1 - 10 Anos: a Residência Pediátrica é dez!
10 Years: Residência Pediátrica is ten!
Clemax Couto Sant’Anna; Marilene A. R. Santos; Marcia Alves Galvão
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-00
Edição completa
Editorial
10 Years: Residência Pediátrica is ten!
Clemax Couto Sant’Anna; Marilene A. R. Santos; Marcia Alves Galvão
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-00
Artigo de Revisao
Lethality by COVID-19 in children: an integrative review
Márcia Reimol de Andrade; Joel Alves Lamounier; Taynara Gabriele Aparecida de-Paiva; Priscila da Silva Azevedo Leite; Emylle Guimarães Silva
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-9 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-421
OBJETIVOS: Descrever as características clínico-epidemiológicas dos óbitos causados por COVID-19 na população pediátrica. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura com artigos selecionados nas bases de dados SciELO, PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Embase e ScienceDirect. Os descritores utilizados foram “children”, “COVID-19” e “death”, interligados pelo identificador booleano “AND”. Filtrou-se os artigos pela data de publicação (1º de janeiro a 30 de junho de 2020) e pelo idioma (português, inglês e espanhol). A seleção dos artigos foi feita a partir da leitura dos títulos e resumos. Os critérios de inclusão foram: trabalhos com casos confirmados ou suspeitos de COVID-19 na população pediátrica e disponibilidade do texto completo em português, inglês e espanhol. Foram excluídos os artigos que não abrangiam a população pediátrica, que não possuíam texto completo nos idiomas supramencionados e os editoriais. Para a avaliação dos dados do Brasil realizou-se a análise dos óbitos pediátricos por meio dos boletins epidemiológicos de cada estado do país dos dias 5 e 6 de julho de 2019. RESULTADOS: Foram analisados 24 artigos, totalizando 17 óbitos na faixa etária pediátrica. 9 pacientes não tiveram suas idades especificadas e 14 não possuíam dados sobre comorbidades. No Brasil foram identificadas 357 mortes, sendo que 182 correspondiam a faixa etária 0-9 anos. As comorbidades mais frequentes foram cardiopatia e diabetes. CONCLUSÕES: Apesar da baixa frequência de óbitos na população pediátrica é importante salientar que estes indivíduos também atuam como transmissores da doença.
COVID-19 physiotherapeutic approach in pediatrics: literature review
Mayna Ferreira da-Silva; Eliciane Maiara Ferreira Esperidião; Julia Lopes Calegari; Thais da Silva Almeida; Patrícia Salerno de Almeida Picanço; Renata Cleia Claudino Barbosa; Jeanette Janaina Jaber Lucato; Joyce Liberali Pekelman Rusu
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-482
OBJETIVOS: Apresentar as principais características, diagnóstico e abordagem fisioterapêutica de pacientes pediátricos infectados pela COVID-19. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de literatura integrativa realizada no período de fevereiro a junho de 2020, referente à abordagem fisioterapêutica em crianças com diagnóstico de COVID-19. A busca foi realizada na base de dados PubMed com os descritores “coronavírus”, “pediatric” e “physiotherapy” cruzados por meio do operador booleano “AND” nos últimos quatro meses. Foram incluídos artigos que abordassem somente o subtipo COVID-19 em pacientes pediátricos e excluídos artigos em duplicidade. Além disso, foi realizado pesquisas em protocolos/artigos do Ministério da Saúde e Associações. RESULTADOS: Foram encontrados 273 artigos na base de dados PubMed, contudo, 25 foram incluídos de acordo com os critérios de seleção determinados previamente, além de 1 artigos/protocolos de associações que também foram inclusos. CONCLUSÕES: Foi verificado por meio dessa revisão integrativa que as principais características dos pacientes pediátricos infectados pela COVID-19 são: idade média de acometimento de 7 anos; transmissão por contato direto e/ou indireto com gotículas respiratórias; fisiopatogenia distinta do adulto devido à resposta imunológica diferente; e sintomas leves com um bom prognóstico. O diagnóstico é dado pelo quadro clínico e categorizado pela severidade: assintomática, leve, moderada, grave e gravíssima. Dentre as abordagens propostas destacam-se: oxigenoterapia, ventilação mecânica invasiva, manutenção da cabeceira elevada (30º-45º), posição prona e mobilização precoce.
Multisystem Inflammatory Syndrome In Children (MIS-C) Temporally Associated With COVID-19 - An Update
Leonardo Rodrigues Campos; Rozana Gasparello de-Almeida; Andréa Valentim Goldenzon; Marta Cristine Felix Rodrigues; Flavio Sztajnbok; Katia Lino; Katia Telles Nogueira; Rodrigo Moulin Silva; Adriana Rodrigues Fonseca
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-14 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-574
INTRODUÇÃO: Crianças têm menor probabilidade de COVID-19 aguda grave, porém têm sido descritos casos da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) com possível associação temporal à infecção prévia pelo SARS-CoV-2. OBJETIVOS: Revisão não sistemática da literatura sobre epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da SIM-P. FONTE DE DADOS: Base de dados PubMed, documentos científicos da Sociedade Brasileira de Pediatria, Organização Mundial de Saúde, Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e Royal College of Pediatrics and Child Health. SÍNTESE DOS DADOS: A SIM-P compartilha características com a doença de Kawasaki, síndrome do choque tóxico, sepse bacteriana e síndrome de tempestade de citocinas. É mais frequente nos afrodescendentes e hispânicos, escolares e adolescentes e no sexo masculino. Ocorre 2-4 semanas após infecção pelo SARS-CoV-2. A fisiopatologia envolve efeitos diretos do vírus e/ou desregulação imune pós-COVID-19. A apresentação clínica é heterogênea, sendo a febre muito frequente, seguida por alterações gastrointestinais, cardiovasculares, respiratórias, neurológicas e renais. Anamnese e exame físico minuciosos, além de exames complementares para avaliar o processo inflamatório, o acometimento de órgãos e a relação com a infecção pelo SARS-CoV-2 (RT-PCR e sorologia), são fundamentais. Critérios diagnósticos propostos pelo CDC e OMS apoiam a propedêutica. O tratamento deve ser coordenado por time de especialistas, e direcionado às manifestações inflamatórias e orgânicas. CONCLUSÕES: A SIM-P se caracteriza por um amplo espectro clínico. Cursa com febre, manifestações gastrointestinais, neurológicas, choque e disfunção miocárdica. Requer alto grau de suspeição para o tratamento precoce e prevenção de potenciais complicações cardiovasculares, respiratórias, renais e neurológicas.
How COVID-19 quarantine might affect the sleep of children and adolescents?
Samanta Andresa Richter; Luisa Basso Schilling; Nathália Fritsch Camargo; Melissa Rogick Guzzi Taurisano; Nathália Fornari Fernandes; Luis Eduardo Wearick-Silva; Madga Lahorgue Nunes
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-429
OBJETIVOS: Verificar como a quarentena da COVID-19 pode afetar o sono de crianças e adolescentes. MÉTODOS: Realizou-se uma revisão narrativa da literatura atual sobre o tema, com base na classificação internacional de distúrbios do sono (ICSD). RESULTADOS: A literatura sobre o tema ainda é escassa. As mudanças de rotinas repentinas e transferências de aulas para modelos virtuais proporcionaram uma flexibilização das atividades escolares, impactando no ritmo circadiano das crianças e adolescentes e, consequentemente, no sono. Com isso, a falta de uma rotina com horários pré-estabelecidos pelos pais, resulta em maior tempo de utilização dos aparelhos eletrônicos, desde jogos à mídia. CONCLUSÕES: É imprescindível que o pediatra oriente os pais quanto a importância de estabelecer uma rotina de atividades diurnas e noturnas, que terá repercussão na qualidade do sono das crianças e adolescentes nesse período de quarentena.
Artigo Original
Multisystem inflammatory syndrome (MIS-C) in a child after SARS-CoV-2 infection
Ana Cleide Silva Souza; Jamile Souza Fernandes; Ricardo Torres Negraes; Luciana S. Nina de Azevedo
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-486
OBJETIVOS: A síndrome inflamatória multissistêmica é uma complicação do coronavírus 2 (SARS CoV-2) potencialmente fatal. Desde abril de 2020,1,2 informações sobre uma síndrome semelhante à doença de Kawasaki e resposta inflamatória em crianças, associadas à síndrome respiratória aguda grave SARS-CoV-2 tem surgido, no entanto, permanecem obscuros os fatores de risco, patogênese, prognóstico e terapia específicas para este quadro, conhecido como síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C). A MIS-C costuma acometer crianças maiores de 5 anos de idade, predominantemente afrodescendentes, e tem maior incidência de alterações cardíacas (miocardite, valvulite, pericardite e anormalidades coronarianas)2. Portanto, o reconhecimento precoce é crucial, embora nenhuma diretriz de tratamento padronizada tenha sido pactuada. O objetivo deste estudo é relatar o manejo e a evolução de uma criança gravemente enferma admitida em unidade de terapia intensiva (UTI) com choque cardiogênico secundário à miocardite aguda e suspeita de infecção por SARS-CoV-2. RELATO DO CASO: Criança, 9 anos, com infecção por SARS-CoV-2, apresentando quadro inicial de doença de Kawasaki e progressão abrupta para choque vasoplégico, miocardite e síndrome de hiperinflamação, evidenciados por níveis elevados de troponina I, ferritina, proteína C-reativa (PCR), D-dímero e hipoalbuminemia (tabela 1). Evoluiu com excelente desfecho, embora tendo necessitado de suporte em ambiente de terapia intensiva. COMENTÁRIOS: Pacientes com resposta inflamatória multissistêmica associada à infecção prévia pelo SARS-CoV-2 necessitam de atenção especial e precoce quanto ao diagnóstico e à assistência médica, tanto pela rápida evolução da doença, quanto pela gravidade e extensão da mesma.
The use of the association of bronchodilators in the management of moderate/severe asthma attacks in the pediatric emergency of a reference hospital in the Federal District
Tatiana Santos Rodrigues; Lisliê Capoulade Nogueira Arrais de Souza
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-7 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-120
INTRODUÇÃO: O tratamento instituído no atendimento à criança com crise de asma/sibilância pode influenciar o desfecho clínico e deve levar em consideração a gravidade do quadro. Em crises moderadas a graves, frequentemente ocorre broncoconstrição residual refratária a altas doses de beta-2-agonistas, sendo indicada a associação de broncodilatadores. OBJETIVOS: Analisar desfecho clínico obtido com uso da associação de broncodilatadores no manejo das crises moderadas a graves na emergência pediátrica no que diz respeito a necessidade de hospitalização, tempo de oxigenoterapia, tempo de internação e transferência para UTI. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional, descritivo, por meio de revisão de prontuários de pacientes com crises moderadas a graves na emergência pediátrica do Hospital Materno Infantil de Brasília, no período de março de 2017 a agosto de 2017. Comparou-se os que fizeram uso de monoterapia broncodilatadora com beta-2-agonistas com aqueles que receberam a associação de broncodilatadores, brometo de ipratrópio e beta-2-agonista, por meio do teste de independência qui-quadrado. RESULTADOS: Os 129 pacientes do estudo foram internados. Três pacientes foram transferidos para UTI e um foi a óbito, sem relação estatística com a terapêutica. Os que fizeram uso da associação de broncodilatadores, em geral, apresentaram tempos menores de internação e oxigenoterapia, porém não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,55 e 0,21, respectivamente). CONCLUSÃO: Não foi observada significância estatística entre os grupos terapêuticos e os desfechos clínicos analisados, apesar de ser observado tempos menores de internação e oxigenoterapia no grupo que utilizou a associação de broncodilatadores.
Dermatological disorders and associated risk factors among children from northern Brazil: a 2014-2019 update
Nathalia Gabay Pereira; Caio César Chaves Costa; Maíra Corrêa Teruel; Maria Amelia Lopes Santos; Mariane Cordeiro Alves Franco
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-528
OBJETIVOS: Doenças dermatológicas são uma das principais causas de consultas médicas na infância e sua prevalência é influenciada pelo ambiente, pela genética e por fatores socioeconômicos. Neste artigo, objetivamos avaliar o perfil epidemiológico de paciente pediátricos atendidos em um serviço de referência localizado na região Amazônica, Norte do Brasil. MÉTODOS: Foi feita uma análise retrospectiva de prontuários de 638 pacientes pediátricos (0-15 anos de idade) atendidos em um centro dermatológico de referência, durante janeiro de 2014 a dezembro de 2019. Foram colhidas as seguintes variáveis: gênero, área de residência (rural ou urbana), diagnóstico, ano do diagnóstico e comorbidades associadas. As dermatoses foram confirmadas por meio de informações disponíveis da história do paciente, apresentação clínica e exames complementares. RESULTADOS: Um total de 831 diagnósticos foi encontrado, visto que 182 (28.52%) das crianças tinham mais de uma dermatose. A idade média foi de 7.7 anos e a razão de homem para mulher foi de 1:0.94. As cinco categorias de doenças mais comuns foi eczemas (29.72%), infecção fúngica (10.83%), tumores (9.51%), desordens pigmentares (8.90%) e urticária/prurido/erupções por drogas (6.26%). Dermatite atópica foi a doença mais encontrada, sendo 18.41% de todos os diagnósticos. A proporção de condições dermatológicas não teve diferença estatísticas entre sexo, com exceção das desordens pigmentares que foram significativamente maiores em pacientes do sexo feminino (p=0.01). CONCLUSÕES: Eczema, infecções fúngicas e tumores foram os grupos mais comuns de desordens de pele entre as crianças. No entanto, são necessários mais estudos no Norte do Brasil para definir correlações.
Congenital syphilis prevalence in HIV-exposed newborns
Amanda Milman Magdaleno; Mariana Menegotto; Carmem Lucia Oliveira da Silva; Luciana Friedrich
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-141
INTRODUÇÃO: A atual situação epidemiológica de Porto Alegre é preocupante no que tange às altas taxas de transmissão vertical do HIV, de sífilis em gestantes e de sífilis congênita, tornando relevante a avaliação da prevalência de sífilis congênita em recém-nascidos (RN) expostos ao HIV. Estima-se que uma análise dos dados encontrados possa ensejar medidas capazes de auxiliar na prevenção de ambas as infecções. OBJETIVOS: Descrever dados acerca da coinfecção HIV/sífilis em gestantes e os desfechos encontrados em seus RN. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo constituído por nascidos vivos de mães soropositivas para HIV com e sem exames positivos para sífilis durante a gestação, nascidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2017. RESULTADOS: Foram avaliados 440 RN de mães HIV positivas, divididos em dois grupos: o primeiro com 392 bebês, filhos de mães HIV positivas sem sífilis na gestação, resultando em 3 RN infectados pelo HIV (transmissão vertical do HIV 0,7%); o segundo, com 48 bebês, filhos de mães com coinfecção HIV/sífilis (prevalência de sífilis na gestação de 10,9%), com 64,6% de RN com sífilis congênita necessitando internação para tratamento e 4 RN infectados pelo HIV (taxa de transmissão vertical de 8,3%). Esta diferença mostrou-se estatisticamente significativa. CONCLUSÕES: A prevalência de sífilis na gestação, bem como de sífilis congênita, é alarmante em nosso meio, e a sífilis na gestação mostra-se um provável fator de risco independente para a transmissão vertical do HIV.
Evolution of the nutritional profile and lifestyle of children and adolescents with overweight treated in a multiprofessional outpatient clinic
Bruna Fernanda Assmann; Fabiana Assmann Poll; Marília Dornelles Bastos; Tiago da Silva Martins
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-112
OBJETIVOS: Avaliar a evolução do perfil nutricional, por meio de avaliação antropométrica e de consumo alimentar, bem como o estilo de vida de crianças e adolescentes em excesso de peso na primeira consulta e após quatro atendimentos num ambulatório multiprofissional. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva, com dados de prontuários de crianças e adolescentes atendidas num ambulatório multiprofissional, no período 2015 a 2017. Foram coletados dados da primeira e quarta consulta referentes ao consumo alimentar, horas de sono e telas/dia e dados antropométricos. Para as análises comparativas entre o primeiro e o quarto atendimento, referente aos dados antropométricos, estado nutricional e estilo de vida foi realizado o teste-t pareado. Para verificar as alterações na frequência de consumo dos alimentos questionados entre as consultas, utilizou-se o teste qui-quadrado. O nível de significância utilizado foi p<0,05. RESULTADOS: Após quatro consultas de 30 pacientes, observaram-se resultados positivos quanto ao aumento no consumo diário de vegetais (p=0,03) e redução do consumo de doces (p=0,02). Constatou-se redução na frequência de repetição das principais refeições e nos beliscos entre as refeições, porém sem relevância estatística. Não foram obtidos resultados significativos do estado nutricional. CONCLUSÕES: Apesar da dificuldade em se obter resultados imediatos, principalmente na modificação do estado nutricional, quanto ao estilo de vida e hábitos alimentares, algumas modificações foram possíveis. Fatos que podem ser válidos, na medida em que favorecem a promoção de saúde e apontam a importância do manejo multiprofissional na obesidade, que conta com envolvimento da equipe e da família.
Congenital disorders prevalence in a neonatal ICU in the south of Rio Grande do Sul
Fernando Moraes de Moura; Simone de Menezes Karam; Marilice Magroski Gomes-da-Costa; Milene Pinto Costa; Thiago Rodrigues Cavole; Eduarda Cecília Pinguello; Kevin Francisco Durigon Meneghini
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-142
Defeitos congênitos são anomalias morfológicas ou funcionais presentes ao nascimento. Este trabalho objetiva relatar os defeitos congênitos mais frequentes em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) num período de cinco anos. Realizou-se um estudo transversal através da revisão dos prontuários dos pacientes internados na UTI neonatal, sendo a coleta de dados realizada através de fichas padronizadas e posterior digitação dos dados no programa Excel. Foram incluídas no estudo 60 crianças, representando 8,6% dos pacientes internados no período. Os defeitos congênitos foram mais frequentes em pacientes do sexo masculino (57,33%), pré-termos (39,33%) e com idade entre 0 e 7 dias de vida (55,7%). Em relação a etiologia, foi na maioria multifatorial, sendo os defeitos mais comuns os gastrointestinais (33,3%) e os cardíacos (28,3%). A síndrome de Down foi a síndrome de origem cromossômica mais frequente (11,6%). Dada a prevalência e importância dessas patologias em conjunto, sugere-se necessária a presença do médico geneticista como consultor ou membro da equipe da UTI neonatal, para auxiliar a conduzir a investigação do neonato e dar o adequado aconselhamento genético às famílias.
Pediatric anamnesis: revising a tradicional medical topic
Flavia Nardes; Giuseppe Mário Carmine Pastura
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-10 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-113
OBJETIVOS: Revisar os principais elementos que constituem a coleta de história nas consultas em pediatria. MÉTODOS: Revisão não-sistemática da literatura científica, abrangendo 280 bases de dados da área das ciências da saúde vinculadas ao portal do Periódico CAPES. RESULTADOS: São apresentados os principais pontos encontrados na literatura referentes à periodicidade das consultas e sobre elementos mais importantes da história clínica. CONCLUSÕES: A despeito da mudança na epidemiologia das condições que afetam a saúde da criança no Brasil, a adequada realização da anamnese pediátrica se mantém como elemento cardinal no cuidado à criança.
Comparative analysis between the mental health of responsible for people with ASD and for children without ASD in the COVID-19 pandemic
Clarisse Pereira Dias Drumond Fortes; Fernanda Vieira; Laís de Carvalho Machado
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-24 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-500
OBJETIVOS: Comparar a qualidade da saúde mental de responsáveis por pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e de responsáveis por pessoas de até 12 anos sem autismo, durante a pandemia de COVID-19, no que diz respeito aos sintomas de diferentes níveis de depressão, ansiedade e estresse e encontrar associações entre esses níveis com variáveis psicossociais e econômicas. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo transversal, observacional e quantitativo, que analisou um formulário on-line com a escala DASS-21 e com perguntas referentes à caracterização psicossocial e econômica de residentes dos municípios do Sul do Estado do Rio de Janeiro durante a pandemia de COVID-19. A divulgação realizou-se por meio de redes sociais e os dados obtidos foram tabulados com o software Microsoft Excel 2016. RESULTADOS: Participaram do estudo 77 pessoas, divididas em 2 grupos: o grupo A, dos responsáveis por pessoas com TEA, totalizou 30 pessoas e o grupo B, dos responsáveis por crianças sem TEA de até 12 anos, 47 pessoas. Do grupo A 60% estavam com sintomas de depressão, 76,67% com sintomas de ansiedade e 80% com sintomas de estresse. Do grupo B, 44,68% estavam com sintomas de depressão, 46,81% com sintomas de ansiedade e 70,21% com sintomas de estresse. CONCLUSÕES: Os resultados desta pesquisa direcionam à necessidade de intervenções para prevenção desses distúrbios e ao suporte psicológico dessa população, com a inclusão do núcleo familiar no planejamento terapêutico de pessoas com autismo e auxílio no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento de crises, a exemplo do cenário atual.
Proposal of systematic approach of COVID-19 in pediatric population
Andrea Maciel de Oliveira Rossoni; Tatiane Hirose; Adriana Koliski; Marcelo Rodrigues; Valéria Cabral Neves; Lucciano Massuda; Tony Tannous Tahan; Débora Carla Chong-Silva
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-441
INTRODUÇÃO: Elaborar um protocolo de abordagem da COVID-19 na pediatria é um desafio, uma vez que as recomendações atuais se baseiam muito mais na realidade evidenciada pelos casos em adultos. Entretanto, um protocolo que auxilie na condução dos casos suspeitos e confirmados em unidades pediátricas, pode ser útil, apesar que a maioria dos casos graves respiratórios em crianças tem como principal etiologia outros vírus. OBJETIVOS: Sugerir uma abordagem sistematizada e prática da criança na pandemia do novo coronavírus. RESULTADOS: Sistematizar, desde a organização do espaço para atendimento, paramentação da equipe, classificação clínica, investigação etiológica e laboratorial, categorização dos casos suspeitos até a abordagem farmacológica propriamente dita. CONCLUSÕES: Diante de tantas incertezas, é fundamental organizar o atendimento do pediatra e amenizar riscos, equívocos e angústias durante esta pandemia.
Cartas ao Editor
Reply to the article: “SARS-CoV-2 infection in hospitalized pediatric patients with kidney disease”
Flávia Dias Silveira
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-491
Response to the article: “Breastfeeding and therapeutic for coronavirus 2019 disease (COVID-19)”
Maria Eduarda Stedille Pontes; Bruna Fernandes Olivier Alves; Chaiana Esmeraldino Mendes Marcon; Aline Oenning Baggio
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-475
A carta ao editor teve como objetivo expor as incertezas e a carência de evidências acerca do novo coronavírus no que diz respeito à amamentação por mães infectadas e todos os possíveis riscos da testagem de fármacos na mãe e no recém-nascido. A partir de comparações entre estudos científicos, concluiu-se que este vírus não é transmitido de forma vertical, ou seja, do leite materno para o recém-nascido e, ademais, os benefícios do leite superam todos os possíveis riscos de contaminação. Além disso, ao avaliar as propriedades intrínsecas de cada droga, conclui-se que a maioria dos medicamentos usados na terapêutica contra a COVID-19 são seguros no período de lactação. A única exceção foi o favipiravir, uma vez que não há informações concretas na literatura sobre sua excreção no leite materno.
Caso Clínico Interativo
Pulmonary manifestation of a common, but frequently neglected disease: what is your diagnosis?
Adriana Paiva de Mesquita; Alexandre Aredo Castiglione; Silvia Montesanto; Marcela Rocha; Solange David; Daniela Rabelo; Patricia Torre; Adriane Cruz; Juliana Riscado; Miriam Capetti; Tatiana Fazecas
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-02
Comunicaçao Breve
The Pediatric Residency journal and the dissemination of information in times of COVID-19
Bruna Brasil Seixas Bruno; Marilene Augusta Crispino Santos; Leonardo Santos Martes; Clemax Couto Sant’Anna; Marcia Alves Galvão
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-01
OBJETIVOS: Apresentar o procedimento adotado pela revista RP sobre disponibilização de visualização rápida e ágil do conteúdo de artigos sobre COVID-19, enviados e aceitos para publicação, imediatamente após terem sido aprovados pelos revisores. MÉTODOS: Elaboração de exemplar especialmente voltado para temas sobre COVID-19, com estabelecimento de um fluxo prioritário para agilizar as avaliações por pares dos manuscritos submetidos. RESULTADOS: Leitores são beneficiados com a oportunidade de uma leitura antecipada de temas relevantes que ainda demandarão um certo tempo para que sejam disponibilizados, dada a rotina de todo o processo de editoração. CONCLUSÕES: Uma simples iniciativa, como a “visualização pré-publicação” poderá servir de estímulo para que outros periódicos de acesso aberto possam aderir a esse modelo simplificado, ampliando a rede de comunicação entre pesquisadores.
Back to School in the context of a pandemic - a challenge and several aspects
Eduardo Jorge da Fonseca Lima; Matheus Brandt de Mello Costa-Oliveira
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-462
OBJETIVOS: A reabertura escolar, no contexto da pandemia da COVID-19, tem preocupado pais, responsáveis e profissionais de saúde. Esta revisão visa destacar as diferentes vertentes envolvidas na abertura ou não das escolas, além de destacar experiências bem e malsucedidas por outros países que optaram por já realizar as aberturas escolares. MÉTODOS: Estudo descritivo de revisão de literatura. RESULTADOS: A população pediátrica apresenta um comportamento epidemiológico diferente de outras infecções virais respiratórias como as causadas pelo vírus influenza e, nesta pandemia, as crianças não fazem parte do grupo de risco para a COVID-19. As escolas deverão reabrir se o local em questão obedecer aos bem definidos controles de infecção pela COVID-19. As experiências internacionais bem-sucedidas na reabertura escolar foram aquelas que adotaram restrição do número de alunos por sala, medidas de higienização adequadas, além da utilização das áreas externas para algumas atividades, e salas com janelas abertas e ventilação adequadas. Destaca-se ainda que o retardo na abertura escolar acentua ainda mais as desigualdades sociais já existentes, interferindo não só no contexto social, mas também psíquico das crianças. CONCLUSÕES: Nesse momento, o mais importante é que sejam utilizadas as melhores evidências científicas para guiar as ações de combate à pandemia, inclusive no retorno às aulas de maneira segura e planejada, adaptando-as à nossa peculiar realidade brasileira.
Desafio Diagnostico
Diagnosis challenge of dermatological lesions in pediatrics
Tainá Maia Cardoso; Gustavo de Brito Paulon Silva
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-03
Diagnostic challenge
Juliana Machado de Oliveira Caldas; Victoria Orenbuch; Leonardo Rodrigues Campos; Ivete Martins Gomes; Claudete Araújo Cardoso; Katia Lino; Alessandro Severo; Clarissa Canella
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-585
Paciente feminina de 10 anos de idade, encaminhada ao ambulatório de reumatologia com história prévia de febre (39ºC), hiporexia e poliartrite de punhos, joelhos e tornozelos. Sintomas melhoravam apenas com uso de AINES. Após seis meses, paciente retornou ao ambulatório com história de sete meses de perda ponderal não aferida e artrite crônica (claudicação e rigidez matinal de 15 minutos) em tornozelos. Ao exame clínico, apresentava sinais sugestivos de artrite crônica com edema importante e tenossinovite de ambos os tornozelos. A ressonância magnética dos tornozelos demostrou artrite tibiotalar bilateral e simétrica e dos tendões extensores, flexores e fibulares. A biópsia sinovial do tornozelo direito revelou ausência de granulomas. Qual o diagnóstico mais provável?.
Ponto de Vista
Contribution of pediatric rheumatology in the treatment of COVID-19
Sheila Knupp Feitosa de-Oliveira
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-473
Nos últimos meses, o avanço no tratamento da COVID-19 teve por base o reconhecimento de manifestações comuns a certas doenças que o reumatologista pediatra está acostumado a tratar. O uso de drogas biológicas que atuam nos mecanismos do estado inflamatório caracterizado pela tempestade de citocinas tem ajudado a salvar vidas.
Pediatric type 1 diabetes mellitus and COVID-19 infection: is there an association?
Michael Yafi; Priscille Donate; Nunilo Rubio; Michelle Rivera-Davila Katherine Velez; Avni Shah
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-2 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-504
Um estudo recente do Reino Unido descreveu um aparente aumento o novo início de diabetes melitus tipo 1 (DM1) em crianças durante a pandemia de COVID-19. Tanto o Brasil quanto os EUA (incluindo nossa área de Houston, TX) sofreram recentemente com um aumento repentino dessa infecção e observamos uma associação entre a infecção e 2 novos casos de diabetes pediátrico que se apresentam em cetoacidose por diabetes. Essa associação pode se tornar importante no futuro se os dados epidemiológicos do DM1 mostrarem uma tendência de aumento após a infecção pela COVID-19. Também é importante observar que um paciente era assintomático; isso pode ser importante a se considerar na triagem e no diagnóstico precoce para evitar a propagação da infecção.
Relato de Caso
Deglutition disorder in children with interstitial lung disease complex: therapeutic assessment and proposal
Paula Eunice Gonçalves Trindade; Vanessa Souza Gigoski Miranda; Lisiane de Rosa Barbosa; Gilberto Bueno Fischer
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-114
Relato de caso de um bebê de 7 meses portador da doença estudada, em que foi realizada avaliação e proposta terapêutica do distúrbio de deglutição, em atendimentos domiciliares. Na avaliação fonoaudiológica foi identificada hipotonia da musculatura do sistema estomatognático, e reflexos de mordida e GAG presentes. Apresentou pouca tolerância ao toque intraoral, com sinais de estresse durante avaliação. Realizada avaliação direta de deglutição, com oferta de 5ml de alimento em consistência pastosa homogênea em que observamos incoordenação respiratória e tempo de trânsito oral lentificado, com estase alimentar em cavidade oral. Paciente apresentou desconforto respiratório, choro e irritabilidade, com a presença de regurgitação de secreção mucoide e a recusa a uma nova tentativa de oferta. Paciente com diagnóstico fonoaudiológico de disfagia orofaríngea, com sinais de dificuldades alimentares. Foram realizadas sessões de intervenção fonoaudiológica, de estimulação sensorial global, orientações para os responsáveis e a equipe de técnicas de enfermagem sobre postura, e atividades terapêuticas e de estimulação. Paciente apresenta um raro complexo de doenças pulmonares e a atuação fonoaudiológica mostra-se inovadora em pacientes com essa patologia.
Langerhans cell histiocytosis with spinal cord involvement in HIV-positive children: a case report
Tony Tannous Tahan; Tyane de Almeida Pinto; Renata Rolim Sakiyama; Nicole Biral Klas; Emannuely Juliani Souza Izidoro; Juliana Bucaneve; Bruno Araújo Jardim; Andrea Maciel de Oliveira Rossoni
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-119
A histiocitose de células de Langerhans (HCL) é uma doença principalmente pediátrica, cuja gravidade é altamente variável e apresentação clínica depende do sítio afetado. Excluindo lesões craniofaciais, a coluna vertebral é o sítio ósseo mais frequentemente envolvido. Criança de sexo masculino, 5 anos de idade, admitida em hospital terciário com história de três semanas de evolução de lombalgia, com irradiação da dor para membros inferiores, que dificultava a deambulação, com melhora parcial após uso de anti-inflamatórios. Negava traumas, febre ou outros sintomas durante o período. Ao exame físico, apresentava dor à palpação de região lombar, ausência de lesões de pele ou outras alterações. Diagnóstico prévio de HIV por transmissão vertical, em uso irregular de terapia antirretroviral (zidovudina, lamivudina, lopinavir e ritonavir), com contagem de células CD4+ de 314/mm3 (12%) e carga viral de 28.937 cópias (log 4,46). À admissão, apresentou hemograma normal e provas de atividade inflamatória elevadas. Tomografia computadorizada de coluna toracolombar evidenciou lesões destrutivas de corpos vertebrais de T4, T8 e L1. Paciente foi então submetido à biópsia vertebral, com exame anatomopatológico do tecido, recebendo o diagnóstico de HCL. Na amostra isolada de tecido ósseo, a cultura para bactérias e fungos e PCR para tuberculose resultaram negativos. A HCL é uma doença de difícil suspeita e diagnóstico, visto sua baixa incidência e sintomas inespecíficos, comuns a muitas patologias. Para o paciente descrito, a infecção pelo HIV com elevada carga viral e baixa concentração de linfócitos CD4+ tornou o diagnóstico ainda mais desafiador.
Atypical Kawasaki disease associated to cholestatic syndrome: case report
Erica Gomes do Nascimento Cavalcante; Bernadete Mendes de M.N.A. Silva; Ismael Silva Bezerra;Thais Nayara Serra; Bruna Gomes Cavalcante
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-139
OBJETIVOS: Relatar o caso de uma criança com doença de Kawasaki atípica associada à síndrome co-lestática. A doença de Kawasaki é uma síndrome inflamatória que compromete pequenos e médios vasos, de causa desconhecida. O diagnóstico é clinico e baseado em critérios clássicos que são sinto-mas comumente relatados, não incluindo icterícia colestática e hepatomegalia por serem achados incomuns. RELATO DE CASO: Paciente feminina de 6 anos de idade iniciou quadro de febre alta persis-tente, exantema maculopapular e sintomas gastrointestinais, evoluindo com hiperemia conjuntival, língua em framboesa e fissura labial, sem melhora da febre após o tratamento empírico com antimi-crobiano. No decorrer da doença houve melhora apenas do exantema e surgimento de síndrome colestática e sintomas clássicos da doença de Kawasaki completa (adenomegalia cervical unilateral, hiperemia conjuntival e descamação de mãos), que possibilitou seu diagnóstico e início do tratamen-to, havendo resposta terapêutica e resolução completa da síndrome colestática, sem surgimento de aneurisma. CONCLUSÕES: Este relato mostra a importância de incluir a doença de Kawasaki co-mo diagnóstico diferencial em casos de síndrome ictérico-febril, permitindo o tratamento em tempo hábil para prevenir complicações.
Cutaneous manifestations in a patient with temporarily associated pediatric multisystemic inflammatory syndrome with COVID-19: case report
Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira; Kamilla Martins Duarte de-Pádua; Maria Carolina Guimarães Santos Alves; Glaucia Naves Silva; Fernando Neves Paula; Wânia Martins Freitas Albuquerque; Bruna Serpa Silva
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-350
OBJETIVOS: Descrever as manifestações cutâneas apresentadas por paciente com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) temporariamente associada ao SARS-CoV-2. MÉTODOS: Paciente do sexo feminino, 10 anos de idade, apresentando artralgia em punhos e tornozelos, edema em mãos e pés, febre persistente, surgimento de rash maculopapular difuso e pruriginoso associado à odinofagia e tosse produtiva. Evolução do rash para lesões violáceas em face, tronco e membros (superiores e inferiores), além de surgimento de vesículas em face, no intervalo de 48 horas. Hemograma sugestivo de quadro infeccioso, com PCR 307mg/L (inserir valor de referência) e VHS 61mm. RT-PCR para SARS-CoV-2 positivo. RESULTADOS: Diagnóstico de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica temporariamente associada ao SARS-CoV-2. Transferida para UTI para monitorização e iniciada imunoglobulina humana endovenosa. Boa evolução, com desaparecimento das lesões e alta com acompanhamento ambulatorial. CONCLUSÕES: A SIM-P apresenta diversas manifestações dermatológicas e o pediatra deve estar atento para o diagnóstico, não se limitando a uma apresentação específica. Neste relato de caso, ressalta-se a importância do encaminhamento a centros terciários de referência para o melhor manejo dos casos e o reconhecimento oportuno da síndrome nesses pacientes.
COVID-19 in pediatrics: case report with many complications and a good clinical outcome
Arianne Ditzel Gaspar; Paulo Ramos David João; Gabriela de Sio Puetter Kuzma; Idilla Floriani; Luana Amancio
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-428
A doença do coronavírus 2019 (COVID-19) é uma doença infecciosa aguda responsável pela emergência de uma nova pandemia mundial. Em crianças, a infecção é muito menos prevalente do que em adultos, além de, na maioria dos casos, resultar em sintomas leves ou assintomáticos. Os casos graves representam menos de 1% do total, de forma que as informações sobre a doença nessa faixa etária são escassas em comparação com os dados em indivíduos mais velhos. Descrevemos o caso de um adolescente do sexo masculino, 16 anos de idade, com diagnóstico prévio de mielomeningocele, hidrocefalia com derivação ventrículo-peritoneal (DVP), infecções de repetição do trato urinário, epilepsia e obesidade. O paciente iniciou com tosse e crise convulsiva e evoluiu durante internamento, com síndrome respiratória aguda grave por SARS-CoV-2, necessidade de ventilação mecânica invasiva (VMI) por 9 dias, choque séptico e parada cardiorrespiratória. Apresentou, também, diversas outras complicações e fatores de prognóstico ruim, tais como elevação de marcadores inflamatórios (proteína C-reativa, D-dímero), aumento de troponina cardíaca e necessidade de terapia de substituição renal, fatores esses relacionados à maior gravidade e ao risco de óbito. Apesar disso, apresentou bom desfecho clínico, com alta para domicílio após 40 dias de internamento em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.
Pulmonary tuberculosis in young infant diagnosed by contact evaluation - case report
Carolina Zosia Garest; Igor Augusto Campos; Sergio Rodrigues Mello; Ana Paula Barbosa; Priscilla Aguiar Araújo; Selma Azevedo Sias; Claudete Araújo Cardoso; Christiane Mello Schmidt
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-117
O objetivo deste relato é enfatizar a importância da avaliação de contatos de tuberculose (TB) a fim de detectar-se casos de infecção latente pela TB (ILTB) e de TB ativa. Esse relato de caso aborda uma lactente com dois meses de idade diagnosticada com TB pulmonar, com mãe bacilífera, cujo diagnóstico de TB ocorreu na segunda semana do puerpério. A avaliação da criança permitiu o diagnóstico e o tratamento precoce de TB pulmonar, evitando a evolução para as formas mais graves da doença (TB miliar e a meningoencefalite) e suas sequelas ou desfecho clínico em óbito.
Diagnosis and treatment of multisystem inflammatory syndrome temporally related to COVID-19 in an adolescent: case report
Haroldo Teófilo de Carvalho; Regis Cília; Lívia Thomazi; José Roberto Fioretto; Mário Ferreira Carpi
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-494
Em abril de 2020 a sociedade de pediatria do Reino Unido reportou à Organização Mundial de Saúde o aparecimento de uma síndrome rara, com um amplo espectro de sinais e sintomas, temporalmente associada à COVID-19, que afetava principalmente escolares e adolescentes habitualmente saudáveis, com alta letalidade quando não diagnosticada e tratada precocemente. Apresentamos o caso de uma criança de 12 anos que apresentava febre alta e persistente, exantema e vômitos, e que, após 6 dias, evoluiu com insuficiência respiratória aguda, disfunção miocárdica e renal, com necessidade de suporte ventilatório e hemodinâmico, tratada com antibióticos, imunoglobulina intravenosa e anticoagulante. O objetivo do relato é apresentar ao leitor as características peculiares do diagnóstico e do tratamento da síndrome e seus principais diagnósticos diferenciais à admissão hospitalar.
Pityriasis rubra pilaris: report of a rare case
Carolina Oldoni; Beatriz Maria Vilaça; Fernanda Nomoto Fujii; Leticia Mayer Alves de Andrade; Maira Mitsue Mukai
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-110
OBJETIVOS: Relatar o caso de pitiríase rubra pilar (PRP) em um paciente masculino de 2 anos e 10 meses. MÉTODOS: Foi realizada a revisão do prontuário da paciente e revisão de literatura na base de dados PubMed. RESULTADOS: Paciente masculino, 2 anos e 10 meses, encaminhado por surgimento há 1 ano de placas anulares eritematodescamativas pruriginosas em membros inferiores com disseminação para tronco, membros superiores e face, associado à descamação em região plantar e distrofia ungueal. Na biópsia, apresentou pele com camada córnea paraceratósica sobre epiderme com hipergranulose e acantose moderada. Foi considerado conclusivo o diagnóstico de pitiríase rubra pilar. Isotretinoína e anti-histamínico via oral foram prescritos, com resposta completa ao tratamento. CONCLUSÕES: A PRP é uma doença ainda desafiadora, seja na sua patologia, diagnóstico ou tratamento. Estudos randomizados poderiam contribuir para o estabelecimento de um tratamento padronizado para PRP, contribuindo para melhora da qualidade de vida dos pacientes acometidos.
Meningoencephalitis caused by human herpesvirus-6: a rare case report
Tony Tannous Tahan; Daniel Balaban; Matheus de Paiva Breziniscki; Renata Rolim Sakiyama; Tyane de Almeida Pinto; Bruno Araújo Jardim; Tatiane Emi Hirose; Andrea Maciel de Oliveira Rossoni
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-118
Meningites assépticas são comumente causadas por vírus. Na maioria dos casos (90%) o agente etiológico é o enterovírus, seguido por arbovírus, HIV, adenovírus, influenza e os vírus da famí-lia Herpesviridae. Entre estes, destaca-se o herpes simplex, o qual causa aproximadamente de 0,5% a 3% dos casos de meningite asséptica, sendo o herpes simplex 1 o mais frequente deste grupo. O herpesvírus humano tipo 6 (HHV-6), em casos mais raros, também pode estar associ-ado à meningite em combinação com exantema súbito. Este relato objetiva apresentar um caso raro de meningite causada por HHV-6 em um lactente. No caso apresentado temos um lactente do sexo masculino, 1 ano e 2 meses de idade, com história prévia de epilepsia e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, encaminhado a hospital terciário após avaliação em pronto atendimento com queixa de febre, irritabilidade, sonolência e vômitos com 7 dias de evolução. Análise do líquido cefalorraquidiano com PCR positiva para HHV-6. Recebeu alta em bom estado geral após 14 dias de correto tratamento medicamentoso. A infecção pelo HHV-6 é, muitas vezes, subdiagnosticada por possuir sintomas pouco específicos que remetam o quadro à doença. A identificação etiológica é recomendada em crianças com manifestações atípicas ou imunodeficiência, permitindo tratamento adequado de forma precoce, a fim de se evitarem complicações e sequelas principalmente neurológicas.
Occasional Diagnosis of Acute Myeloid Leukemia Due To SARS-COV 2 Infection
Leonardo Marques Moura Ribeiro; João Pedro Fávero Pereira; Carine Emanuele Vieira de Melo; Claudia Regina Cachulo Lopes; Juliana Carvalho Alves; Gustavo Passafaro Guzzi; Marcelo Vaidotas Pinto; Mariely Teixeira Moura
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-439
OBJETIVOS: Descrever paciente com infecção por SARS-CoV-2, que apresentou diagnóstico de leucemia mielóide aguda M3. RELATO DE CASO: Paciente, 12 anos, sexo feminino, iniciou quadro de hematomas em membros inferiores e dor em perna esquerda; entretanto, frente à atual pandemia a paciente tardou em buscar auxílio médico devido ao receio de contaminação por SARS-CoV-2. Após 1 mês apresentou quadro de fe-bre, coriza e cacosmia. Buscou auxílio médico por apreensão de estar infectada com o novo coronavírus devido ao fato de a mãe ser profissional de saúde e ter suspeita de infecção por SARS-CoV-2. A criança foi admitida em pronto socorro, onde foi evidenciado leucopenia, plaquetopenia e PCR positivo para a COVID-19. Permaneceu internada por 8 dias no hospital de entrada. Inicialmente suspeitou-se que o quadro pudera tratar-se de púrpura trombocitopênica idiopática, entretanto, com a evolução do caso e comprometimento de distintas linhagens hematológicas, sugeriu a possibilidade diagnóstica de doença oncológica. Foi transferi-da para hospital de especialidades, onde recebeu diagnóstico de leucemia mielóide aguda subtipo M3 (LMA M3). Após diagnostico, foi iniciado tretinoína associado à transfusão de plaquetas e crioprecipitado e posterior quimioterapia com idarubicina. CONCLUSÕES: Pode-se analisar, que diante da pandemia de SARS-CoV-2, muitas doenças podem aflorar concomitante ao quadro infeccioso viral. Por outro lado, não podemos deixar de ponderar que frente às mudanças epidemiológicas e comportamentais atuais, o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico de doenças previamente existentes que, oportunamente, coexistem com a infecção pelo SARS-CoV-2, podem ser postergados, pelo receio e pela dificuldade de acesso ao sistema de saúde.
Intranasal sedation for cerebrospinal fluid collection in pediatrics: case report
Cinthia Bernardo Queiroz Borges; Bárbara Pimenta Novais Máximo; Daniel Raylander da Silva Rodrigues; Patrícia Marques Fortes; Paulo Sucasas Costa
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-125
A sedação em pediatria tem apresentado uma demanda crescente nas últimas décadas, uma vez que os princípios éticos determinam que o alívio da dor e conforto ao paciente devem ser oferecidos sempre que necessário. A via de administração intranasal surge então como uma forma oportuna para a sedação em procedimentos de pacientes sem acesso venoso. Relatamos um caso de sedação intranasal realizada com sucesso de um paciente em investigação diagnóstica de paralisia de membro inferior esquerdo sem acesso venoso, e que se encontrava ansioso diante da necessidade de procedimentos diagnósticos invasivos. A sedação intranasal, quando realizada sob as devidas precauções de segurança, representa uma via não parenteral de administração de fármacos sedativos fora do centro cirúrgico para realização de procedimentos de curta duração em pacientes pediátricos.
Mature ovary teratoma in an adolescent
Mattielli Dias do Carmo; Isabela Oliveira Fiorio; Rafael Silva Sampaio; Juliana Marques Coelho Bastos; Patrícia Leal Pinheiro; Gustavo Carreiro Pinasco; Kelly Cristina Varanda; Katia Valéria Manhabusque
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-126
Os tumores de ovário, apesar de raros na infância, devem ser considerados em meninas com dor em região hipogástrica, massa abdominal ou puberdade precoce. Os sintomas não são esclarecedores na distinção entre massas benignas (teratomas maduros) e malignas (teratomas imaturos) e por isso é necessário estabelecer correto diagnóstico para, sempre que possível, preservar a fertilidade da paciente. Paciente de 11 anos, apresentando massa palpável dolorosa em fossa ilíaca direita, compatível com teratoma maduro. Devido à raridade do diagnóstico e idade precoce da paciente foi desafiador definir a melhor conduta, optando-se por exérese tumoral com ooforectomia direita e salpingectomia ipsilateral. Espera-se que esse caso motive novos estudos sobre o tema.
Urbanorum spp.: first case report in pediatrics in Brazil
Allydson Döhl Simes; Vanessa Borges Platt
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-128
Relato do primeiro caso de Urbanorum spp. em pediatria no Brasil, parasita raro, pouco descrito na literatura. Encontrado em um exame parasitológico de fezes realizado pelo método Ritchie/Hoffmann, solicitado na rotina laboratorial de um menino de 2 anos de idade, em atendimento ambulatorial em 2018, tratado com Albendazol 400mg por 5 dias. O presente estudo revela a importância de novos estudos sobre o parasita recém-descrito na literatura brasileira, a fim de elucidar sua possível patogenicidade e consequente erradicação medicamentosa.
Case report: patient born in Brazil carrier of intolerance to lisinuric protein
João Vitor Perez; Debora Salim Freitas; João Antonio Madalosso Junior; Charles Marques Lourenco
Resid Pediatr. 2021;11(1):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2021.v11n1-143
Alterações enzimáticas de origem genética promovem erros inatos do metabolismo, levando, assim, a manifestações metabólicas em que há falha de síntese, degradação, armazenamento ou transporte de moléculas no organismo. A intolerância à proteína lisinúrica (IPL) é uma doença metabólica heredi-tária autossômica recessiva rara que promove uma desordem multissistêmica na absorção de amino-ácidos cursando com alteração secundária do ciclo da ureia. Apresenta-se com variedade de sintomas que se manifestam usualmente após o desmame, sendo os mais comuns náuseas e vômitos agudos após rica ingestão proteica, aversão a alimentos ricos em proteínas, diarreia, dificuldade de ganho de peso, atraso de crescimento e desenvolvimento, alterações hematológicas e imunológicas e, em casos mais graves, podendo levar ao coma por hiperamonemia. Embora seja pan-étnica, ocorre em maior prevalência na Finlândia, devido à presença de mutação fundadora, acometendo 1/60.000 nascidos vivos naquele país.