lesões polimórficas e simétricas. Acompanhamento psicológico e psiquiátrico são fundamentais, além do dermatológico, pois há risco de evolução com comorbidades psiquiátricas.

18 - Fatores de risco para asfixia perinatal em recém-nascidos atendidos em uma maternidade pública terciária

Risk factors for perinatal asphyxia in newborns attended at a tertiary public maternity hospital

Vitória de Lima Fernandes; Marta David Rocha Moura; Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira; Tatiane Melo de Oliveira

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-56

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OBJETIVOS: Avaliar o perfil dos recém-nascidos (RNs) atendidos em uma maternidade pública terciária de referência do Distrito Federal (DF) e os fatores de risco para a asfixia perinatal. MÉTODOS: Estudo descritivo quantitativo, retrospectivo, de corte transversal e com dados secundários. A população do estudo foram os RN nascidos no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), no período de janeiro de 2017 a junho de 2018. Os dados foram obtidos por meio do SINASC da Secretaria de Saúde do DF. Definiu-se asfixia como Apgar < 6 no 5° minuto e foram estudadas variáveis relacionadas aos RNs e às mães. A análise estatística foi feita por meio do EpiInfo 2010 e o estudo obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS: No período considerado, nasceram 5.358 RNs. A prevalência de asfixia perinatal foi de 2%. As variáveis idade materna < 20 (OR=2), número de consultas de pré-natal < 7 (OR=7,5), parto vaginal (OR=1,7), idade gestacional < 37 semanas (OR=21,4) e peso ao nascer < 2500g (OR=23,8) tiveram associação significativa com a ocorrência de asfixia perinatal. CONCLUSÕES: A prevalência da asfixia perinatal no HMIB é alta comparada à literatura. Sugerem-se ações para capacitação dos profissionais de saúde para o atendimento às gestantes e aos RNs, afim de identificar situações de risco e intervir precocemente, contribuindo para a reversão desse quadro.

19 - Aspectos relacionados ao uso da mídia eletrônica por crianças atendidas em um ambulatório escola no município do Rio de Janeiro

Aspects related to the use of electronic media by children attending an outpatient school clinic in Rio de Janeiro county

Camila Miguez de Oliveira Ahmed; Eduarda Massad Ruiz Arena; João Gabriel Morgado de Souza; Márcia Cortez Bellotti de Oliveira

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-51

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OBJETIVOS: Este estudo tem o objetivo de analisar aspectos do uso de diferentes tipos de tela entre crianças de baixa renda que frequentam um ambulatório escola no Rio de Janeiro. MÉTODOS: Estudo transversal descritivo com informações coletadas através de uma entrevista aplicada aos responsáveis da criança. Foram incluídas todas as crianças de 6 meses até 10 anos que frequentam o ambulatório escola, sendo excluídas aquelas que apresentavam transtorno do espectro autista, desordens neurológicas, cegueira e surdez. A análise estatística foi realizada através do uso defrequências,e mediana e intervalo interquartil para as variáveis contínuas. RESULTADOS: Foram analisadas 263 entrevistas, sendo 225 (85.6%) respondidas pela mãe. A idade mediana foi de 2 anos, tendo o entrevistado geralmente o ensino fundamental. As famílias pertenciam em 71,1% às classes C2 e DE. Das 39 crianças que possuem seu próprio celular, a família não vigia o conteúdo assistido ou o faz esporadicamente em 16 casos (41%). Em 95,8% dos casos, a televisão é assistida pela família reunida, sendo 52% do conteúdo não adequado. A mediana do número de horas de tela aumenta de 4 no primeiro ano para 8 horas a partir do quinto ano de vida. CONCLUSÃO: A baixa percepção familiar do risco do uso da tela pode ser identificada através da pouca vigilância em relação ao conteúdo, da falta de regras para o seu uso, do número de horas de exposição à tela por faixa etária, e pela exposição a conteúdo adulto ou violento quando assistem televisão em família.

20 - Especial COVID-19 Pandemia de COVID-19: guia prático para promoção da saúde mental de crianças e adolescentes

COVID-19 pandemic: practical guide for promoting the mental health of children and adolescents

Roberto Santoro Almeida; Adriana Rocha Brito; Ana Silvia Mendonça Alves; Cecy Dunshee de Abranches; Daniele Wanderley; Gabriela Crenzel; Rossano Cabral Lima; Vera Ferrari Rego Barros

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-318

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OBJETIVOS: Fornecer ao pediatra recomendações úteis para ajudar as famílias a minimizar o impacto da pandemia de COVID-19 e do isolamento social na saúde mental de crianças e adolescentes. MÉTODOS: Este artigo é baseado na revisão de literatura recente publicada sobre o tema e na experiência clínica dos autores. RESULTADOS: Os pais estão sendo desafiados pelas mudanças de vida exigidas pela nova situação, e precisam gerenciar favoravelmente o dia a dia de seus filhos, minimizando o impacto das atuais circunstâncias na sua saúde mental. CONCLUSÕES: Todo período de crise gera incertezas e medo, mas também pode se apresentar como oportunidade para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. Esta fase difícil pode ser propícia para o aprofundamento da relação dos pais com seus filhos.

21 - Distúrbios respiratórios em unidade de terapia intensiva neonatal de referência na Paraíba

Respiratory disorders in a Referral Neonatal Intensive Care Unit in Paraiba

Lorena Paulino Jácome Pereira; Denise Maria Ramos de Amorim Albuquerque; Constantino Giovanni Braga Cartaxo

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-sgp

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OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de prematuros que apresentaram distúrbio respiratório em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital de referência na Cidade de Campina Grande, no período de dezembro de 2015 a maio de 2016. MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo, quantitativo, retrospectivo e coorte transversal de recém-nascidos que foram admitidos na UTIN de um hospital público em Campina Grande/PB, entre dezembro de 2015 e maio de 2016. Os dados foram coletados por meio de questionário, com base nos prontuários, e analisados pelo programa estatístico SPSS versão 21.0. RESULTADOS: No período do estudo nasceram 3.752 crianças na maternidade, destes 5,7% (214) foram admitidos na UTI, e dos que necessitaram de cuidados intensivos aproximadamente 80% eram prematuros. O sexo masculino correspondeu a 55% dos RNPT; quase 90% apresentaram distúrbio respiratório sendo as patologias mais frequentes SDR 41,3%, TTRN 19,3%, apneia 19,3% e pneumonia 12,6%. Necessitaram de suporte ventilatório 89,7% e destes, 56% Hood, 58% CPAP e 51,5% foram intubados. A maioria apresentou evolução favorável, porém a taxa de mortalidade foi alta, correspondendo a 28,5%. CONCLUSÕES: A presença de distúrbios respiratórios em prematuros é alta e embora grande parte apresente desfecho favorável encontramos uma alta taxa de mortalidade.
Ética Médica

24 - Especial COVID-19 Cuidados paliativos pediátricos e reflexões bioéticas na COVID-19

Pediatric palliative care and bioethical reflections at COVID-19

Esther Angelica Luiz Ferreira; Simone Brasil de Oliveira Iglesias; Luciana Dadalto; Amanda Thiebaut Bayer; Débora de Wylson Fernandes Gomes de-Mattos

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-374

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INTRODUÇÃO: A COVID-19 gerou mudanças drásticas na vida social das crianças, e também modificações extremas de hábitos e cuidados, especialmente em pacientes em cuidados paliativos pediátricos, que possuem doenças crônicas graves e ameaçadoras da vida. Nesse contexto, torna-se imperioso o olhar bioético, que visa defender o melhor interesse do paciente, a manutenção de sua autonomia, assim como o desejo de sua família e cuidadores, além da justiça na distribuição de recursos. DISCUSSÃO: Embasamento ético na saúde é essencial na conjuntura atual. São necessárias reflexões acerca de decisões emergenciais e suporte em cuidados paliativos pediátricos, além de autonomia e aspectos psicológicos do isolamento em pediatria, para que a assistência e medidas protetivas possam ser, no mínimo, suficientemente adequadas às crianças e suas famílias neste momento de pandemia. CONCLUSÃO: Reflexões bioéticas entre a equipe interdisciplinar que atua em cuidados paliativos pediátricos sempre foram importantes, tendo a pandemia da COVID-19 trazido novas questões e exacerbado outras já existentes.
Introduçao à Metodologia Científica
Ponto de Vista

27 - Especial COVID-19 Preparo operacional de uma unidade de emergência em pediatria para o atendimento da COVID-19

Operational preparation of a pediatric emergency unit to assist COVID-19

Michelle Marchi Medeiros; Andressa Oliveira Peixoto; Naomi Andreia Takesaki; Sérgio Tani; Fernando Augusto Lima Marson; Fernando Belluomini; Andréa de Melo Alexandre Fraga

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-320

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A COVID-19 causada pelo vírus SARS-CoV-2 foi declarada pela Organização Mundial da Saúde como Emergência de Saúde Pública de importância internacional, sendo considerada uma pandemia em 11 de março de 2020. Para proporcionar o melhor atendimento aos pacientes no cenário de uma pandemia, os hospitais necessitam de estratégias para organizar e otimizar seu espaço, equipe e materiais. Nesse contexto, é imperativo o uso de medidas de contenção, visando reduzir o risco de transmissão viral a outros pacientes ou profissionais de saúde que compõem a equipe multidisciplinar. No setor de urgência e emergência o planejamento é um desafio devido ao envolvimento de diferentes profissionais nas várias etapas do atendimento. Dessa forma, no presente estudo, está descrito as medidas de resposta à pandemia implementadas no setor de urgência e emergência pediátrica de um hospital universitário de nível terciário em Campinas/SP.

28 - Especial COVID-19 A importância das injúrias por acidentes domésticos em tempos de COVID-19

The importance of injuries caused by domestic accidents in times of covid-19

Danilo Blank; Renata Dejtiar Waksman

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-400

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Os acidentes domésticos e as injúrias deles decorrentes têm aumentado em número e gravidade durante a quarentena, com uma percepção de especialistas de que representam uma ameaça maior à saúde e bem-estar das crianças do que a própria COVID-19. Os princípios gerais e dicas específicas para que os pediatras orientem os pais para reduzir a probabilidade e ocorrência de traumas estão na Tabela 1. Todo pediatra tem que estar atento às publicações que tratam do aumento de eventos traumáticos não intencionais durante o período de distanciamento social. Em vários países está ocorrendo que crianças que precisam de atendimento por situações graves não estão sendo levadas aos serviços de emergência ou com muito atraso em relação à ocorrência do trauma. Todo pediatra, além da orientação sobre as medidas de proteção aos traumatismos, tem a responsabilidade de orientar as famílias e os tomadores de decisões políticas acerca dos debates atuais sobre o planejamento da reabertura das escolas, nos quais os especialistas tendem à percepção de que os prejuízos da manutenção das crianças em isolamento domiciliar sobrepujam os riscos da COVID-19.

29 - Especial COVID-19 A importância da violência doméstica em tempos de COVID-19

The importance of domestic violence in times of COVID-19

Renata Dejtiar Waksman; Danilo Blank

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-414

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A violência doméstica disparou no mundo, os principais fatores de risco são o desemprego, suporte social limitado, abuso de álcool e drogas. Agressores, além de seguir com o abuso, mostram comportamentos de limitar acesso a produtos de higiene e máscaras, impedir procura por atendimento médico, controlar mídias sociais, tirar o cartão de crédito e do seguro, impedir que utilizem qualquer transporte e contato com familiares, vizinhos e amigos. Todos devem ter números de apoio para recorrer, se as vítimas não conseguem denunciar, outros podem fazê-lo: familiares, vizinhos, zelador, entregador de comida. Denunciar é obrigação de todos, na delegacia ou ligar para 180, 100 ou 190, Disque Denúncia - 181 e pela internet no Web Denúncia. O governo federal lançou novas plataformas para enviar denúncias por aplicativos: “Direitos Humanos Brasil”, ou no link da ouvidoria do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (para Android e iOS). A segurança infantil online também é importante, através da supervisão constante dos pais e acesso aos recursos de proteção. Medidas das instituições públicas e não governamentais são: disponibilidade de serviços e aplicativos para registrar queixas, processamento rápido das denúncias, aumentar compartilhamento de informações sobre serviços de referência, treinar equipes de atendimento e de proteção infantil, reforçar campanhas publicitárias para conscientizar pessoas a denunciar, prestar assistência financeira às famílias necessitadas, incentivar iniciativas para apoiar vulneráveis em situações de violência, com base nos atendimentos médico, psicológico, de assistência social e jurídico. Profissionais da saúde exercem papel crítico ao suspeitar, atender e notificar violência doméstica.

30 - Especial COVID-19 Quem está olhando pela saúde mental das crianças brasileiras durante a pandemia?

Who is looking after the Brazilian children's mental health during pandemic?

Juliana Gomes Loyola Presa; Ana Paula Matzenbacher Ville; Leticia Staszczak

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-385

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Um novo coronavírus surgiu e em pouco tempo alterou totalmente a dinâmica social no mundo inteiro. O sofrimento decorrente do isolamento social impôs a todos a necessidade de adaptação. Mas, e as crianças, como estão inseridas nesse cenário? Afastadas da escola, confinadas dentro de casa sem a convivência com outras crianças, elas estão sofrendo as consequências tanto quanto os adultos. No entanto, na maioria dos casos, crianças não manifestam os sintomas graves da doença COVID-19. Por esta razão os olhares da saúde estão voltados aos grupos de risco, o que faz com que as crianças estejam esquecidas. Contudo, o impacto do isolamento sobre a saúde mental pode ser devastador na infância, e pouco, ou quase nada, se fala sobre isso. A rotina das famílias mudou, as aulas agora são online, não há lazer, atividades físicas como antes, nem contato com amigos, impactando diretamente no estado emocional das crianças. É certo que o isolamento causará reflexos tanto físicos quanto mentais em nossas futuras gerações, mas quem está olhando por elas agora? Como poderemos evitar consequências maiores? É urgente a necessidade de pensarmos sobre isso e de buscarmos respostas a essas perguntas.

31 - Especial COVID-19 Emoções: Um movimento propulsor em tempos de COVID-19

Emotions: a propellant motion in COVID-19 times

Damaris Bueno Venâncio

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-371

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OBJETIVOS: Descrever a experiência de uma residente de pediatria durante a pandemia do COVID-19. MÉTODOS: Relato de experiência. RESULTADOS: Reconhecer as emoções e o processo de luto durante a pandemia. CONCLUSÃO: Saber usar as emoções como um movimento propulsor na formação pessoal e profissional.

34 - Especial COVID-19 Triagem auditiva neonatal universal em tempos de pandemia

Universal neonatal hearing screening in pandemic times

Tania Maria Sih; Melissa Ameloti Avelino; Rodrigo Pereira

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-341

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A Triagem Auditiva Neonatal (TANU) conhecida como o Teste da Orelhinha deve ser realizada em todas as crianças na maternidade ou ainda durante o primeiro mes de vida (1);- a confirmação da deficiência auditiva até o terceiro mês de vida (3); a intervenção clínica e terapêutica deverá se iniciar no terceiro mês de vida e ser realizada até o sexto mês (6). As intervenções recomendadas pela TANU, com 1, 3 e 6 meses irão contribuir para otimizar o tratamento indicado. Tão logo as houver um relaxamento das medidas de distanciamento decorrentes da pandemia pelo SARS CoV-2 tanto o diagnóstico quanto a intervenção deverão ser realizados na brevidade. Uma intervenção precoce tem como objetivo promover o adequado desenvolvimento da linguagem.

35 - Especial COVID-19 Crianças e COVID-19, devemos nos preocupar?

Children and COVID-19, should we be concerned?

Jandrei Markus

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-329

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Crianças com doenças virais são, em geral, consideradas disseminadores destas infecções. Com o surgimento da COVID-19 pensou-se nas crianças como um dos principais agentes de disseminação da doença. Além disso, considerou-se inicialmente que a faixa etária pediátrica seria uma população de alto risco de complicações e mesmo mortalidade, quando o vírus infectasse um maior número de pessoas pelo mundo. Porém, a disseminação do vírus pelo mundo demonstrou que as crianças são um grupo privilegiado, com menor número de infecções graves e, além disso, uma menor taxa de internações e, principalmente, de mortalidade. Ao mesmo tempo, trabalhos epidemiológicos observaram que a soroprevalência em crianças é mais baixa do que na população adulta e que a transmissão de crianças para outras pessoas na COVID-19 parece apresentar uma taxa muito baixa. Considerando esses dados, a volta às aulas seria importante para a população infantil, que muitas vezes precisa da escola não só para o ensino, como também para alimentação pela merenda escolar.

37 - Especial COVID-19 A pandemia do COVID-19, desvios do estado nutricional e pediatria

The Covid-19 pandemic, deviations in nutritional status and pediatrics

Ieda Regina Lopes Del-Ciampo; Luiz Antonio Del-Ciampo

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-298

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A maior probabilidade de morrer em decorrência da infecção pelo coronavírus está entre os idosos com comorbidades. O artigo descreve a elevada frequência dos desvios nutricionais ainda na infância e suas associações com alterações imunológicas, diabetes, hipertensão arterial e demais alterações, as quais comprometem a saúde e a resposta a este e a outros agentes agressores, de forma aguda ou crônica, em qualquer fase da vida. Conclui-se que o investimento em cuidados ainda na infância pode contribuir para um melhor cenário da saúde pública, também em momentos de pandemia.
Relato de Caso

38 - Terceiroventriculostomia e biópsia endoscópica em glioma de baixo grau:relato de caso

Endoscopic third ventriculostomy and biopsy of a low-grade glioma

Maina Tavares Zanoni; Vírgina Resende Silva Weffort; Roberto Alexandre Dezena; Daniel Fonseca Oliveira; Raphael Guerra David Reis; Rafaela D’Angelo dos Reis

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-65

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Este artigo apresenta um relato de caso de uma paciente de 5 anos que iniciou com quadro de cefaleia, dificuldade para deambular e vômitos, caracterizando quadro clínico sugestivo de hipertensão intracraniana por hidrocefalia, decorrente de processo expansivo de fossa posterior. Foram realizadas tomografia de crânio e ressonância magnética de encéfalo, as quais comprovaram o diagnóstico clínico. A paciente foi submetida a procedimento neuroendoscópico, sendo realizada terceiroventriculostomia para tratamento da hidrocefalia e biópsia da neoplasia. A paciente evoluiu com melhora clínica e regressão do quadro de hidrocefalia, sendo diagnosticado glioma de baixo grau.

39 - Complicações do transplante renal em portador de síndrome urofacial de Ochoa: relato de caso

Complications of renal transplantation in patients with Ochoa urofacial syndrome: case report

Bruna Weis Jovino; Ylara Liza Porto de Carvalho; Victor Batitucci; Cássia Caroline Emilio; Stela Maria Tavolieri de Oliveira

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-77

Resumo PDF English PDF Português
A síndrome urofacial de Ochoa (SUF) é uma condição rara, de herança autossômica recessiva, caracterizada pela presença de uropatia obstrutiva funcional associada à inversão da expressão facial quando tentam sorrir, semelhante à fácies de choro. De diagnóstico eminentemente clínico, a anormalidade da expressão facial é a principal característica da SUF, sendo sua relação com a disfunção miccional ainda controversa. Pacientes portadores da SUF que apresentam infecção do trato urinário de repetição, disfunção miccional e refluxo vesicoureteral, se não diagnosticados precocemente, poderão apresentar deterioração progressiva do trato urinário superior com evolução para insuficiência renal terminal. Os autores relatam um caso de portador de SUF, transplantado renal, má aderente ao tratamento que evoluiu com infecção urinária grave, hipertensão arterial estágio 2 e perda do enxerto renal.

40 - Relato de caso: doença celíaca associada a tricobezoar gástrico - síndrome de Rapunzel

Case report: celiac disease associated with gastric trichobezoar - Rapunzel syndrome

Ana Clara Aragão Fernandes, Lídia Maria Oliveira Barisic, Lucas Costa Feitosa Alves, Marina Albuquerque Almeida, Laura Janne Lima Aragão

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-78

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OBJETIVOS: Relatar um caso de uma paciente com doença celíaca e distúrbio psicológico associado à tricobezoar gástrico - síndrome de Rapunzel. RELATO DE CASO: E.N.F., sexo feminino, 7 anos, comparece ao ambulatório com a genitora referindo história de dor abdominal, episódios diarreicos e perda de peso associados à astenia e desânimo. Ao exame físico, encontrava-se com estado geral regular, apresentava abdome globoso, com ruídos hidroaéreos diminuídos e doloroso à palpação superficial. Endoscopia digestiva revelou a presença de tricobezoar gástrico. Biópsia de fragmentos de esôfago, estômago e duodeno demostraram padrão para doença celíaca. Foi submetida à laparoscopia para retirada do bezoar. A paciente obteve boa evolução pós-cirúrgica, seguindo o tratamento com dieta isenta de glúten e acompanhamento psicológico/psiquiátrico. CONCLUSÕES: Acredita-se que doença celíaca tem relação com as desordens psicológicas, tricotilomania e tricotilofagia, que levaram ao desenvolvimento da síndrome de Rapunzel.

41 - Rabdomioma: relato de caso neonatal do HC-UFTM

A case of neonatal rhabdomyoma seen at HC-UFTM

Thaís Verginio Geraldelli Morais; Thainá Verginio Geraldelli; Giovanna Rossi Ferreira Gonçalves; Fabiana Galdino Barsam; José Geraldo Ferreira Gonçalves

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-71

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Os tumores cardíacos constituem condição rara, com incidência aproximada 0,01% na população geral. Os rabdomiomas são os tumores mais frequentes no recém-nascido e na criança. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de um RN de 38 semanas e 6 dias, que apresentava tumoração intracardíaca, sem repercussão hemodinâmica, afim de discutir a importância do rastreamento ultrassonográfico morfológico fetal e do ecocardiograma no diagnóstico e acompanhamento de tumores cardíacos.

42 - Especial COVID-19 Infecção por SARS-CoV-2 em portador de rara glomerulopatia crônica: um relato de caso

SARS-CoV-2 infection in a patient with rare chronic glomerulopathy: a case report

Flávia Dias Silveira; Káthia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntini; Márcia Dias Silveira; Kátia Virgínia Rocha; Adrianna Barros Leal Dantas; Bárbara Carvalho Dantas; Camila Cavalcante de Queiroz Santos

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-360

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A pandemia pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 desencadeou, no final de 2019, grande mobilização científica com o intuito de conhecer melhor a doença e desvendar possibilidades terapêuticas. Este relato tem por objetivo descrever um caso de COVID-19 em um adolescente portador de rara glomerulopatia crônica. Paciente de 15 anos, diagnosticado com glomerulopatia por C3, em 2018. Em 15 maio de 2020, após 2 meses de abandono ao tratamento de manutenção da glomerulopatia, internou com quadro de edema, oligúria, hipertensão e piora da função renal. Em 18 de maio de 2020, ainda internado e em terapia hemodialítica, apresentou febre baixa sem foco bem esclarecido. No dia seguinte, evoluiu com quadro súbito de queda da saturação de oxigênio, em torno de 79% em ar ambiente, febre alta, dispneia leve e hipotensão. Coletados exames para sepse e PCR para COVID-19, confirmaram-se os diagnósticos de estafilococcia e COVID-19. Tomografia de tórax revelou imagem nodular em vidro fosco com derrame pleural bilateral. Após retirada do cateter de diálise e instituição da antibioticoterapia, paciente evoluiu bem clinicamente, sem novas repercussões após 5 semanas do início do quadro. É sabido que a doença renal crônica é fator de risco independente para o desenvolvimento de pneumonia e, embora existam evidências de que ela esteja associada ao risco aumentado de desenvolvimento da forma grave da COVID-19 em adultos, estudos em populações pediátricas mostram, até o momento, que crianças portadoras de doenças renais não tiveram evolução desfavorável em relação às crianças saudáveis da mesma faixa etária.

43 - Especial COVID-19 Eritema pérnio-like por COVID-19 em paciente com lúpus

Erythema pernio-like by COVID-19 in a patient with lupus

Aline Santin Giordani; Gina Bressan Schiavon; Jandrei Rogério Markus; Marice El Achkar Mello; Vânia Oliveira Carvalho

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-357

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Durante a pandemia da COVID-19 têm sido descritos sintomas cutâneos que podem ser concomitantes, precederem ou sucederem os demais sintomas da infecção viral. Entre os mais observados nos pacientes pediátricos estão as lesões semelhantes ao eritema pérnio. Caracteriza-se por manchas e placas de coloração eritematosa à purpúrica, localizadas nas mãos e pés, semanas depois de sintomas leves respiratórios ou sem qualquer sintoma prévio. Apresentamos um menino de 11 anos, portador de lúpus eritematoso sistêmico, controlado, em uso de micofenolato mofetil e hidroxicloroquina e sem lesões cutâneas há 6 meses. Iniciou com lesões eritêmato-purpúricas nos pés e mãos, assintomáticas até o oitavo dia, quando apresentou febre, dor nas lesões e piora com presença de bolhas e crostas. No nono dia o RT-PCR para COVID-19 (SARS-CoV-2) foi positivo. Este foi o primeiro relato de um paciente pediátrico com lúpus que desenvolveu quadro semelhante ao eritema pérnio associado à infecção pela COVID-19. Não podemos descartar que tenha sido manifestação da doença reumatológica, no entanto, a relação temporal com a COVID-19 e a duração das lesões são fatores favoráveis ao diagnóstico de perniose-like, também não é conhecido se os pacientes com lúpus teriam maior probabilidade de desenvolver as lesões perniose-like. Mais relatos semelhantes poderão confirmar esta possibilidade.

44 - Especial COVID-19 Coinfecção por SARS-CoV-2 e S. aureus em pacientes internados em UTI pediátrica de hospital federal no Rio de Janeiro: relato de dois casos clínicos

SARS-CoV-2 and S. aureus coinfection in patients admitted to a pediatric ICU of a federal hospital in Rio de Janeiro: report of two clinical cases

Victor Rocha Ribeiro de Souza; Susana Villela Moreira; Luise Leal Fernandes de Oliveira; Lilia Maria da Serra Costa; Renata Cardoso Nascimento; Nathalia da Fonseca Gonçalves; Dayane Souza dos Santos; Patricia Lopes Miranda de Oliveira

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-364

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A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 no ano de 2020 assolou o mundo desde quadros leves a fatais. Em nossa unidade de terapia intensiva pediátrica recebemos dois pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e coinfecção por Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA). O objetivo deste artigo é discutir sobre a associação do vírus SARS-CoV-2 com o S. aureus sensível à meticilina. Estes pacientes evoluíram para SRAG, acompanhados de trombose venosa profunda (TVP) e dependência de cuidados intensivos. Foram testados para SARS-CoV-2 por PCR viral e hemocultura de sangue periférico para S. aureus (MSSA), necessitaram de ventilação mecânica invasiva, uso de aminas vasoativas, antibioticoterapia de amplo espectro e anticoagulação terapêutica. O coronavírus é um RNA vírus responsável por quadros respiratórios e gastrointestinais, pode ser transmitido por gotículas, via fecal oral, fômites e superfícies contaminadas. O S. aureus é uma bactéria responsável pelas infeções piogênicas de pele e tecidos moles, podendo evoluir com disseminação hematogênica. A incidência de trombose venosa profunda é maior em pacientes graves, imóveis e/ou restritos no leito, mesmo que em uso de anticoagulante profilático. Concluímos que a infecção estafilocócica contribuiu para a piora destes pacientes, já que na população pediátrica a COVID-19 evolui de forma branda na maioria dos quadros clínicos. Esses agentes infecciosos estão relacionados a sintomas respiratórios graves com síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), sepse, SRAG, choque e disfunções orgânicas.

45 - Investigação clínica de osteomielite crônica em região proximal de clavícula esquerda em escolar de 8 anos do sexo feminino: relato de caso

Clinical research of chronic osteomyelitis in proximal region of the leftclavicle in 8-year-old female student: case report

Letízia Aurilio Matos; Julia Maria Gomes Vitor

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-68

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A osteomielite é uma infecção óssea caracterizada pela destruição progressiva do osso cortical e cavidade medular provocado por micro-organismos patogênicos. O agente infeccioso varia levando-se em consideração fatores como idade, meio de infecção, estado do doente e forma de contato. Atualmente, cerca de 85% dos casos de osteomielite acometem pacientes com menos de 17 anos de idade e sua incidência é quase três vezes maior entre os menores de 3 anos, sendo a população masculina a mais acometida. Essa infecção óssea pode ser classificada como aguda, subaguda ou crônica. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um caso de osteomielite crônica em escolar de 8 anos, com foco na investigação clínica e na importância diagnóstica. A investigação clínica, associada à realização e análise dos exames complementares permitiu o diagnóstico de osteomielite crônica, sendo realizado tratamento com antibiótico venoso, e acompanhamento ambulatorial com especialistas, favorecendo o bom prognóstico da paciente.

46 - Especial COVID-19 Infecção por SARS-CoV-2 em uma criança com imunodeficiência primária: relato de caso

SARS-CoV-2 infection in a child with primary immunodeficiency: a case report

Rodrigo Hideki Matsura; Maíra Freire Cardoso; Karine Vusberg Galleti; Artur Figueiredo Delgado; Werther Brunow de B Carvalho

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-367

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Comparado aos pacientes adultos, a maioria dos casos da doença pelo coronavírus-19 (COVID-19) em pediatria foi descrita como leve ou assintomática. Porém, nos últimos meses cresceu o número de relatos de crianças que desenvolveram quadros mais graves, com disfunção de múltiplos sistemas e provas inflamatórias elevadas, denominada atualmente de síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C). Descrevemos o caso de um lactente que tinha como antecedente pessoal uma imunodeficiência primária, que evoluiu com a forma grave de infecção por SARS-CoV-2, associada à disfunção de múltiplos órgãos e provas inflamatórias elevadas. Apesar do quadro clínico compatível com MIS-C, sua doença de base pode ter contribuído pelo seu desfecho desfavorável. Por tratar-se de uma condição recém-documentada na literatura, os relatos dos casos vivenciados de SARS-CoV-2 é condição indispensável para melhor compreender sua evolução e melhorar seu manejo clínico.
Resenha

48 - Especial COVID-19 A importância da investigação da COVID-19 em gestantes e recém-nascidos

The importance of COVID-19 research in pregnant women and newborns

Gabriel Trevizani Depolli; Antônio Lucas Ferreira Feitosa; Jôbert Kaiky da Silva Neves; Maria Gabriella Pacheco da Silva

Resid Pediatr. 2020;10(2):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n2-337

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O objetivo desse trabalho é destacar a importância da investigação da COVID-19 em gestantes e recém-nascidos. Visou-se também analisar, através de estudos publicados em 2020, se o novo coronavírus pode ser transmitido de forma vertical e se há diferenças das manifestações clínicas da doença entre gestantes e não gestantes.