ISSN-Online: 2236-6814

https://doi.org/10.25060/residpediatr

VOLUME12 - NÚMERO 3 Jul/ Set - 2022

Edição completa

Editorial
Artigo de Revisao

2 - Enterocolite necrosante: uma revisão da literatura

Necrotizing enterocolitis: a literature review

Andréa Souza Hachem; João Cesar Lyra; Érica Cristina Scarpa; Maria Regina Bentlin

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-8 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-519

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OBJETIVOS: Realizar uma atualização do tema por meio de uma revisão da literatura. MÉTODOS: Foi realizada uma busca nas plataformas MEDLINE, PubMed, SciELO, LILACS e Cochrane, utilizando-se palavras-chave sobre o tema e, após seleção dos principais artigos, procedeu-se à análise dos mesmos. CONCLUSÃO: A enterocolite necrosante (ECN) é uma inflamação que afeta o trato gastrointestinal (TGI) de recém-nascidos. Os critérios de Bell modificados a classifica, de acordo com achados clínicos e radiográficos, em suspeita, confirmada ou avançada. A patogênese não é completamente compreendida. Nos bebês de termo ocorre devido à má perfusão mesentérica. A forma clássica ocorre nos prematuros, com fisiopatologia multifatorial que inclui: imaturidade do TGI, predisposição genética, alterações na microbiota intestinal, bactérias patogênicas, características da nutrição enteral e lesão hipóxico-isquêmica intestinal. Todos esses fatores ativam uma cascata inflamatória intensa, que pode levar a necrose intestinal. Os fatores de risco são prematuridade, baixo peso, sepse, persistência do canal arterial, anemia e/ou transfusão, entre outros. Além dos sintomas gastrointestinais (distensão e dor abdominal, resíduo gástrico, vômitos e enterorragia), apresenta sintomas inespecíficos como instabilidade térmica, apneias, hipoglicemia ou até choque. Na radiografia encontra-se distensão de alças, espessamento de parede intestinal, pneumatose, ar no sistema porta, pneumoperitônio, líquido peritoneal ou alça fixa dilatada. A abordagem terapêutica inclui jejum, antibióticos de amplo espectro, monitoração hemodinâmica. A cirurgia é indicada quando ocorre piora clínica, perfuração ou suspeita de necrose. Entre as medidas preventivas estão: controle de infecção, aleitamento materno, protocolos para início e progressão da nutrição enteral e administração de probióticos.

3 - Os efeitos de uma intervenção, segundo o conceito de Bobath, na função motora, em crianças com paralisia cerebral

The effects of an intervention, in the light of the Bobath concept, on motor function, in children with cerebral palsy

Mafalda Santos Lobato

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-9 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-643

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O objetivo do presente estudo é aferir os efeitos de uma intervenção à luz do conceito de Bobath, na função motora em crianças com paralisia cerebral. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura que contempla nove estudos publicados entre 2014 e 2019, sendo que estas evidências empíricas foram pesquisadas em três bases de dados distintas: B-On; PubMed; ScienceDirect. Os nove estudos contemplados são indicativos dos efeitos positivos do conceito de Bobath, na função motora, de crianças com paralisia cerebral, bem como na atenção visual, contribuindo assim para a melhoria e aumento da qualidade de vida e independência nas atividades da vida diária destas crianças. Concluiu-se que o conceito de Bobath deverá integrar a intervenção com fisioterapia, para melhoria da função motora de crianças com paralisia cerebral, contudo, impera referir a necessidade da realização de mais estudos com enfoque neste conceito e nos seus efeitos, em crianças com esta patologia.

4 - Direito de participação da criança e do adolescente na qualidade e na segurança do seu cuidado: estratégias para sua implementação

Rights of children and adolescents to participate in the quality and safety of their care: approaches to implementation

Kalline Eler; Cristina Ortiz Sobrinho Valete; Aline Albuquerque; Tiago Chagas Dalcin; Claudia Regina Cachulo Lopes; Esther Angelica Luiz Ferreira

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-11 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-624

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OBJETIVOS: A segurança é um dos domínios da qualidade em saúde. A participação da criança e adolescente na qualidade e segurança do seu cuidado, é um tema pouco explorado em pesquisas. Este estudo teve como objetivo o desenvolvimento de elementos teórico-práticos sobre o assunto. MÉTODOS: Pesquisa teórica, com revisão da literatura com os termos “criança” AND (“segurança” OR “qualidade”) AND “direitos do paciente”, busca secundária e análise crítica dos artigos encontrados e, também, da legislação referente ao tema, além da produção científica das autoras. RESULTADOS: No que se refere a legislação referente ao tema, a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) é a que reconhece a criança como titular de direitos enquanto paciente. Cada criança deve ser avaliada quanto à sua possibilidade de participação no seu cuidado, mas isto nem sempre ocorre. Através de estratégias que envolvem a literacia em saúde, a comunicação efetiva, o cuidado centrado no paciente, a criança pode ser envolvida neste processo de cuidado. Destacamos as rondas centradas na família e na criança, o brinquedo terapêutico, a contação de estórias e as tecnologias interativas como ferramentas práticas para implementação desta estratégia. CONCLUSÃO: Conclui-se que a participação da criança e adolescente na qualidade e segurança do seu cuidado é um direito constituído e há necessidade de incorporar este tema na formação dos profissionais de saúde. Há estratégias que podem ser implementadas na prática diária com auxílio dos profissionais e com reflexos positivos na qualidade e segurança do cuidado em pediatria.

5 - Síndrome de Guillain-Barré na pediatria: revisão de literatura

Guillain-Barré syndrome in pediatrics: a literature review

Maria Eduarda Turczyn de Lucca; Jhulia Farinha Maffini; Mariana Guerrini Grassi; Marcelo Stadler-Junior; Vinícius Neves Bezerra; Paulo Ramos David João

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-9 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-523

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OBJETIVO: Sendo a síndrome de Guillain-Barré (SGB) a causa mais comum de paralisia flácida aguda após a poliomielite ter sido erradicada em alguns países, esta revisão tem como objetivo abordar a apresentação clínica, causas mais comuns e efetividade de tratamentos da SGB devido à sua importância médica. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de literatura, desenvolvida com 15 artigos encontrados nas bases de dados MEDLINE, Cochrane e LILACS, entre 2010 e 2020. Os critérios foram idioma (inglês, português e espanhol), artigos de revisão de literatura, revisão sistemática e metanálise e idade de até 18 anos entre os estudados nos trabalhos. RESULTADOS: A anatomia patológica varia de acordo com o subtipo clínico da síndrome, tendo variações do quadro clínico. O diagnóstico é clínico, mas pode haver necessidade de exames devido à complexidade do caso e pelos diversos diagnósticos diferenciais. O tratamento visa acelerar a recuperação, diminuir complicações e diminuir o déficit neurológico residual a longo prazo. Imunoglobulina endovenosa é considerada a modalidade de tratamento mais eficaz. A plasmaferese também é considerada mais benéfica quando iniciada precocemente e é consideravelmente mais barata. Mesmo em países desenvolvidos, 5% dos pacientes com SGB morrem de complicações médicas. CONCLUSÃO: A SGB é atualmente a principal causa de paralisia flácida aguda e apesar de existirem opções terapêuticas eficazes, a taxa de óbito é significativa, assim como são suas sequelas decorrentes de recuperação incompleta. A pesquisa acerca desta síndrome é necessária, pois aprimorar o conhecimento e manejo acarretaria em redução da morbimortalidade.

6 - Alergia às proteínas do leite de vaca e a atenção primária à saúde: uma revisão narrativa das diretrizes atuais

Cow's milk protein allergy and primary health care: a narrative review of current guidelines

Carlos Tourinho Lapa Filho; Hannah Fernandes Lapa; Jackeline Motta Franco; Sarah Cristina Fontes Vieira; Dirceu Solé; Mário César Vieira; Ricardo Queiroz Gurgel

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-9 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-526

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OBJETIVOS: Realizar uma revisão narrativa da literatura sobre as diretrizes atuais para alergia alimentar e disponibilizar algoritmos com as principais recomendações para manejo de alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) em crianças na atenção primária. MÉTODOS: Foram pesquisadas publicações relevantes nas bases de dados Cochrane Library, MEDLINE, PubMed, Guidelines International Network, National Guidelines Clearinghouse and National Institute for Health e Clinical Excellence (NICE) com utilização das palavras-chaves sobre o tema e os artigos encontrados foram revisados, assim como as recomendações do guia e do consenso nacional de alergia alimentar. CONCLUSÃO: Diagnóstico e tratamento adequados de APLV em crianças são fundamentais, considerando seu impacto nutricional, emocional e socioeconômico. As diretrizes de prática clínica disponibilizam recomendações baseadas em evidência científica melhorando a qualidade do cuidado, entretanto sua implementação prática é um desafio. Ademais, a escassez de algoritmos que favoreçam a acessibilidade à informação dos extensos conteúdos científicos disponibilizados é uma realidade que torna relevante a proposta de um manejo de APLV na atenção primária que seja mais prático, aplicável e acessível, de modo a consolidar uma prática clínica baseada em evidência científica.

7 - Síndrome inflamatória multissistêmica em pacientes pediátricos: uma revisão da literatura

Multisystem inflammatory syndrome in children – a literature review

Emily Miranda Nogueira; Caio Trevelin Sambo; Ademar Pires de Souza Filho; Ana Flávia Castro Véras; Lucina Reis Carpanez

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-10 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-620

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OBJETIVOS: Realizar uma revisão de literatura a fim de caracterizar a epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e manejo da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), avaliar impacto econômico e diferenciar a SIM-P da doença de Kawasaki e síndrome do choque tóxico. MÉTODOS: Revisão realizada em duas etapas: uma revisão da literatura através da plataforma PubMed e uma pesquisa de documentos de órgãos oficiais. Foram selecionados 10 artigos contendo informações sobre epidemiologia, fisiopatologia, quadro clínico, avaliações complementares, critérios diagnósticos, manejo clínico e/ou desfecho da SIM-P. Foram excluídos artigos duplicados, com enfoque em pacientes adultos, que não incluem descrição das alterações e abordagem da SIM-P. RESULTADOS: A média de idade variou entre 8,5 e 12 anos; sexo masculino foi o mais acometido; maioria da amostra possuía sorologia positiva para COVID-19; maioria internou em UTI; baixa mortalidade. Não há fisiopatologia bem definida até o momento. Os principais sintomas foram febre, sintomas gastrointestinais, rash cutâneo e conjuntivite. As disfunções predominantes foram choque e insuficiência respiratória. Laboratorialmente, houve aumento de marcadores inflamatórios, procalcitonina, IL-6, troponina e pró-BNP. Os tratamentos mais utilizados foram: suporte ventilatório, drogas vasoativas, imunoglobulina e corticosteroides. CONCLUSÃO: Este estudo permitiu melhor compreensão sobre a SIM-P, apesar da falta de estudos que englobam o assunto. Foi possível a caracterização de um perfil epidemiológico, clínico, laboratorial e diagnóstico. O tratamento da doença ainda não possui protocolos definidos, porém, ele se mostrou semelhante na maioria dos estudos. Por conseguinte, é necessário o desenvolvimento de novos estudos e protocolos para melhor entendimento e abordagem da SIM-P.

8 - Manejo da hipertensão intracraniana no trauma cranioencefálico pediátrico

Management of intracranial hypertension in pediatric traumatic brain injury

Jonhatan Diego Furquim; Ana Carolina Liermann; Ana Flavia Filipczak; Daniela Carolina Tomasini; Paulo Ramos David João; Polyana Monique Santos

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-8 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-632

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OBJETIVO: Revisar o manejo atual da hipertensão intracraniana na população pediátrica, seus níveis de evidência e possíveis complicações de sua aplicação. MÉTODOS: Revisão bibliográfica, utilizando a base de dados PubMed. Foram analisados 47 artigos, de 17 a 25 de abril de 2021, que atendiam pelos termos “TCE pediátrico, HIC pediátrica, tratamento da HIC na pediatria”, incluídos os em português e inglês, acima do ano 1999 e excluídos os 22 que tratavam de TCE e HIC no adulto, aplicação de escalas ao TCE, tratamento de outras complicações que não a HIC e de achados genéticos relacionados aos resultados após TCE. RESULTADOS: Com base na literatura levantada, pode-se observar que algumas medidas, para o manejo da hipertensão intracraniana, são consenso entre alguns autores, ainda que apresentem um nível de evidência baixo, por outro lado, algumas ainda geram controvérsias. CONCLUSÃO: Embora muitas medidas ainda tenham um baixo nível de evidência, elas têm se mostrado efetivas na prevenção de um segundo insulto que possa exacerbar uma lesão secundária. No entanto, é preciso uma avaliação caso a caso para instituir o manejo mais adequado e com menor risco de complicações para o paciente.

9 - Doença inventada ou induzida em uma criança pelo (a) cuidador (a): o que o médico precisa saber

Illness fabricated or induced in a child by a caregiver: what the doctor needs to know

Marcia Maria Costa Giacon Giusti; Carolina Machado Benites; Amanda Beatriz Andrade; Renan Gianecchini Vignardi; Anna Carolina Macieira Feitosa; Gabriel Stecca Canicoba; Carmen Silvia Molleis Galego Miziara; Ivan Dieb Miziara

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-398

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A invenção, indução ou exacerbação da doença pelos cuidadores é conhecida como síndrome de Munchausen por procuração desde o século passado, embora esse nome seja atualmente considerado inadequado. Para este estudo, adotaremos esta segunda designação. O abuso infantil não é um problema recente, nem é fácil identificar. O agressor pode praticar múltiplas formas de agressão, mas uma delas assume importância não só pelas consequências imediatas ou tardias, mas também porque o agressor, na maioria das vezes, é a mãe. Este estudo teve como objetivo abordar a síndrome de forma ampla com informações sobre o diagnóstico e conduta médica e jurídica, conforme dados da literatura.

10 - Aleitamento materno exclusivo por mães vegetarianas e suas possíveis implicações para a criança

Exclusive breastfeeding by vegetarian mothers and their possible implications for children

Melissa Gershon; Lucca de Faria Santos Amorim; Romero Ribeiro Duque; Alegna Cristiane Medeiros Sobrinho; Rodrigo Moreira Garcia; Luciano Rodrigues Costa

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-510

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Sabe-se que o período entre a gestação e os dois anos de idade da criança é crítico para a promoção do crescimento e do desenvolvimento, o que faz com que a nutrição adequada seja fundamental para o desenvolvimento completo do potencial de cada ser humano. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo discutir as peculiaridades do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do lactente por mães vegetarianas e suas possíveis implicações para a criança. Trata-se de uma revisão narrativa baseada na avaliação de protocolos da Sociedade Vegetariana Brasileira, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade de Pediatria de São Paulo, bem como em artigos compreendidos no período entre 1982 e 2020, disponíveis em bases de dados online. O leite humano contém lipídeos, vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos, imunoglobulina A, interferon, enzimas e moduladores de crescimento. Essa composição geralmente é semelhante quando comparado o leite materno de vegetarianas e não vegetarianas, porém difere quantitativamente. Em vista disso, em caso de aleitamento materno exclusivo por mães vegetarianas, é necessária a avaliação médica para determinar se há necessidade de suplementação nutricional, principalmente de vitamina B12, ferro e ômega-3. Nos casos em que o aleitamento materno não é possível, uma alternativa são as fórmulas infantis à base de soja ou arroz. Estudos recentes mostram que o crescimento e o desenvolvimento de crianças alimentadas através de fórmulas à base de soja ou arroz podem ser similares ao de lactentes que receberam aleitamento materno exclusivo ou fórmula à base de leite de vaca.

11 - Sensibilidade ao glúten não celíaca em pacientes pediátricos: uma revisão da literatura

Non-celiac gluten sensitivity in pediatric patients: a literature review

Vânia Gameiro de Carvalho; Nathalia Silva Queiroz

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-569

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OBJETIVO: Este trabalho possui o objetivo de revisar a bibliografia pertinente acerca do tema sensibilidade ao glúten não celíaca em crianças e de resumir os principais dados de patogênese, sintomatologia e métodos diagnósticos atualmente estabelecidos, úteis para o esclarecimento da classe médica pediátrica a respeito dessa patologia. MÉTODOS: As bases de dados selecionadas foram: PubMed (National Center for Biotechnology Information), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online). Foram elegidas publicações de 2016-2021, nos idiomas inglês, português ou espanhol, que contribuíssem para a presente revisão, através dos termos criança, pediatria, sensibilidade ao glúten não celíaca e sensibilidade ao glúten. RESULTADOS: A sensibilidade ao glúten não celíaca ocorre em pacientes em que a doença celíaca e a alergia ao trigo foram descartadas. Manifestações intestinais e extraintestinais ocorrem após a ingestão de alimentos que contém glúten e desaparecem após a retirada do mesmo da dieta. A base fisiopatogênica da sensibilidade ao glúten não celíaca está relacionada à resposta imunológica inata do organismo desencadeada por peptídeos do glúten. O teste de desafio duplo cego controlado com placebo é considerado padrão ouro para investigação diagnóstica, apesar de limitações. Novos métodos estão em testes, a fim de afirmar, corretamente, o diagnóstico de sensibilidade ao glúten não celíaca. CONCLUSÃO: A determinação diagnóstica da sensibilidade ao glúten não celíaca é fundamental para que o paciente pediátrico não seja submetido, desnecessariamente, a dietas isentas de glúten que podem repercutir negativamente no âmbito de sua nutrição e desenvolvimento.
Artigo Original

12 - Interconsultas em reumatologia pediátrica: casuística de hospital terciário no Sul do Brasil

Pediatric rheumatology interconsultation: sample from a tertiary hospital in southern Brazil

Ricardo Gullit Ribeiro; Márcia Bandeira

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-520

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OBJETIVO: Descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientes pediátricos atendidos via interconsultas em ambulatório de reumatologia pediátrica (RP). MÉTODOS: Estudo transversal e observacional que analisou os prontuários dos pacientes atendidos na forma de interconsultas em um ambulatório de RP de um hospital terciário durante 14 meses. Dados epidemiológicos, de história clínica e exames laboratoriais foram coletados e estatísticas descritivas foram realizadas. RESULTADOS: Foram incluídos 37 pacientes, 27 (73%) do sexo feminino e 10 (27%) do sexo masculino, com idade mediana de 12,4 anos (mín.: 1,3/máx.: 15,9). Já tendo realizado diversos exames complementares, os pacientes foram encaminhados por 13 especialidades diferentes, tendo predomínio da dermatologia pediátrica. Na primeira consulta com reumatologista pediátrico, as principais queixas foram: artralgia (51,3%), manchas cutâneas (32,4%) e rash cutâneo (29,7%). O período compreendido entre o início dos sintomas e a consulta variou entre 16 e 4.554 dias, com mediana de 730 dias. 20 (54,1%) pacientes tiveram como desfecho a exclusão de uma doença reumatológica, três (8,1%) perderam seguimento e 14 (37,8%) foram diagnosticados com doenças reumatológicas, sendo as mais comuns: esclerodermia linear (28,6%), lúpus eritematoso sistêmica juvenil (28,6%), artrite idiopática juvenil (14,3%) e dermatomiosite juvenil (14,3%). CONCLUSÃO: As principais queixas dos pacientes referenciados à RP foram artralgia e lesões cutâneas, com um longo período de evolução dos sintomas, além de ampla faixa etária e papel preponderante das pacientes do sexo feminino. Além disso, nota-se que previamente à avaliação do reumatologista pediátrico, os pacientes consultaram várias especialidades e foram expostos a diversos exames complementares.

13 - Prevalência de aleitamento materno exclusivo após internação em unidade de cuidados neonatais

Prevalence of exclusive breastfeeding in newborns discharged from a neonatal intensive care unit

Patricia Carrenho Ruiz; Nathália Zocchi Santiago; Mariana Fonseca Sousa Aquino; Sandra Regina Batista

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-463

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OBJETIVOS: Definir a prevalência de aleitamento materno exclusivo entre os pacientes que receberam alta sendo amamentados, exclusivamente ou de forma mista, 15 dias após a alta hospitalar da Unidade de Cuidados Intensivos e Intermediários Neonatais e os fatores relacionados. MÉTODOS: Estudo observacional, descritivo, prospectivo, em que foram incluídos recém-nascidos internados na unidade neonatal que receberam alta hospitalar em aleitamento materno exclusivo ou misto no período de maio a julho de 2019. Quinze dias após a alta hospitalar, foi realizado contato telefônico com a genitora a respeito da forma de alimentação do bebê neste momento. RESULTADOS: A prevalência de aleitamento materno exclusivo (AME) 15 dias após a alta hospitalar foi de 62,3%. O peso ao nascer e a idade gestacional foram significativamente maiores e o tempo de internação foi menor no grupo em AME 15 dias após a alta (p<0,05). Houve correlação positiva entre AME na alta e AME 15 dias após a alta (p<0,05). CONCLUSÃO: O estabelecimento e a manutenção do aleitamento materno em recém-nascidos que necessitam de internação para cuidados de saúde é um desafio, que necessita de todo o empenho em termos de estrutura e processos. Fatores como o peso de nascimento, a idade gestacional e o tempo de hospitalização têm relação com a prevalência de amamentação após a alta. O aleitamento materno exclusivo por ocasião da alta favoreceu o aleitamento materno 15 dias após a alta.

14 - Hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer em uma cidade do sul do Brasil

Intrauterine hipoxia and asphyxia at birth in a southern city of Brazil

Marina Martins Borges; Lívia Maria Bereta dos Reis; Larissa Hallal Ribas

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-501

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INTRODUÇÃO: Hipóxia intrauterina e asfixia ao nascer corresponde à quarta causa de morte neonatal e perinatal no Brasil, esse dado reflete a qualidade da assistência fornecida nas maternidades à parturiente e ao recém-nascido por ser evitável. A asfixia perinatal é definida quando há uma interrupção na troca gasosa ou um fluxo sanguíneo inadequado, levando à hipoxemia e hipercapnia persistentes, no período que antecede o parto ou intraparto, podendo levar a lesões permanentes em diversos sistemas. OBJETIVOS: O estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico da ocorrência de hipóxia intraútero e asfixia neonatal considerando fatores maternos e fetais no munícipio de Pelotas/RS, entre os anos de 2008 a 2018. Métodos: Estudo transversal onde foi analisado dados secundários obtidos na plataforma DATASUS de prevalência de hipóxia intraútero e asfixia ao nascer em Pelotas/RS. RESULTADOS: Foi possível observar que a prevalência foi maior em recém-nascidos do sexo masculino, em partos cesáreos, ocorridos pelo sistema privado. Além disso, a mortalidade foi de 15,75%, maior na faixa etária materna entre 25 a 29 anos, em gestações únicas com duração de 37 a 41 semanas e peso ao nascer entre 1.500 e 2.499 gramas. Os óbitos ocorreram em sua grande maioria antes de ocorrer o parto. CONCLUSÃO: A hipóxia intraútero e asfixia ao nascer é importante causa de morbimortalidade perinatal evitável com prevalência em recém-nascidos pré-termo com peso inferior à 2.500 gramas. Permite avaliar a qualidade de assistência à gestante e ao recém-nascido no pré-natal e durante o parto.

15 - Icterícia neonatal: fatores associados à necessidade de fototerapia em alojamento conjunto

Neonatal jaundice: risk factors associated with performing phototherapy in a rooming-in care setting

Vitória Silva Souza Dias; Simone Manso de Carvalho Pelicia; José Eduardo Corrente; Ligia Maria Suppo de Souza Rugolo

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-459

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OBJETIVO: Investigar a frequência da icterícia e do uso de fototerapia, bem como fatores de risco associados à necessidade de fototerapia em alojamento conjunto (AC). MÉTODOS: Estudo retrospectivo com RN de 35 semanas ou mais de idade gestacional (IG) internados em AC de hospital terciário no período de outubro a dezembro de 2017, divididos em dois grupos: tratados e não tratados com fototerapia. Incluídos todos os nascidos no serviço com IG maior ou igual a 35 semanas, sem anomalias congênitas, e admitidos no AC. Excluídos os que necessitaram de internação em enfermaria neonatal. Avaliados dados clínicos maternos, gestacionais, neonatais e práticas assistenciais. Desfecho: uso de fototerapia. Associações entre grupos foram avaliadas pelo teste t-Student e pelo qui-quadrado. Regressão logística múltipla foi empregada para identificar fatores independentes associados ao uso de fototerapia. RESULTADOS: 376 RN estudados. Do total, 176 (47%) tiveram icterícia e destes 66 (18%) foram tratados com fototerapia. O grupo tratado teve menor IG (38 x 39 semanas), maior bilirrubina em sangue de cordão (2 x 1,5mg/dL), maior perda de peso (7 x 6%), incompatibilidade ABO mais frequente (35 x 10%) e internação mais prolongada (79 x 50 horas). Regressão logística identificou como fatores independentes de risco para fototerapia: IG (OR=6), bilirrubina de cordão (OR=16), incompatibilidade ABO (OR=12) e perda de peso (OR=1,24). CONCLUSÃO: Icterícia foi frequente nos RN em AC e quase 20% deles realizaram fototerapia. Perda de peso foi o único fator evitável de risco para fototerapia e nenhum fator de proteção foi evidenciado.

16 - Artrogripose renal colestática diagnosticada a partir de colestase neonatal: relato de caso

Arthrogryposis-renal dysfunction-cholestasis syndrome diagnosed from a case of neonatal cholestasis - a case report

Bruna Caseri Marino; Natascha Silva Sandy; Gabriel Hessel; Maria Angela Bellomo Brandão

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-352

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A artrogripose renal colestática (ARC) é uma síndrome autossômica recessiva muito rara, com manifestações multissistêmicas caracterizadas principalmente por artrogripose, disfunção renal e colestase. Trata-se de uma doença grave com prognóstico limitado e evolução para óbito em geral no primeiro ano de vida. Este é um relato de caso de uma lactente do sexo feminino, 37 dias de vida, encaminhada para serviço terciário devido a quadro de colestase neonatal. Na avaliação identificou-se síndrome de Fanconi, artrogripose, desnutrição, ictiose e plaquetas agranulares e foi diagnosticada ARC. A biópsia hepática evidenciou padrão de hepatite neonatal. Apresentou intercorrências como desidratação, piora da acidose metabólica e insuficiência respiratória aguda. A lactente recebeu alta com 3 meses de idade em cuidados paliativos, evoluindo para óbito posteriormente. Por ser uma doença rara, o conhecimento de suas características é importante para o diagnóstico diferencial com outras causas de colestase neonatal e o direcionamento terapêutico adequado.

17 - Diagnósticos dermatológicos em recém-nascidos pré-termo: estudo transversal

Dermatologic findings in preterm newborns - a cross-sectional study

Danielle Arake Zanatta; Carine Andrade Celeira Lima; Jessica Castro da Silva; Vânia Oliveira de Carvalho

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-532

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OBJETIVO: Determinar a frequência de diagnósticos dermatológicos em recém-nascidos pré-termo e os fatores perinatais associados. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal analítico com amostra de conveniência e coleta prospectiva de dados, realizada entre novembro de 2017 e maio de 2018. Foram examinados 151 neonatos prematuros internados na unidade de terapia intensiva neonatal e prematuros tardios internados no alojamento conjunto de um hospital de nível de atendimento terciário. A população estudada foi avaliada para evidenciar, descrever e fotografar os diagnósticos dermatológicos presentes até 28 dias de vida. RESULTADOS: A frequência de diagnósticos dermatológicos foi de 99,3%, sendo os mais observados: lanugo em 128 recém-nascidos (84,7%), mancha salmão em 115 (76,1%), hiperplasia sebácea em 89 (58,9%), descamação fisiológica em 74 (49%), mancha mongólica em 54 (35,7%), pérola de Epstein em 43 (28,4%), lesões cutâneas traumáticas em 42 (27,8%), cisto de mília em 40 (26,4%), icterícia em 36 (23,8%) e eritema tóxico em 20 (13,2%). Os participantes com maior idade gestacional tiveram maior frequência de mancha salmão, eritema tóxico, mancha mongólica, hiperplasia sebácea, cisto de mília e pérola de Epstein. CONCLUSÃO: Diagnósticos dermatológicos foram frequentes e aqueles com maior idade gestacional apresentaram maior frequência de alterações fisiológicas e marcas de nascimento. Lesões cutâneas traumáticas figuraram entre as 10 mais observadas, reforçando a necessidade de implantação de protocolos de cuidados com a pele neonatal, com ênfase nos prematuros.

18 - O conhecimento de escolares do ensino fundamental sobre as modalidades do atletismo

Knowledge of athletics modalities by elementary school students

Diogo Dias de Souza

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-458

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A educação física escolar é essencial para o desenvolvimento da criança e do adolescente, sendo através das atividades realizadas diariamente que eles começam a desenvolver suas habilidades motoras e físicas. O conhecimento das modalidades de atletismo por escolares do ensino fundamental tornou-se objeto de desse estudo pela possibilidade de contribuir para uma melhor preparação física dos alunos. Através de um desenho transversal e exploratório, em uma amostra de conveniência constituída por 30 alunos, foi aplicado um questionário elaborado pelo autor. Observou-se que a modalidade de esporte preferida foi a corrida por 60% dos entrevistados. Resultados referentes às demais variáveis analisadas sugeriram que, ainda hoje, há necessidade de que os professores de educação física deem uma maior ênfase ao atletismo e as suas modalidades, cientes dos relevantes benefícios que a prática regular pode trazer para crianças e adolescentes em crescimento e desenvolvimento.

19 - Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes pediátricos assistidos pelo programa de assistência domiciliar interdisciplinar de um hospital de referência no Rio de Janeiro

Clinical-epidemiological profile of pediatric patients assisted by the interdisciplinary home care program of a reference hospital in Rio de Janeiro

Raquel Gomes Lot; Almiro Domiciano da Cruz Filho

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-460

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O Programa de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (INSMCA Fernandes Figueira/FIOCRUZ) - PADI IFF - é pioneiro na atenção domiciliar (AD) pediátrica pública no estado do Rio de Janeiro. Ele promove desospitalização segura, proporciona continuidade do cuidado de maneira multidisciplinar, integral e individualizada, humanizando a assistência de crianças com condições crônicas complexas de saúde e dependentes de tecnologia. Foi descrito o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes do programa analisando-se: gênero, idade, data de internação, origem, residência, diagnósticos, número de internações prévias, dependência de tecnologias, tempo de internação hospitalar antes da alta pelo programa, reinternações durante a AD e desfecho da AD. Não houve predominância de gênero, a maioria é formada por lactentes e pré-escolares, residentes do município do Rio de Janeiro. A maternidade de origem dessas crianças é o INSMCA Fernandes Figueira em 70% dos casos. As condições clínicas eram, em sua maioria, compostas por afecções respiratórias e foi visto que 90% dos pacientes possuem doenças relacionadas ao período perinatal (malformações congênitas, distúrbios genéticos, afecções da prematuridade). As condições crônicas foram responsáveis por longos períodos de internação, muitos deles com origem no período neonatal. Todos são dependentes de pelo menos dois tipos de tecnologia médica e 80% possui mais de um diagnóstico. Prevaleceu o uso de ostomias, sendo a gastrostomia o principal dispositivo. São dependentes de oxigenioterapia 80% dos pacientes e 50% utiliza ventilação mecânica. Após a desospitalização, 40% das crianças nunca reinternaram e duas receberam alta do programa.

20 - Cânula nasal de alto fluxo em pediatria: quando, como e por quê?

High Flow Nasal Cannula in pediatrics: when, how, and why?

Samara Damin; Camila de Souza Espindola; Adriana Koliski; Marcelo Rodrigues; Valéria Cabral Neves; Debora Carla Chong Silva; José Eduardo Carreiro

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-488

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OBJETIVOS: Realizar uma revisão bibliográfica não sistematizada e propor um fluxograma de utilização da CNAF em pediatria. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão não sistemática, onde foram selecionados estudos publicados nos últimos cinco anos com o objetivo de propor um fluxograma para orientação do uso da CNAF em pediatria. RESULTADOS: Obtiveram-se 34 artigos, quinze foram excluídos por abordarem apenas a população neonatal, cinco por não tratarem do tema, um por não trazer o texto completo e um por ser protocolo de estudo. Além dos doze artigos da busca inicial, foram incluídos mais onze artigos considerados relevantes ao objetivo da revisão, selecionados a partir das listas de referências. A partir dos dados obtidos dos artigos selecionados, foi relatado sobre a definição da terapia, componentes do aparelho, parâmetros a serem ajustados, os mecanismos de ação, as indicações e contraindicações, benefícios e possíveis complicações de seu uso resultando em um fluxograma de uso da terapia. CONCLUSÃO: Estudos sugerem que o alto fluxo é um método seguro, bem tolerado e de fácil aplicação. Além disso, pode evitar a necessidade de ventilação mecânica não invasiva e invasiva. Um fluxograma para otimização do seu uso em pediatria, pode ser vantajoso para o sucesso da terapia.

21 - Incidência de restrição de crescimento extrauterino e fatores de risco e proteção associados em recém-nascidos de muito baixo peso

Incidence of extrauterine growth restriction and associated risk and protective factors for very low birth weight newborns

Kerolaynne Fonseca de Lima; Suianny Karla de Oliveira Macedo; Arthur Pedro Marinho; Camila Dayze Pereira Santos; Lorena de Carvalho Monte de Prada; Ana Cláudia Moraes Medeiros de Lima; Ana Verônica Dantas de Carvalho; Anna Christina do Nascimento Granjeiro Barreto

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-490

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OBJETIVO:Determinar incidência de restrição de crescimento extrauterino (RCEU) em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer (RNMBP) e fatores associados. MÉTODOS: Estudo longitudinal, prospectivo com recém-nascidos prematuros de muito baixo peso em maternidade escola, realizado no período entre outubro/2017 a setembro/2018. Foram avaliadas variáveis demográficas, clínicas e nutricionais. As curvas utilizadas ao nascimento e para monitorar o crescimento foram as do Projeto INTERGROWTH. RCEU foi definida como escore Z do peso de nascimento < -2. Na análise estatística inferencial foram utilizados os testes qui-quadrado, t de Student, Mann-Whitney e regressão logística. RESULTADOS: Foram analisadas 97 crianças, destas 41,2% desenvolveram RCEU. O peso, escore Z de nascimento e o aporte calórico na primeira semana de vida foram maiores nas crianças sem restrição de crescimento. O uso de ventilação mecânica, tempo de internação na unidade de terapia intensiva, displasia broncopulmonar e sepse tardia apresentaram associação com a RCEU na análise bivariada. Na regressão logística multivariada apenas o escore Z do peso de nascimento (p<0,001) e o uso de ventilação mecânica (p=0,008) permaneceram associados ao desfecho. Com relação ao estado nutricional ao nascer, quanto maior o escore Z do peso, menor a incidência de RCEU. CONCLUSÃO: A incidência de RCEU encontrada foi elevada, tendo o estado nutricional ao nascimento e uso de ventilação mecânica como principais fatores associados.

22 - Fatores de risco e morbimortalidade associada à hipotermia à admissão na unidade de terapia intensiva neonatal

Risk factors and morbimortality associated with hypothermia upon admission to the neonatal intensive care unit

Ana Cláudia Moraes Medeiros de Lima; Lorena de Carvalho Monte de Prada; Arthur Pedro Marinho; Kerolaynne Fonseca de Lima; Suianny Karla de Oliveira Macedo; Cintia Suemy Uehara; Ana Verônica Dantas de Carvalho; Anna Christina do Nascimento Granjeiro Barreto

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-493

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OBJETIVO:Determinar incidência de hipotermia, fatores de riscos e desfechos associados à menor temperatura à admissão na unidade de terapia intensiva neonatal em recém-nascidos de muito baixo peso. MÉTODOS: Estudo longitudinal, observacional, prospectivo. Foram incluídos recém-nascidos de muito baixo peso, admitidos em unidade de terapia intensiva neonatal, entre outubro/2017 a setembro/2018. A variável dependente foi temperatura axilar na admissão. Foi realizado o cálculo da incidência de hipotermia e comparação das médias de temperatura nos fatores de risco e desfechos avaliados. Testes estatísticos: medidas de tendência central, frequências relativas/absolutas, Teste Kolmogorov-Smirnov, Levene e teste t de Student, considerando significativo p<0,05. RESULTADOS: Foram incluídos 128 recém-nascidos de muito baixo peso, com média de peso e idade gestacional, respectivamente, 1.079,2g e 29 semanas. Destes, 110 (85,9%) apresentaram hipotermia moderada, 13 (10,2%) hipotermia leve e apenas 5 (3,9%) encontravam-se normotérmicos à admissão. A temperatura média encontrada foi 34,7°C. Os seguintes fatores de risco mantiveram associação com menor temperatura à admissão: peso e idade gestacional, índice Apgar e reanimação neonatal. Os desfechos associados foram: síndrome do desconforto respiratório, uso de ventilação mecânica e drogas vasoativas, hemorragia pulmonar, uso de oxigênio com 28 dias de vida, sepse tardia e óbito. CONCLUSÃO: A incidência de hipotermia encontrada foi alta e a menor temperatura à admissão esteve associada a maior morbimortalidade. É necessário atenção nas práticas assistenciais para manutenção da temperatura do recém-nascido de muito baixo peso, principalmente naqueles de menores pesos e idades gestacionais e que necessitem de reanimação neonatal.

23 - As crianças apresentam sinais e sintomas que compõem um quadro pós-COVID-19?

Do children present signs and symptoms consistent with a post-COVID-19 syndrome?

Giovanna Guilherme Barcelos; Renata Machado Pinto; Paula de Oliveira Caetano Queiroz; Adriel Felipe de Rezende; Jordanna Ferreira Lousek; Mariana Braga Teixeira

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-888

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OBJETIVOS: Realizar uma revisão sistemática acerca das manifestações clínicas da COVID longa em crianças. MÉTODOS: Partiu-se do questionamento: “Quais as manifestações clínicas em crianças com síndrome da COVID longa?”. Incluiu-se artigos acerca do quadro clínico da COVID longa na população pediátrica, sendo estudos de coorte, caso-controle, estudos transversais e relatos de caso publicados em 2020 e 2021 nas bases de dados SCOPUS, Embase, NCBI e MedRxiv. A seleção e análise dos artigos foi realizada por quatro pesquisadores de forma independente, seguindo as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviewers and Meta-analysis. RESULTADOS: Dos 6.279 artigos encontrados nas bases de dados, 8 foram incluídos nesta pesquisa. A amostragem nas publicações selecionadas variou de 1 a 2.500 participantes, e incluiu uma população cuja faixa etária variou de 3 meses a 18 anos. Os sintomas mais relatados na COVID longa foram: fadiga, sintomas do trato respiratório alto e baixo, distúrbios do sono e sintomas neurológicos. O maior tempo de duração dos sintomas observados foi de oito meses, com mínima de quatro semanas. Ainda, alguns artigos relataram a síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica (SIM-P) na COVID longa. CONCLUSÃO: A COVID longa atinge em média 15,5% das crianças após a infecção, com duração de 4 a 32 semanas. Os principais sintomas foram fadiga e dispneia, seguidos por sintomas osteomusculares, respiratórios, neurológicos e distúrbios do sono. Ademais, não foi possível o esclarecimento de fatores de risco e desfecho desses casos nesse estudo.
Relato de Caso

24 - Efeitos colaterais da isoniazida: relato de caso

Side effects of isoniazid: case report

Paula Silva Almada; Rafaela Baroni Aurilio; Maria de Fatima Pombo Sant’Anna

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-334

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O tratamento da infecção latente por tuberculose (ILTB) é uma medida preventiva importante e merece interesse internacional. Embora existam outros esquemas terapêuticos para ILTB o uso de isoniazida é consagrado. O presente relato de caso é de um menino de 9 anos com asma e epilepsia que apresentou reações adversas ao uso da isoniazida prescrita como tratamento para ILTB. Depois da retirada do medicamento, que foi substituído por rifampicina, o paciente apresentou melhora clínica.

25 - Encefalite por enterovírus com sequelas neurológicas tratada com sucesso com corticosteroides

Enteroviral encephalitis with neurological sequelae treated successfully with corticoids

Laura Catalina Chavarro-Borrero; Denise Swei Lo; Alfredo Gilio

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-378

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Infecções por enterovírus são comuns na infância e podem comprometer o sistema nervoso central. A preocupação primária é a ausência de tratamento específico para casos graves. Há dados sobre o uso de imunoterapia para reduzir as sequelas neurológicas e alguns poucos estudos em que foi avaliada a eficácia e segurança dessa modalidade de tratamento. O presente artigo relata um caso de encefalite por enterovírus com sequelas neurológicas tratado de forma bem sucedida com corticosteroides.

26 - Raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X: relato de caso

X-linked hypophosphatemic rickets: case report

Camila Sousa Gonçalves; Mayara Teixeira Alexandrino Sales; Alessandra Lima Veras de Menezes Cavalcante; Raissa Almeida Barros de Oliveira Pereira; Milena Silva Sousa; Luciana Felipe Ferrer Aragão; Annelise Barreto de Carvalho; Ana Paula Dias Rangel Montenegro

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-336

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INTRODUÇÃO: O raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X é considerado a causa mais comum de raquitismo hereditário. É uma doença dominante ligada ao cromossomo X, causada por mutações no gene PHEX. Acredita-se que as alterações bioquímicas e na mineralização óssea sejam causadas pela ação aumentada de fator fosfatúrico decorrente da incapacidade do gene PHEX em inativar seu substrato. RELATO DE CASO: Menina, 7 anos e 11 meses, acompanhada por ortopedia desde 1 ano de idade, devido a deformidade nos membros inferiores. Encaminhada à endocrinologia pediátrica para avaliação. Ao exame físico, apresentava genu varum e estatura em escore Z de estatura/idade - 4,8. Exames laboratoriais: fósforo sérico = 2,3mg/dl (4,5-6,6), cálcio iônico = 1,8mmol/l (1,17-1,32), paratormônio = 42pg/ml (12-88), fosfatase alcalina = 600U/L (<300). A paciente sempre apresentou má adesão ao tratamento. Atualmente, aos 12 anos e 2 meses, permanece com genu varum e baixa estatura, além da persistência das alterações laboratoriais. Foi realizado o sequenciamento do gene PHEX, que evidenciou mutação heterozigótica nesse gene, confirmando o diagnóstico de raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X. COMENTÁRIOS: O raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X é uma doença rara com manifestações clínicas iniciadas desde os primeiros anos de vida. O diagnóstico e a intervenção são importantes por diminuir a morbimortalidade desses pacientes. A paciente iniciou o acompanhamento em nosso serviço tardiamente, com deformidades ósseas e baixa estatura, além de má adesão ao tratamento. Por estas razões, não houve melhora clínica ou laboratorial nesse período.

27 - Sinus de úraco em lactente: relato de caso

Urachal sinus in an infant: a case report

Júlia Souza Vescovi; Clara Ribeiro Doria; Hamilton Filipe Correia de Malfussi

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-365

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A persistência de úraco, estrutura tubular que liga a bexiga ao umbigo, é uma anomalia que consiste na sua permanência após o nascimento. Ela pode se apresentar de quatro formas diferentes, uma das mais raras é o sinus de úraco. Relata-se o caso de uma paciente de 41 dias, do sexo feminino e que apresentou saída de secreção da cicatriz umbilical. Inicialmente suspeitou-se de onfalite; entretanto, após a investigação diagnóstica, foi evidenciada através de exame de imagem a persistência do úraco. O tratamento inclui correção cirúrgica que pode ser realizada de forma eletiva.

28 - Ependimoma supratentorial esquerdo em paciente pediátrico: um relato de caso

Left supratentorial ependymoma in a pediatric patient: a case report

Bianca Brinques da Silva; Fernando dos Anjos Schmitz; Rafaela Fernandes Pulice; André Bedin

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-417

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O presente trabalho apresenta um relato de caso de uma paciente de 2 anos que iniciou com quadro de dificuldade de marcha e ataxia. Foi realizada ressonância magnética de encéfalo, a qual comprovou o diagnóstico clínico de neoplasia supratentorial. A paciente foi submetida ao procedimento de craniotomia frontotemporoparietal esquerda. O resultado da avaliação imunohistoquímica mostrou-se sugestivo de ependimoma (grau II da OMS). A paciente recebeu alta sem nenhum déficit neurológico ao exame.

29 - Insulinoma como causa rara de hipoglicemia na infância: relato de caso

Insulinoma as a rare cause of hypoglycemia in childhood: case report

Raissa Almeida Barros de Oliveira Pereira; Alessandra Lima Veras de Menezes Cavalcante; Nancy Pereira Dantas Linhares; Milena Silva Sousa; Luciana Felipe Ferrer Aragão; Annelise Barreto de Carvalho; Ana Paula Dias Rangel Montenegro

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-422

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INTRODUÇÃO: O insulinoma é um tumor neuroendócrino que tem origem nas células beta pancreáticas, resultando em quadros de hipoglicemia pré-prandiais severas e frequentes. Deve-se pensar no diagnóstico quando há a presença da tríade de Whipple (presente em 75% dos casos), sendo confirmado por meio da demonstração de níveis elevados de insulina associados a níveis baixos de glicemia sérica. O tratamento é cirúrgico e, na maioria das vezes, curativo. RELATO DE CASO: Menina, 10 anos, internada para investigação de epilepsia matutina refratária, com início seis meses antes da admissão. Foi solicitado parecer da endocrinologia pediátrica, pois se evidenciou hipoglicemia na vigência da convulsão, a qual melhorou após infusão de glicose intravenosa. Durante os exames de amostra crítica, foi evidenciado hiperinsulinismo associado à hipoglicemia, sendo cogitado o diagnóstico de insulinoma, o que foi confirmado através da visualização de lesão intrapancreática nos exames de imagem. A paciente foi, então, encaminhada para excisão cirúrgica, com boa evolução após enucleação do tumor. COMENTÁRIOS: O insulinoma é um tumor neuroendócrino raro na faixa etária pediátrica. Pode apresentar-se, inicialmente, como quadros convulsivos de difícil controle, alterações de comportamento e atraso do desenvolvimento, conduzindo, muitas vezes, a um diagnóstico errôneo. O diagnóstico e a intervenção precoce são importantes na medida em que diminuem a morbimortalidade dos indivíduos acometidos. A paciente não apresentou sequelas neurológicas e teve evolução pós-cirúrgica favorável, sem recorrência dos sintomas nem episódios de hiperglicemia.

30 - Osteomielite vertebral por Salmonella: relato de caso

Osteomyelitis of the spine due to Salmonella infection: a case report

Tiago Kruszynski de Assis; Bárbara Hessel Rodrigues; Pedro Paulo Macarini Gonçalves Vieira; Ricardo Alexandre Sato Watanabe

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-427

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Osteomielite (OM) aguda é um processo inflamatório do osso acompanhado de destruição óssea, geralmente de etiologia infecciosa bacteriana e disseminação hematogênica. Dentre as diferentes formas de osteomielite em crianças, apenas 1 a 2% acometem a coluna vertebral. Apresentamos o caso de uma paciente de 12 anos, previamente hígida, com OM vertebral com quadro clínico inicial de dor, febre e claudicação sem sintomas gastrointestinais associados. O diagnóstico foi realizado pela cultura da biópsia de corpo vertebral com melhora após antibioticoterapia prolongada e adequada.

31 - Úlcera genital aguda em adolescente: caso clínico

Acute genital ulceration in an adolescent

Francielle Silva Santana; Taiza de Castro Costa Diamantino; Patrícia Mameluque e Silva; Luisa Toledo Silva Rodrigues; Tatiana Costa Diamantino

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-432

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Úlcera genital aguda, também conhecida como úlcera de Lipschütz, é uma condição incomum, não sexualmente transmissível, caracterizada pelo aparecimento de uma úlcera necrótica de rápida evolução, dolorosa, na região vulvar. Ocorre nas adolescentes e nas jovens, com ou sem atividade sexual. Pode ser precedida de sintomas influenza-like ou mononucleose-like. A úlcera genital aguda tem sido associada com infecção pelo vírus Epstein-Barr (VEB) ou outra infecção viral ou bacteriana. No entanto, na maioria dos casos, a causa não é determinada. Relata-se o caso clínico de uma adolescente de 11 anos, sem ulcerações vaginais ou orais prévias, sem contato sexual, que recorreu ao hospital com o aparecimento há seis dias, de úlcera vulvar de rápida progressão, precedida de febre baixa episódica. A exclusão de causas infecciosas, a cicatrização espontânea da lesão e a sorologia indeterminada para Epstein-Barr levou ao diagnóstico de úlcera de Lipschütz.

32 - Perfil clínico e radiológico de crianças internadas com pneumonias complicadas

Clinical and imaging profiles of children hospitalized for complicated pneumonia

Laís de Paiva Gabriel; Rafaela Baroni Aurilio; Clemax Couto Sant’Anna

Resid Pediatr. 2022;12(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2022.v12n3-426

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A maioria das crianças tem de 4 a 6 infecções respiratórias agudas (IRA) por ano. Dessas, apenas 2-3% evoluem para pneumonia. A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma das infecções do trato respiratório inferior. PAC em crianças continua a ser um problema de saúde pública global em virtude de sua alta morbimortalidade, sendo a doença que mais mata crianças entre 0 e 5 anos de idade no mundo. A PAC complicada é definida como permanência da febre ou instabilidade clínica após 48-72 h da admissão por PAC. O objetivo deste trabalho é descrever as PACs complicadas, internadas em um hospital pediátrico, entre abril de 2006 e abril de 2018.Trata-se de estudo retrospectivo, observacional e descritivo, com crianças e adolescentes de 0 a 13 anos, internados com PAC complicada nas enfermarias de um hospital pediátrico, no período de abril de 2006 a abril de 2018. Foram levantados dados dos pacientes e preenchido formulário de coleta de dados. Serão estudadas as seguintes variáveis: idade, sexo, tipo de complicação pulmonar/extrapulmonar, estado vacinal (vacina antipneumocócica), tempo de tratamento, frequentadores ou não de creche. Foi feita análise descritiva das variáveis categóricas sob forma de frequência, e das numéricas sob forma de percentual, média e mediana. Concluiu-se com este trabalho que o perfil clínico e radiológico das pneumonias em determinado hospital pediátrico é semelhante ao encontrado na literatura mundial atualmente.