ISSN-Online: 2236-6814

https://doi.org/10.25060/residpediatr

VOLUME10 - NÚMERO 3 Set/ Dez - 2020

Edição completa

Editorial
Artigo de Revisao

2 - Especial COVID-19 Manifestações dermatológicas em crianças com COVID-19: revisão de literatura

Skin Manifestations In Children With COVID-19: A Literature Review

Poliana Wada Poyanco; Edmara Laura Campiolo; Maria Barone Gasparini; Luiza Hartleben Melani; Jordana Libos Pereira; Aline Pinto Samulewski

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 0.25060/residpediatr-2020.v10n3-381

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OBJETIVOS: Realizar uma revisão de literatura para correlacionar dados sobre manifestações dermatológicas em pacientes pediátricos portadores do coronavirus disease 2019 (COVID-19). MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, selecionando artigos envolvendo à COVID-19 e manifestações dermatológicas em pacientes pediátricos, nas bases de dados PubMed, The New England Journal of Medicine, The British Medical Journal e The Lancet. RESULTADOS: Estudos apontam que o vírus SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) pode ocasionar manifestações dermatológicas como máculas, pápulas, rash, urticárias, eritemas e mucosite oral. O acometimento da pele pela COVID-19 em crianças pode estar associado à síndrome inflamatória multissistêmica, na qual ocorre uma resposta imunológica anormal associada à liberação de citocinas e ativação de macrófagos, podendo justificar as alterações dermatológicas. CONCLUSÃO: As manifestações cutâneas, apesar de inespecíficas, são importantes para a identificação da doença em pacientes pediátricos e melhor controle da propagação da infecção para a população.

3 - Especial COVID-19 Manifestações cutâneas e infecção por COVID-19 em crianças e adolescentes: revisão integrativa

Cutaneous manifestations and COVID-19 infection in children and teenagers: an integrative review

Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira; Kamilla Martins Duarte de Pádua; Maria Carolina Guimarães Santos Alves; Karine Viveiros Cardoso; Alexia Ventura Oliveira

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-388

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O estudo tem como objetivo analisar as manifestações cutâneas descritas na literatura até o momento, em crianças e adolescentes, relacionadas à COVID-19. Realizou-se uma revisão integrativa utilizando-se os descritores e combinações, na língua inglesa: “skin abnormalities”, “coronavirus infections”, “child” e “adolescente”. Os critérios de inclusão foram artigos que relacionassem manifestações cutâneas em crianças e adolescentes com a COVID-19. A análise e síntese dos dados obtidos foram realizadas de forma descritiva, caracterizando as manifestações cutâneas analisadas. O estudo foi finalizado com 5 artigos e observou-se que pacientes na faixa etária pediátrica com COVID-19 podem apresentar lesões cutâneas diversas, como manifestação única ou acompanhadas de sintomas leves, e que estas podem ser semelhantes às de outras doenças frequentes na infância e na adolescência.

4 - Especial COVID-19 Qualidade de vida da criança hospitalizada na pandemia de COVID-19

Quality of life of children hospitalized in the COVID-19 pandemic

Esther Angelica Luiz Ferreira; Juliana Morais Menegussi; Tatiana Barbieri Bombarda; Valeska Cristina Torcia; Ingrid Daiane Silva; Stefhanie Piovezan

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-401

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OBJETIVOS: A pandemia de COVID-19 provocou mudanças repentinas e desafiadoras. Além das internações pelo novo coronavírus, as crianças continuam sendo hospitalizadas por outras causas, o que demanda enorme prudência para conciliar medidas preventivas à propagação do SARS-CoV-2 com escolhas que garantam qualidade de vida durante a hospitalização. MÉTODOS: Tendo como objetivo oferecer qualidade de vida para a criança hospitalizada na atual pandemia, foi feita uma revisão da literatura, com posterior análise crítica, usando bases de dados e descritores pertinentes, como “qualidade de vida”, “criança hospitalizada” e “infecções por coronavírus”. RESULTADOS: As temáticas encontradas foram comunicação, acolhimento, atenção às necessidades das famílias, brincar no hospital e estimulação lúdica e manutenção do processo de escolarização. A comunicação é uma habilidade essencial para assegurar práticas de cuidado humanizadas e qualificadas, sendo importante para uma boa adesão e resposta ao tratamento. Quanto ao acolhimento, as esferas emocional, social, espiritual e física devem ser consideradas. Para fornecer cuidado integral, é essencial conhecer o contexto familiar em que a criança está inserida. O brincar se configura como uma das principais ocupações do contexto infantil, sendo via para o desenvolvimento de várias capacidades de adaptação, interação, fonte de estabilidade física e emocional das crianças. Manter o processo de escolarização pode amenizar as perdas significativas que o isolamento hospitalar traz. CONCLUSÃO: Conclui-se que, para oferecer qualidade de vida no contexto hospitalar pediátrico atualmente, deve-se ter uma visão holística e interdisciplinar.
Artigo Original

5 - Especial COVID-19 Manifestações gastrointestinais como apresentação inicial da COVID 19 em pediatria

Gastrointestinal symptoms as an early sign of COVID-19 in pediatric patients

Ana Leticia Souza; Flavia Alves de Matos; Rosana Andrade Flintz; Roberta Conde Cruz Marliere; Mariana Beck Lo Presti; Claudia Lopes Falconiere;

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-366

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As pesquisas iniciais sobre o SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) pareciam demonstrar que as crianças infectadas pelo vírus permaneciam assintomáticas ou apresentavam apenas quadros leves a moderados. Os sintomas mais comuns eram febre e tosse. Entretanto, em uma fase posterior da pandemia foram observadas inúmeras outras facetas de apresentação clínica no público pediátrico, destacando-se os quadros gastrointestinais. No presente estudo foram relacionados os pacientes acompanhados na unidade de cuidados intensivos pediátrico do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, do dia 17 de abril de 2020 até 17 de junho de 2020, que tiveram PCR-RT (reação em cadeia de polimerase - transcriptase reversa) detectável ou sorologia positiva para a COVID-19 (doença do coronavírus 19). Trata-se de uma unidade hospitalar não referência para a COVID-19, sendo seu público alvo pacientes vítimas de trauma. A sintomatologia inicial da maior parte dos pacientes internados com suspeita clínica foi febre e sintomas gastrointestinais, destacando-se dor abdominal importante, mimetizando abdome agudo. Sinais e sintomas que diferem dos adultos, os quais possuem como marco inicial manifestações respiratórias. A partir do reconhecimento das diferentes apresentações clínicas da SARS-CoV-2 na população pediátrica, se torna possível o diagnóstico precoce, com uma melhor condução e desfecho.

6 - Atendimento ao trauma pediátrico por vítimas de queimadura ocorridos na cidade de São Paulo

Epidemiological profile of pediatric burn victims in the city of São Paulo

Cintia Leci Rodrigues; Vitória de Alencar Gaspar Westarp; Adriana Natucci Hette; Tatiana Ikeda Condo; Lorena Dellagnesi Depieri; Carlos Górios; Rodrigo Guilherme Varotti Pereira; Jane de Eston Armond

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-85

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INTRODUÇÃO: As queimaduras são um problema de saúde significativo, por provocarem sequelas permanentes ou de longa duração. OBJETIVO: Caracterizar os acidentes por queimaduras, ocorridos entre crianças e adolescentes residentes da cidade de São Paulo, e identificar o perfil dos pacientes pediátricos atendidos por acidentes por queimadura. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, descritivo e retrospectivo. Foi realizado um levantamento utilizando-se dados do Sistema Informação para a Vigilância de Violência e Acidentes (SIVVA) da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo, onde são registradas as notificações de acidentes contra crianças e adolescentes (0 a 19 anos de idade). RESULTADOS: Durante o período estudado ocorreram 416 acidentes por queimaduras entre crianças e adolescentes residentes na cidade de São Paulo. Os principais diagnósticos de lesão foram: queimadura de grau II (41,6%), sendo a região corpórea mais acometida punho e mão. CONCLUSÃO: Os resultados desta pesquisa mostraram que houve maior frequência de queimaduras entre os meninos, em idade pré-escolar, no ambiente doméstico. Ressalta-se a importância de pesquisas epidemiológicas na temática por poderem respaldar estratégias preventivas, em especial no período da infância e adolescência.

7 - Estridor em lactente causado por hemangioma subglótico: relato de caso

Stridor in infant caused by subglottic hemangiome: case report

Raquel Gomes Lot; Caroline Ramalho Rosa; Camila Trevisol de Freitas; Gracinda da Conceição Adnet; Luisa Araujo Costa; Julianna Medeiros de Almeida; Márcio Fernandes Nehab; Paulo Pires de-Mello

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-109

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O hemagioma subglótico é uma causa rara de estridor, porém é uma das mais comuns neoplasias vasculares das vias aéreas na infância. Caso o tratamento não seja prontamente instituído, torna-se uma condição ameaçadora à vida. Deve-se suspeitar do diagnóstico quando lactentes fora da faixa etária para laringite aguda apresentarem estridor associado a esforço respiratório grave, sem pródromos virais, com quadro não responsivo a medidas terapêuticas iniciais, considerando a principal hipótese diagnóstica. Os hemangiomas infantis começam a proliferar durante o primeiro ano de vida (entre o 1º e 2º mês de vida). A involução geralmente ocorre entre 6 meses e 12 meses de vida (a maioria involui até os 4 anos). O caso trata-se de uma lactente do sexo feminino, 5 meses, com quadro de estridor súbito associado a desconforto respiratório sem pródromos virais ou febre, com pouca resposta a beta agonista de curta duração inalatório, adrenalina inalatória, assim como corticóide inalatório/parenteral. A broncoscopia evidenciou abaulamento de submucosa à direita da subglote com discreta vascularização, sugestivo de hemangioma subglótico. Foi iniciado tratamento com propranolol via oral objetivando a regressão do hemangioma e após estabilidade clínica, a lactente recebeu alta com acompanhamento ambulatorial.

8 - Especial COVID-19 Infecção por SARS-CoV-2 em pacientes pediátricos portadores de doenças renais hospitalizados

SARS-CoV-2 infection in hospitalized pediatric patients with kidney disease

Flávia Dias Silveira; Káthia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntini; Márcia Dias Silveira; Lohanna Valeska de Sousa Tavares; Juliana Barros Mendes; Camilla Gomes da Cruz; Lia Cordeiro Bastos Aguiar; Danielle Carvalho Pedrosa

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-362

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OBJETIVOS: Este estudo visa apresentar os casos confirmados de infecção por SARS-CoV-2 em pacientes pediátricos portadores de doenças renais crônicas e agudas internados em um hospital pediátrico terciário. MÉTODOS: Estudo observacional descritivo e retrospectivo com todas as crianças internadas entre março e junho de 2020 que apresentavam, concomitantemente, infecção por SARS-CoV-2 e patologias renais. Desse total de pacientes, excluiu-se os que tinham outra doença de base além da renal. RESULTADOS: No período, foram internados, no hospital, nove crianças portadoras de doenças renais e que tiveram infecção confirmada pelo novo coronavírus através de RT-PCR positivo. Em relação à doença de base, sete tinham apenas a doença renal, sendo três dessas portadoras de doença renal crônica terminal estágio 5; uma, portadora de doença renal crônica estágio 1; uma, portadora de síndrome nefrótica córtico-sensível; e duas, portadoras de lesão renal aguda. Dois pacientes desse estudo já tinham sido submetidos a transplante renal, faziam uso de imunossupressores e tiveram suas doses reduzidas em vigência do quadro infeccioso. Apenas um, devido a quadro de bacteremia associado, necessitou de oxigenoterapia e transferência para unidade de terapia intensiva, porém não foi intubado e retornou à enfermaria em 24 horas. CONCLUSÕES: De acordo com os casos descritos, a população pediátrica portadora de doença renal, inclusive a em uso de imunossupressores por rejeição aguda de transplantes, parece evoluir sem quadros graves de COVID-19, não havendo, portanto, grande divergência em relação à população da mesma faixa etária saudável.

9 - Aspiração de corpo estranho em crianças: avaliação do conhecimento de pais e cuidadores

Foreign body aspiration in children: assessment of parent and caregiver knowledge

Blenda Avelino Soares; Nader Alziro Kassem Fares; Raquel de Oliveira Peluso; Karen Amanda Soares de Oliveira; Arlindo Rodrigues Galvão Filho; Melissa Amelotti Gomes Avelino

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-87

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OBJETIVOS: Analisar o conhecimento de pais e cuidadores sobre a aspiração de corpo estranho (ACE) em crianças. MÉTODOS: Estudo transversal quantitativo descritivo realizado com 417 questionários, cada um contendo 9 perguntas objetivas sobre ACE e dados de identificação socioeconômica. Os participantes da pesquisa foram pais e cuidadores de crianças em atendimento ambulatorial. A correlação entre a variáveis demográficas e socioeconômicas, e o conhecimento sobre a ACE foi realizada através do coeficiente de Spearman, com nível de significância <0,05. RESULTADOS: Evidenciou-se um desconhecimento sobre aspiração de corpo estranho em pais e cuidadores de crianças: 16,31% não reconheceram os principais corpos estranhos causadores de aspiração de corpo estranho (feijão, milho e amendoim). Em relação à suspeição dos sinais da aspiração de corpo estranho, 19,9% e 55,1% não reconheceram o sufocamento e tosse repentina, respectivamente. Não houve associação significativa entre as variáveis demográficas e socioeconômicas e o nível de conhecimento. CONCLUSÃO: Constatou-se um desconhecimento de 33,8% em relação às questões. Os pais e cuidadores não reconhecem principalmente as medidas de prevenção e os sinais de ocorrência da ACE. Não foi observada associação entre fatores demográficos e socioeconômicos e o nível de conhecimento sobre a ACE.

10 - Miosite aguda benigna da infância: Resultados de um estudo prospectivo realizado em um pronto-atendimento pediátrico

Acute benign myositis of childhood: Results of a prospective study performed in a pediatric emergency department

Vanuza Maria Rosa; Gabriela de Sio Puetter Kuzma; Luana Alves Miranda Hornung; Márcia Bandeira

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-90

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OBJETIVO: A miosite benigna da infância é caracterizada pelo acometimento musculoesquelético agudo após um quadro de infecção viral, levando a limitações transitórias da deambulação. O objetivo do nosso trabalho é avaliar o perfil clínico-laboratorial de pacientes atendidos em pronto atendimento pediátrico. MÉTODOS: Estudo prospectivo em pacientes com sinais clínicos e laboratoriais de miosite viral no período de agosto de 2017 a agosto de 2018. RESULTADOS: Foram analisados 20 pacientes no período de 12 meses. A média de idade foi 8,25 anos. Destes, 83% apresentaram sintomas infecciosos na semana anterior ao quadro álgico. Ao diagnóstico, os sintomas foram dor nas panturrilhas, limitação na deambulação, anormalidade da marcha, mialgia difusa e fraqueza em panturrilhas. A alteração laboratorial mais significativa foi a elevação da CPK (média 3359,556U/L), seguida de TGO (média 131U/L) e TGP (média 64,66U/L). O tempo médio de resolução dos sintomas clínicos foi de 3 dias e em 7 dias todos os exames estavam normais. CONCLUSÃO: Apesar de não se conhecer a real incidência da doença, o quadro doloroso e de limitação de deambulação gera preocupação para a família e médicos assistentes. Ressaltamos a importância do conhecimento desta condição para evitar-se exames desnecessários e para que condições mais graves não tenham seu diagnóstico atrasado.

11 - Alimentação complementar: o que sabemos?

Complementary feeding: what do we know?

Verônica Indicatti Fiamenghi; Elza Daniel de Mello; Carlos Alberto Nogueira de Almeida

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-8 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-92

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INTRODUÇÃO: Alimentação complementar (AC) é definida como o conjunto de alimentos que são oferecidos ao lactente, a partir do 6º mês de vida, em complemento ao aleitamento materno ou às fórmulas infantis. Um dos papéis do pediatra é orientar sobre a introdução da AC. MÉTODOS: Estudo transversal descritivo, através da autoaplicação de questionário não validado com pediatras e residentes de pediatria, sobre informações demográficas, conhecimentos de práticas alimentares, nutrição e suplementação nos primeiros dois anos de vida. Foram verificadas associações entre o tempo de formado e grau de formação com as variáveis suplementação de ferro e vitamina D. RESULTADOS: A amostra final foi composta por 109 questionários; 63% dos participantes consideraram a presença de tópicos sobre alimentação infantil pouco suficiente ou insuficiente em sua formação. Dos participantes, 66,9% e 38,53% seguem as recomendações vigentes quanto à idade de suplementação de ferro e vitamina D, respectivamente. DISCUSSÃO: Observou-se orientações divergentes das evidências científicas atuais por parte dos pediatras e residentes em pediatria. Houve relação entre o tempo de formado e maior proporção de orientações inadequadas quanto à suplementação de ferro. CONCLUSÃO: Deve-se considerar uma abordagem mais enfática do tópico alimentação infantil tanto na formação pediátrica quanto no contexto de atualização profissional.

12 - Ceftriaxona: uso racional pelo departamento de Pediatria do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte/MG

Ceftriaxone: rational use by the Pediatric’s department of the Santa Casa’s Hospital of Belo Horizonte, MG

Mariana Gomes da Costa Souza; Sidnei Delailson Silva; Cláudia Murta de Oliveira; Áquila Serbate Borges Portela

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-103

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OBJETIVO: O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar o uso da Ceftriaxona no departamento de Pediatria do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte/MG, assim como o perfil de resistência bacteriana das infecções nasocomiais no mesmo período. MÉTODOS: O estudo baseou-se na análise de 160 formulários de antimicrobianos de pacientes que fizeram uso da ceftriaxona e que continham a principal indicação médica, além de outras variáveis: idade, tempo de uso e crescimento microbiano em culturas. RESULTADOS: Do total de antibióticos prescritos, apenas 0,12% corresponderam ao uso desta cefalosporina, evidenciando a baixa taxa de utilização e a importância de um uso consciente e direcionado desta droga. CONCLUSÃO: O estudo mostra o uso racional da ceftriaxona pelo departamento de Pediatria do Hospital Santa Casa de Belo Horizonte/MG quando comparado a outros antimicrobianos, evidenciando sua importância na prática clínica pediátrica, principalmente em relação à redução da resistência bacteriana.

13 - Especial COVID-19 Opções de tratamento para COVID-19

COVID-19 treatment options

Claudia Stella Pereira; Lenita de Melo Lima; Ana Alice Amaral Ibiapina Parente; Maria de Fatima Pombo Sant´Anna

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-363

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Até o momento, não há terapia específica para a COVID-19 e há vacinas em estudo, ainda não disponíveis. Nosso artigo apresenta as opções terapêuticas sugeridas até o presente, em vários estudos com abordagens de tratamento experimental. Incluímos estudos com as drogas antivirais, cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, tocilizumabe, vitamina D, anticoagulação, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA), interferon beta, plasma convalescente e corticoesteroides. Concluiu-se que, embora algumas drogas promissoras tenham ação, in vitro, até o presente, nenhuma se mostrou comprovadamente eficaz e segura contra o novo coronavírus em seres humanos.

14 - Especial COVID-19 As implicações da pandemia da COVID-19 na saúde mental e no comportamento das crianças

Implications of the COVID-19 pandemic on the mental health and behavior of children

Ingrid Ribeiro Soares da Mata; Letícia Silva Carvalho Dias; Celso Taques Saldanha; Marilucia Rocha de Almeida Picanço

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-377

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OBJETIVOS: Analisar qual a influência que a pandemia da COVID-19 trouxe para a saúde mental das crianças, além das modificações comportamentais no âmbito psicossocial do desenvolvimento infantil. MÉTODOS: É estudo de revisão bibliográfica de caráter descritivo, pela qual executou-se uma revisão sistematizada nos bancos de dados: SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) no período de cinco anos, entre 2015 a 2020, em línguas portuguesa e inglesa. Foram captados 122 artigos, dos quais 113 foram excluídos por não cumprirem os critérios de inclusão propostos, de modo que 9 estudos foram analisados. Além disso, foram analisados 1 edição produzida pelo Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância e a carta de Recomendações do CONANDA para a Proteção Integral a Crianças e Adolescentes do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Assim, ao final, foram analisadas 11 referências bibliográficas. RESULTADOS: Ficou evidenciado o quanto as crianças estão expostas diretas ou indiretamente pelas repercussões da pandemia. Elas estão sujeitas às modificações estruturais na vida, tais como: isolamento social, restrição do convívio social com familiares e amigos; mudanças na rotina escolar com redução da socialização, o que pode gerar, conforme destacado pelos autores, modificações de humor, sintomas de estresse pós-traumático, depressão ou ansiedade, destacando-se ainda as crianças em luto pelos familiares. CONCLUSÃO: Foi constatada pela revisão literária a incidência de prejuízos à saúde mental assim como desordens no comportamento infantil. Dessa forma, ressalta-se os possíveis impactos ao desenvolvimento infantil e a importância do cuidado das demandas infantis emergidas pela pandemia.

15 - Especial COVID-19 Impacto da pandemia de COVID-19 na epidemiologia pediátrica

Impact of the COVID-19 pandemic on pediatrics epidemiology

Juliana Carvalho Tavares Alves; Claudia Regina Cachulo Lopes; Gustavo Passafaro Guzzi; Marcelo Vaidotas Pinto; Leonardo Marques Moura Ribeiro; Samir Bernardo Ile Mcauchar e Silva; Raissa Paulino da Costa Figueiredo; Lucas de Brito Costa

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-382

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OBJETIVOS: Avaliar o impacto da pandemia de coronavírus na epidemiologia pediátrica de pronto-socorro infantil. MÉTODOS: Realizado estudo observacional retrospectivo descritivo. Foram avaliados: o número de atendimentos, a taxa de internação hospitalar nos meses de março, abril e maio do ano de 2019, assim como os CID-10 mais frequentes. Estes, foram comparados com os dados do mesmo período no ano de 2020. RESULTADOS: Denota-se redução de 70% na procura por atendimento pediátrico durante o período de pandemia do coronavírus. As patologias mais comuns encontradas foram as doenças respiratórias, tais como bronquiolite aguda viral e bronquite aguda. Notou-se queda das hospitalizações por casos de bronquiolite aguda viral por vírus sincicial respiratório em 2020. Ainda, no mesmo ano houve aumento de internações por bronquite aguda, sugerindo mudanças epidemiológicas geradas pelo isolamento social. O número de hospitalizações por trauma cranioencefálico também sofreu aumento em 2020. CONCLUSÃO: A pandemia do COVID-19 parece ter impactado na epidemiologia pediátrica, reduzindo o número de atendimentos e internações.

16 - Especial COVID-19 COVID-19 em pediatria: um panorama entre incidência e mortalidade

COVID-19 in pediatrics: a view between incidence and mortality

João Ricardo Azevedo Silva; Ana Cláudia de Araujo Argentino; Luana Deon Dulaba; Rafaela Rodrigues Bernardelli; Edmara Laura Campiolo

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-383

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OBJETIVOS: Comparar os dados obtidos na literatura brasileira com os da literatura mundial, focando na gravidade e na taxa de mortalidade da população pediátrica infectada pela COVID-19. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com dados da literatura mundial e brasileira obtidos em artigos selecionados através da plataforma UpToDate, que se adequaram aos critérios de inclusão do estudo, sobre o acometimento de crianças pelo novo coronavírus (COVID-19), no período de 31 de janeiro a 31 de maio de 2020. Os dados obtidos foram organizados em frequência absoluta para indicar os resultados obtidos através de gráficos formulados no Microsoft Word Excel. RESULTADOS: Os países analisados foram: Brasil, Inglaterra, Espanha e Portugal, países que publicaram dados de acordo com a idade. Em relação à Inglaterra, até o dia 20 de maio de 2020, havia 2.365 casos de COVID-19 em pacientes entre 0 e 19 anos, contabilizando 30 mortes nessa faixa etária. Na Espanha, foram confirmados 1.399 casos em crianças até 14 anos e apenas 3 óbitos no período. Em Portugal, até o dia 23 de maio, foram contabilizados 1.552 casos na população pediátrica, sem nenhuma morte reportada. No Brasil, até o dia 23/05/2020, foram registrados 916 casos entre 0 e 18 anos, sendo que apenas 548 tiveram evolução registrada e 99 evoluíram para óbito. CONCLUSÃO: Este estudo confirma com dados absolutos a equivalência com os demais artigos analisados, quando mostra que a população pediátrica é menos acometida e apresenta melhor evolução em relação à COVID-19.

17 - Transplante alogênico de medula óssea em crianças: experiência inicial do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

Allogeneic bone marrow transplantation in children: initial experience of the Santa Casa de Misericórdia Hospital in Belo Horizonte

Marina Mafra Carvalhais

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-86

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OBJETIVO: Relatar a experiência clínica inicial de um hospital terciário com transplante alogênico de medula em crianças. MÉTODOS: Análise de dados de prontuários dos 6 primeiros pacientes pediátricos transplantados desde a abertura do serviço em abril de 2018 até dezembro de 2018. RESULTADOS: Foram realizados 6 transplantes alogênicos de medula óssea, todos em portadores de leucemia (5 LLA e 1 LMC), com mediana de idade de 8 anos, sendo 4 meninos e 2 meninas. As fontes de células-tronco utilizadas foram medula óssea em 4 casos e células-tronco periféricas em 2 casos. Todos os pacientes sobreviveram aos 100 primeiros dias pós-transplante e tiveram seguimento clínico mediano de 168 dias. Após transplante, 1 paciente apresentou DECH aguda e todos apresentaram pelo menos uma complicação infecciosa, com destaque para as infecções de cateter, que ocorreram em 66% dos pacientes. Febre e mucosite foram de ocorrência universal. A média de internação foi de 38 dias e após alta, 83% dos pacientes foram reinternados por infecção ou recidiva de doença. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos no presente estudo são bem coerentes com outras séries de pacientes já relatadas e permitem conhecer melhor os principais fatores que interferem no sucesso dos transplantes realizados em crianças e adolescentes. No entanto, estudos brasileiros ainda são escassos e devem ser encorajados, assim como a ampliação de serviços, visando aumentar a chance de cura de nossas crianças.

18 - Especial COVID-19 Isolamento social devido à COVID-19 - epidemiologia dos acidentes na infância e adolescência

Social isolation due to COVID-19 - epidemiology of accidents in childhood and adolescence

Caio Vinicius da Fonseca Silva; Raphael Muszkat Besborodco; Cintia Leci Rodrigues; Carlos Górios

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-402

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INTRODUÇÃO: Uma questão importante a ser discutida por pesquisadores, gestores e demais membros dos comitês de crise para o enfrentamento da pandemia são as repercussões do distanciamento social, como acidentes domésticos com vítimas crianças e adolescentes. OBJETIVOS: Descrever os acidentes domésticos na infância e adolescência no período de isolamento social na cidade de São Paulo/SP, quanto às características dos indivíduos, do evento e evolução do caso. Métodos: Estudo transversal, descritivo, elaborado a partir de dados de internações por causas externas, acidentes e violência na cidade de São Paulo. Os dados foram coletados no sistema de informações hospitalares e sistema de informação de violência e acidentes. O período utilizado para o estudo foi de janeiro a maio de 2020. RESULTADOS: Foram registrados 4.169 acidentes entre crianças e adolescentes residentes na cidade de São Paulo, e, consequentemente, resultando como diagnóstico de lesão, os traumatismos e ferimento de cabeça. Entre as vítimas, predominantemente do sexo masculino e o principal tipo de acidente foram as quedas. CONCLUSÃO: Diante do exposto, a gravidade da COVID-19 no Brasil, na cidade de São Paulo e no mundo, e a necessidade de esforços para reduzir a velocidade da transmissão do vírus no nível populacional e reduzir a incidência da doença, até o momento, o distanciamento social faz parte do conjunto de medidas necessárias para o alcance desses objetivos, é necessária a educação permanente em saúde para pais, familiares e sociedade na prevenção dos acidentes domésticos.

19 - Especial COVID-19 Mudança no perfil epidemiológico da síndrome respiratória aguda grave na população pediátrica brasileira: indício de subnotificação da COVID-19

Change in the epidemiological profile of severe acute respiratory syndrome in the Brazilian pediatric population: indication of COVID-19 subnotification

Renata Machado Pinto; Isadora Espíndola Leite Borges; Jonas Borges Santos Amorim

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-407

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INTRODUÇÃO: O impacto da COVID-19 na população pediátrica brasileira pode estar subestimado pela subnotificação. O presente estudo objetiva comparar a incidência de hospitalizações e óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e etiologias na faixa pediátrica até a semana 25, em 2019 e 2020. MÉTODOS: Estudo epidemiológico realizado por consulta ao InfoGripe. Foram consultados dados referentes às semanas epidemiológicas 1 a 25, dos anos de 2019 e 2020. Os dados foram analisados por meio do programa SPSS 26.0. RESULTADOS: Comparando os anos de 2019 e 2020, observa-se redução da taxa de incidência (por 100.000) de hospitalizações por SRAG na faixa etária de 0-4 anos de 4,023 para 2,980 (p = 0,05), e aumento nas outras faixas etárias, nos escolares a incidência passou de 0,353 para 0,618 (p = 0,009) e entre os adolescentes de 0,115 para 0,393 (p = 0,002). Houve aumento dos óbitos de 0,013 para 0,017 (p = 0,05) entre 5-9 anos, e de 0,009 para 0,029 (p = 0,001) entre 10 e 19 anos. Em relação à SRAG por “etiologia desconhecida”, a incidência de hospitalizações aumentou 0,294 para 1,454 (p = 0,007) e os óbitos de 0,03 para 0,28 (p = 0,004). CONCLUSÃO: A incidência de hospitalizações e óbitos por SRAG em 2020 nas faixas etárias entre 5-9 e 10-19 anos foi superior à de 2019. O aumento de 3,4 vezes no número de casos e de 9,3 vezes nos óbitos por SARG sem etiologia definida em 2020 pode sugerir importante subnotificação da COVID-19 no Brasil. Faz-se necessário que novos estudos avaliem a extensão e impacto do SARS-CoV-2 na população pediátrica.

20 - Especial COVID-19 Avaliação cienciométrica das publicações científicas sobre COVID-19 em crianças

Scientometric review of the scientific publications about COVID-19 in children

Daniel Borges Barbosa; Anne Caroline Lucas Brandelero; Vinícius da Silva Oliveira; Lucas Rodrigues dos Santos; Alexandre Martins Araújo; Emilly Santos Oliveira; Cristiane Simões Bento de-Souza; Renata Machado Pinto

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-408

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OBJETIVO: Realizar um levantamento cienciométrico da literatura mundial que trata da infecção pelo vírus SARS-CoV2 na população pediátrica. MÉTODOS: Utilizou-se o banco de dados Elseviers Scopus para pesquisa dos descritores Covid* AND child*, no período de 01/01 a 25/06/2020. Os documentos foram classificados segundo área de estudo, tipo de pesquisa, financiamento, país de origem, periódico e afiliação institucional dos pesquisadores. RESULTADOS: Foram publicados 826 documentos, destes 34,5% receberam algum tipo de fomento. Observa-se predominância de publicações advindas de países que se tornaram epicentro da pandemia de SARS-CoV2, destacando-se China, Estados Unidos, Itália e Reino Unido. O Brasil, aparece em 10º lugar no ranking mundial com 26 publicações, 26,9% destas com financiamento. O predomínio de publicações se concentra na área médica tanto no Brasil como no mundo. CONCLUSÕES: A grande quantidade de pesquisas publicadas sobre COVID-19 em crianças no curto espaço de tempo compreendido entre a emergência da pandemia e o momento atual demonstra a rapidez na geração de conhecimento e a importância do tema para a saúde pública. A análise das informações referentes ao Brasil revelam que, apesar de ser o segundo com maior número de casos e óbitos, o país representa apenas 3,14% das pesquisas sobre COVID-19 em crianças, e assume uma posição de liderança da publicação científica sobre o tema na América Latina.

21 - Impacto da pandemia de COVID-19 em um programa de residência médica em pediatria no município do Rio de Janeiro

Impact of the COVID-19 pandemic on a pediatric medical residency program in the city of Rio de Janeiro

Mara Morelo Rocha Felix; Patrícia de Sá Made; Juliana Souza de Seixas; Carolina Soares de Azeredo Moreira; Luciana Figueiredo Sampaio; Márcia Galdino Sampaio; Monica Soares de Souza; Ana Cristina Carneiro Menezes Guedes

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-397

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INTRODUÇÃO: Em março de 2020, foi decretada a pandemia de COVID-19 - doença causada pelo SARS-CoV-2 (coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave). Desde então, houve necessidade de adaptações em um programa de residência médica (PRM) de pediatria de um hospital federal no município do Rio de Janeiro. MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo cujo objetivo foi descrever as mudanças no PRM em pediatria de um hospital federal decorrentes da pandemia de COVID-19. RESULTADOS: O PRM em pediatria do hospital implementou adaptações como: adiamento de consultas ambulatoriais; redução do número de residentes alocados nas enfermarias; suspensão temporária dos rodízios externos, exceto pelo rodízio em maternidade; treinamento para adequada paramentação e desparamentação; afastamento dos residentes com doenças crônicas, gravidez e daqueles com suspeita de COVID-19; implementação da teleconsulta e de atividades didáticas em ambiente virtual. Foram analisados dados de março, abril, maio e junho de 2020. Nesse período, foram afastados 4 residentes da pediatria por doenças crônicas ou gravidez. Dos 37 residentes do PRM em pediatria restantes, 27 (73%) foram afastados por questões relacionadas à COVID-19 (suspeita de COVID-19 ou estresse psicológico). Desses, houve confirmação da infecção pelo coronavírus em 15 residentes (40,5%). CONCLUSÃO: A pandemia provocou o afastamento de um número significativo de residentes por suspeita de COVID-19 e alteração das rotinas do serviço. Houve redução significativa das consultas ambulatoriais e suspensão das atividades teóricas presenciais. De todo modo, a adoção de plataformas digitais para o teleatendimento e atividades didáticas permitiu manter o cuidado dos pacientes e a educação médica continuada.
Ética
Ponto de Vista

23 - Especial COVID-19 Potenciais danos silenciosos da pandemia COVID-19 em crianças com transtorno do neurodesenvolvimento e paralisia cerebral

Potential silent damage of the COVID-19 pandemic in children with neurodevelopmental disorders and cerebral palsy

Ricardo Lira Araujo; Giuliano da Paz Oliveira

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-418

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A literatura aponta que a COVID-19 acomete preferencialmente a população adulta e idosa, com pouca repercussão no público pediátrico. Apresentamos nossa preocupação quanto aos danos silenciosos da pandemia COVID-19 entre os pacientes com transtorno do neurodesenvolvimento e paralisia cerebral. A interrupção do tratamento de reabilitação, a mudança de rotina e o maior uso de telas tem contribuído para uma maior incidência de transtornos psiquiátricos e do sono nos pacientes com transtorno do neurodesenvolvimento e paralisia cerebral. Esses fatores muito provavelmente levarão a uma maior ocorrência de pseudorregressão entre os pacientes com paralisia cerebral. É necessário lançar um olhar especial quanto ao cuidado integral da saúde dessas crianças, com estímulo ao uso das ferramentas de telemedicina e telereabilitação.
Relato de Caso

24 - Oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) instalada durante parada cardiorrespiratória em pulmão com síndrome da angústia respiratória aguda: um relato de caso

Oxygenation by extracorphorus membrane (ECMO) installed during cardiorrespiratory stop in lung with acute respiratory anguish syndrome: a case report

Camille Lopes Donnabella; Guilherme Mantelato Garcia; Monica Teruko Sato

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-95

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A oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) possibilita melhor oferta de oxigênio aos pacientes com doenças respiratórias e cardíacas graves refratárias à terapia convencional. A ECMO instalada durante a parada cardiorrespiratória (PCR) é denominada como ECPR, que vem sendo aprimorada, apresentando resultados favoráveis. O presente artigo trata-se de um estudo observacional, cujo material analisado foi o prontuário de uma paciente com diagnóstico de Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) onde foi realizaco ECMO durante parada cardiorrespiratória com sucesso. Avaliaram-se dados clínicos, laboratoriais e radiográficos, que refletem e corroboram a fisiopatologia da doença e a alteração estrutural do aparelho respiratório. Esse trabalho tem como objetivo descrever um caso clínico sobre a realização de ECPR com sucesso em uma criança de 2 anos, sexo feminino, com internação hospitalar por pneumonia extensa que evoluiu com SDRA e parada cardíaca refratária ao tratamento convencional. A utilização de ECMO merece ser considerada em pacientes com parada cardíaca, pois demonstrou benefícios significativos, possibilitando tratamento eficaz e sobrevida sem sequelas.

25 - Especial COVID-19 Associação de COVID-19 e tumor cerebral

Association of COVID-19 and brain tumor

Regina Melittio Gasparetti; João Carlos Patto

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-396

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A COVID-19 teve seu primeiro diagnóstico em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China. Espalhou-se rapidamente pelo mundo e teve a declaração de pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 11 de março de 2020. Por ser uma doença nova e devido à grande variabilidade do quadro clínico, torna-se necessária a troca de informações para um diagnóstico mais rápido e efetivo e para a prevenção da disseminação, enquanto vacinas e/ou tratamentos efetivos são pesquisados. As crianças parecem ser menos acometidas que os adultos e com menor gravidade. O quadro clínico varia de assintomático até quadros graves como a síndrome inflamatória multissistêmica que se assemelha à síndrome de Kawasaki e/ou síndrome do choque tóxico e óbito. A faixa etária pediátrica apresenta quadros graves e fatais de COVID-19 associados principalmente a comorbidades como doenças hematológicas, imunológicas, respiratórias, genéticas, neurológicas e câncer. O caso relatado será de um menino com diagnóstico de carcinoma de plexo coroide há 5 anos, que testou positivo para COVID-19. Torna-se premente a divulgação de relatos de casos para ampliar-se o conhecimento dessa nova patologia.

26 - Manifestações radiológicas em escolar e adolescente com COVID-19: relatos de caso

Radiological manifestations among schoolchild and adolescent patients with COVID-19: case reports

Luiz Felipe Queiroz Bichara Chicri; Bruna Mello Modugno Nunes; Maria de Fatima Pombo Sant’Anna

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-361

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Descrição de dois pacientes pediátricos - 6 anos e 14 anos - com alterações radiológicas causadas pelo SARS-CoV-2. As principais alterações radiológicas foram: infiltrados periféricos e arredondados. Ambos foram internados e receberam alta com melhora.

27 - Especial COVID-19 Manifestações graves da doença de Kawasaki em tempos de COVID-19: relato de caso

Severe manifestations of Kawasaki disease in the times of COVID-19: a case report

Haroldo Teófilo de Carvalho; Lívia Thomazi; Regis Cilia; José Roberto Fioretto; Mário Ferreira Carpi

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-5 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-435

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A doença de Kawasaki é uma das vasculites primárias mais comuns na infância e a principal causa de cardiopatias adquiridas. Trata-se de uma vasculite aguda, multissistêmica, de etiologia desconhecida e autolimitada, que ganhou notoriedade durante a pandemia do novo coronavírus. A febre alta e persistente por mais de cinco dias, associada ao exantema polimórfico, conjuntivite bilateral, eritema da língua com proeminência papilar (“língua em morango”), edema de extremidades e linfonodomegalia cervical são características clínicas típicas da doença, mas que também foram encontradas em alguns pacientes diagnosticados com COVID-19 e na síndrome inflamatória multissistêmica, assim como suas principais complicações: estenoses e aneurismas de coronárias, miocardite, insuficiência cardíaca e choque.

28 - Especial COVID-19 Primodescompensação diabética com cetoacidose em paciente pediátrico com COVID-19: dois relatos de caso

Two cases of decompensated diabetes with ketoacidosis in pediatric patients with COVID-19

Victoria Hernandez Girnys; Cesar Augusto Becci Silvério; Samanta Vieira Ferreira; Monique Maria Steffen; Andrea Sayuri Murata; Bianca de Oliveira Lima

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-373

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A pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem provocado doenças que se manifestam desde sintomas gripais de leve a severa intensidade, até espectros variados de apresentações clínicas, envolvendo diferentes órgãos e sistemas. Sabe-se que a associação entre diabetes e infecções é muito frequente, sendo a cetoacidose diabética sua principal complicação aguda. Os autores relatam neste artigo dois casos que sugerem a cetoacidose diabética (CAD) como manifestação inicial da COVID-19: duas pacientes previamente hígidas, uma de 11 e outra de 9 anos de idade, admitidas em unidade de saúde com sintomatologia compatível com CAD, posteriormente testadas positivas para o coronavírus. Discute-se neste artigo a importância de considerar a COVID-19 entre as possíveis causas infecciosas de descompensação da diabetes.

29 - Relato de caso: neurossífilis congênita

Case report: congenital neurosyphilis

Tuany Martins Nunes

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-97

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OBJETIVO: Relatar um caso de neurossífilis congênita, com alteração cutânea, afim de complementar a literatura. RELATO DE CASO: Gestante, 26 anos, primigesta, dá luz a um recém-nascido apresentando lesões vesicobolhosas em mãos e pés, condizentes com pênfigo palmoplantar. Realizado rastreio para sífilis congênita observou-se VDRL sanguíneo de 1:512 no recém-nascido e de 1:128 na puérpera. No líquor, por sua vez, o exame veio reagente na proporção de 1:2, sendo então diagnosticado como neurossífilis congênita. CONCLUSÃO: A importância do exame físico na pediatria é de grande valia, uma vez que pode nos alertar para possíveis diagnósticos. Infelizmente, a sífilis voltou a se fazer presente no nosso dia a dia e não podemos deixar de rastrear e tratá-la, já que seu correto tratamento pode melhorar a qualidade de vida ou ainda curar o recém-nascido.

30 - Especial COVID-19 Desafios impostos pelo isolamento social na pandemia de COVID-19 ao acompanhamento de diabéticos e expostos ou infectados por HIV em um hospital universitário pediátrico

Challenges imposed by social isolation in the COVID-19 pandemic on monitoring diabetics and those exposed to or infected with HIV in a pediatric teaching hospital

Ana Lúcia Ferreira; Angela Rodrigues; Amanda Venturino Estorque; Isabela Hacar V M Julião; Sofia Luz C B Lobo; Marcia Gonçalves Ribeiro; Luiza Maria Calvano

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-7 DOI: residpediatr-2020.v10n3-403

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OBJETIVOS: Identificar fatores que possam ter influenciado no acompanhamento de pacientes com diabetes mellitus tipo 1 e infecção ou exposição ao vírus da imunodeficiência humana em um hospital universitário pediátrico durante a pandemia de COVID-19. MÉTODOS: Estudo descritivo e transversal; foram entrevistados responsáveis pelos pacientes dos ambulatórios de diabetes e doenças infectoparasitárias-imuno (DPI-imuno) com consultas agendadas durante o período de isolamento social no município do Rio de Janeiro. Questionário com perguntas diretas. RESULTADOS: Foram entrevistados 88 responsáveis (59 diabetes e 29 DIP-Imuno), na maioria mães (79,7% e 44,8%, respectivamente). Discreta predominância do sexo feminino, maior parte adolescentes. Maioria dos responsáveis compareceu ao agendamento (95% e 72,4%, respectivamente), cerca de metade utilizando dois ou mais transportes públicos. Pacientes compareceram em função de consulta marcada (53,6% e 95,2%, respectivamente). Os motivos para o responsável não ter levado o paciente ao ambulatório de diabetes foram para evitar a exposição à COVID-19 e orientação médica prévia para ir sozinho. No ambulatório de DIP-imuno, o motivo foi por ser somente a verificação de resultado de exame. A pandemia interferiu na doença em 59,3% e 41,4%, respectivamente. Foram apontados: medo de adoecer, da aglomeração, alterações comportamentais nos pacientes, mudanças na rotina da família e problemas financeiros. CONCLUSÃO: Fatores relacionados à pandemia influenciaram o acompanhamento dos pacientes, com destaque para a insegurança de sua exposição. Apesar das dificuldades, o cuidado foi mantido, pois a maioria dos responsáveis e a equipe de saúde do hospital encontraram uma forma intermediária de atuação sem exposição direta do paciente com doença crônica.

31 - Infecção pelo SARS-CoV-2 em crianças menores de 2 anos: série de casos

SARS-CoV-2 infection in children under 2 years: case series

Claudia Regina Cachulo Lopes; Gustavo Passafaro Guzzi; Samir Bernardo Ile Mcauchar e Silva; Lorena Fernanda Costa de Oliveira; Juliana Carvalho Alves; Marcelo Vaidotas Pinto; Leonardo Marques Moura Ribeiro; Elias El-Mafarjeh

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-384

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A atual pandemia do novo coronavírus trouxe novas preocupações de saúde pública, visto a rápida propagação ao redor do mundo e a variedade de manifestações clínicas. Nesse contexto, o quadro clínico do SARS-CoV-2 vem sendo amplamente estudado nas diversas faixas etárias. Em especial na população pediátrica, sabe-se que o quadro clínico tende a ser oligossintomático ou mesmo assintomático, dificultando o diagnóstico. Soma-se a isso o fato de que os sinais e sintomas fazem parte das queixas mais comuns no cenário pediátrico. Visando contribuir para o entendimento do espectro de apresentações clínicas do SARS-CoV-2 em crianças, o presente estudo se propõe a apresentar uma série de relatos de casos em lactentes com presença de quadros clínicos respiratórios e RT-PCR para COVID-19 positivo, destacando os sinais e sintomas predominantes, as alterações radiológicas, o manejo e desfecho clínico, correlacionando com as evidências científicas publicadas até o presente momento.

32 - Especial COVID-19 Pericardite aguda secundária à COVID-19 em recém-nascido: relato de caso

ACUTE PERICARDITIS SECONDARY TO COVID-19 IN NEWBORN: CASE REPORT

Hannah Fernandes Lapa; Carolina Gotardo Alencar; Carlos Tourinho Lapa Filho; Paulo José Melo Menezes; Alex Santos Santana; André Luís Moura Sotero; Roseane Lima Santos Porto

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-387

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OBJETIVOS: Descrever o caso de um recém-nascido portador da COVID-19 que evoluiu com pericardite aguda evidenciada por ecocardiograma. MÉTODOS: As informações contidas nessa descrição foram obtidas por meio de revisão de prontuário e entrevista com equipe médica. DISCUSSÃO: Em neonatos, a infecção pelo SARS-CoV-2 normalmente é assintomática ou se manifesta com sintomas leves. A pericardite aguda é uma patologia benigna e autolimitada quando não associada a derrame e constrição pericárdica. Sua principal etiologia na faixa pediátrica é viral e por ser pouco sintomática, uma das possibilidades é que o achado na COVID-19 seja subdiagnosticado. CONCLUSÃO: A pericardite aguda isolada associada à infecção pelo novo coronavírus é um distúrbio raro e sem relatos na população pediátrica. São necessários estudos que avaliem melhor a prevalência e desfechos cardiológicos nesse grupo.

33 - Especial COVID-19 Relato de caso: síndrome inflamatória multissistêmica associada à infecção pelo SARS-CoV-2 em pediatria

Case report: multisystem inflammatory syndrome associated with SARS-CoV-2 infection in pediatrics

Camilla Almeida Sampaio; Erika Rayane Souza Amorim; Genilda Barbosa de Almeida Sampaio; Wanessa Ferreira Vanderlei dos Anjos Bohrer; Camila Gomes Vasconcelos; Ilma Ferreira Oliveira; Ana Carolina Ruela Pires

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-391

Resumo PDF English PDF Português
INTRODUÇÃO: A síndrome inflamatória multissistêmica em pediatria é uma entidade de apresentação aguda e grave, cuja associação com infecção pelo vírus SARS-CoV-2 da COVID-19 que vem sendo interrogada. Para definição de caso dessa síndrome, foram determinados critérios publicados pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e World Health Organization (WHO). Uma das formas de apresentação dessa entidade é a doença de Kawasaki, seja na forma típica, atípica e/ou associada à choque tóxico. OBJETIVOS: Relatar caso de paciente soropositivo para SARS-CoV-2, que evoluiu com síndrome inflamatória multissistêmica, doença de Kawasaki-like. RELATO DE CASO: Pré-escolar, 4 anos, sexo masculino, chega à consulta pediátrica com histórico de febre há 12 horas sem outros sintomas associados, tendo sido infectado, previamente, pelo SARS-CoV-2. Ao exame físico, encontrava-se febril 38,3ºC, ativo, eupneico, com discreta hiperemia de orofaringe. Nas 24 horas subsequentes, houve persistência da febre e iniciado queixa de dor abdominal, tendo sido conduzido a um pronto atendimento pediátrico para investigação diagnóstica. Houve agravamento do quadro de dor e redução importante de atividade, com prostração, diminuição da aceitação alimentar e diurese. Após quatro dias do início da febre, evolui com sinais de descompensação cardíaca (choque), rebaixamento de fígado, taquicardia com presença de 3ª bulha, FC 186bpm, sendo conduzido à UTI pediátrica onde foi iniciada investigação laboratorial para síndrome inflamatória multissistêmica pós-COVID-19. CONCLUSÃO: Aprimorar os conhecimentos acerca das manifestações de infecção por COVID-19 em crianças e suas complicações é necessário, visto que se acredita que haja relação entre a síndrome inflamatória multissistêmica em crianças que foram infectadas pelo SARS-CoV-2.

34 - Especial COVID-19 COVID-19: relato de manifestações cardiovasculares na infância

COVID-19: report of cardiovascular manifestations in childhood

Dakeny da Vitória Souza; Luana Ferreira Martins; Mayra Lucchesi; Thaissa Nogueira Nogueira; Ana Leticia Souza; Cleo Bragança Cardoso Tammela,Albina Luciana da Silva Freitas; Valeria Rodrigues de Sá Figueiredo

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v710n3-370

Resumo PDF English PDF Português
Acreditava-se que a doença do coronavírus 2019 (COVID-19) pouco afetava a população pediátrica. Contudo, com o passar dos meses, ficou evidente que sua ocorrência ultrapassa a forma oligo ou assintomática na infância, fazendo parte de um vasto acometimento multissistêmico secundário à tempestade de citocinas inflamatórias, chamada síndrome inflamatória multissistêmica (MIS-C). Esta, por sua vez, inclui o envolvimento cardíaco, podendo levar à miocardite, pericardite e, até mesmo, alterações coronarianas. Descreveremos dois casos de crianças diagnosticadas com COVID-19, internadas na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP), com formas distintas de acometimento cardiovascular. Assim, mediante esta variedade de sinais e sintomas associado ao vírus, nosso objetivo é poder contribuir para o preenchimento das lacunas a respeito de suas manifestações clínicas e possíveis abordagens terapêuticas, visando uma atuação mais homogênea para agregar conhecimento aos futuros estudos.

35 - Especial COVID-19 Relato de caso de COVID-19 em lactente com síndrome de hipoventilação congênita central

Case report of COVID-19 in an infant with central congenital hypoventilation syndrome

Jéssica Neuenfeld Paniz; Valentina Coutinho Baldoto Gava Chakr

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-376

Resumo PDF English PDF Português
Relatar um caso de COVID-19 confirmada por PCR em uma lactente de 10 meses com síndrome de hipoventilação congênita central, portanto dependente de ventilação mecânica. O quadro se caracterizou por febre, sibilância, prostração, e episódios de hipoxemia associados a hipercapnia. Recebeu tratamento com oxigênio suplementar, além de antimicrobianos por infecção bacteriana sobreposta. A paciente evoluiu com melhora: suspensa suplementação de oxigênio no décimo terceiro dia de doença e retorno a parâmetros basais de ventilação mecânica. Apesar da doença de base, o desfecho foi favorável, recebendo alta 17 dias após início dos sintomas, com plano de terminar tratamento antimicrobiano a nível ambulatorial.

36 - Deficiência de vitamina B12 transitória de causa materna: relato de caso

Transient vitamin B12 deficiency of maternal cause: case report

Ludmila Aragão Feitosa; Danilo de Assis Pereira; Marianna Menezes Maia; Maria do Bom Sucesso Lacerda Fernandes Neta; Nahara Lima Jurema; Karine Couto Sarmento Teixeira

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-98

Resumo PDF Português
Vitamina B12 ou cianocobalamina é obtida da ingesta de alimentos de origem animal de forma restrita, especialmente leite, carne e ovos. Durante a gestação, o feto reserva vitamina B12 no fígado. Esta reserva é capaz de prover as necessidades dessa vitamina nos primeiros meses de vida. Nosso caso refere-se a uma lactente de 6 meses em aleitamento materno exclusivo, que iniciou quadro de perda dos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor, associado à hipotonia e anemia megaloblástica. Exames mostraram baixo nível sérico de vitamina B12 e valores aumentados de ácido metilmalônico e homocisteína. Realizada investigação materna, mesmo assintomática e sem relato de comorbidades. Paciente apresentou melhora progressiva com reposição de vitamina B12, que posteriormente foi suspensa, mantendo-se apenas com a dieta e com boa evolução.

37 - Ambiguidade genital em indivíduo 46,XY: relato de caso

Genital ambiguity in a 46,XY individual: case report

Jadi Colaço, Andressa Peche Tochetto; Amanda Milman Magdaleno; Carolina Perez Moreira; Tadiela Lodéa Rodrigues; Lionel Leitzke; Paulo de Jesus Hartmann Nader; Guilherme Guaragna Filho

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-104

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A ambiguidade genital faz parte dos distúrbios da diferenciação do sexo. Seu pronto reconhecimento e sua investigação etiológica precoce e precisa são fundamentais para seu manejo adequado. Descrevemos um paciente com genitália ambígua, nascido de parto cesariano devido à pré-eclâmpsia grave e oligodrâmnio com 34 semanas e 2 dias, 1505g, considerado pequeno para idade gestacional (PIG). Ao exame apresentava falus de 1.9cm, meato uretral penoescrotal e gônadas palpáveis bilateralmente. Na investigação, apresentou testosterona (T), androstenediona (A) e di-hidrotestosterona (DHT) normais; relações T/DHT de 9.7 (<10) e T/A de 7.4 (>0.8) e cariótipo 46,XY. Decidido pelo registro no sexo masculino. Realizado teste de estímulo com testosterona, apresentando aumento peniano de 1.5cm. A restrição do crescimento intrauterino é fator de risco considerável para ambiguidade genital em indivíduos 46,XY. Esta parece ser a etiologia nesse caso, visto sua avaliação hormonal e citogenética normais e a resposta ao estímulo com testosterona.

38 - Especial COVID-19 COVID-19 em binômio mãe-bebê: um relato de caso do Hospital Universitário do Maranhão

COVID-19 mother-infant binomial: a case report from the University Hospital of Maranhão

Raíssa Alves Bringel; Julieth Ferreira Sousa; Lorena Mariana de Araújo Martins Chidiak Reisi; Marynea Silva do-Vale

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2017.v10n3-395

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A síndrome respiratória aguda grave do novo coronavírus (SARS-CoV-2) surgiu na China no início de dezembro de 2019 e o vírus se espalhou rapidamente, causando uma pandemia global. O conhecimento adquirido com surtos anteriores de coronavírus humano sugere que as mulheres grávidas e seus fetos são particularmente susceptíveis a maus resultados. Até o momento, o conhecimento atual sobre a infecção por coronavírus (SARS-CoV-2) na síndrome respiratória aguda grave neonatal é limitado. Ainda não está estabelecido se a COVID-19 pode apresentar transmissão transplacentária ou vertical. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de um binômio mãe-bebê positivos para COVID-19, a fim discutir sobre a influência da infecção por SARS-CoV-2 na gravidez e nos desfechos neonatais, assim como analisar a provável existência de transmissão vertical.

39 - Acidemia metilmalônica em Pediatria: relato de caso

Methylmalonic acidemia in Pediatrics: case report

Catherine Klein Colombiano; Rafael Silva Sampaio; Antonio José de Albuquerque Pereira de Oliveira Filho; Rachel Almeida dos Santos; Gustavo Carreiro Pinasco; Katia Valéria Manhabusque; Vinicius Araújo Santos;

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-6 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-101

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Acidemia metilmalônica foi descrita pela primeira vez em 1967 e provém de uma doença autossômica recessiva originária de distúrbio do metabolismo do propionato. Apesar de rara, é um dos mais frequentes erros inatos do metabolismo dos ácidos orgânicos. A doença pode se manifestar nos primeiros dias de vida ou ter início tardio na infância. A terapia se baseia em restrição proteica e complementação com carnitina. O presente estudo relata um caso de lactente que foi atendido no pronto-socorro do hospital com quadro de vômitos, desidratação, febre, adinamia, hiporexia, hipotonia, hiporresponsividade e atraso do desenvolvimento. Foi iniciada investigação para acidemia metilmalônica e confirmou-se o diagnóstico através de exames laboratoriais. Logo, demonstra-se a importância da existência de estudos e investigação de doenças genéticas raras para que profissionais médicos se atualizem, façam o diagnóstico e busquem o tratamento precoce de tais pacientes.

40 - Enteropatia como manifestação de alergia alimentar

Enteropathy as a manifestation of food allergy

Aline Lima Ribeiro; Ana Luiza Moura Ceia; Silvio da Rocha Carvalho; Raquel Priscila Cardoso Sudré; Alessandra Martins Secco; Mariana Brandão Grecco; José César da Fonseca Junqueira

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-79

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A alergia alimentar vem aumentando a incidência, principalmente entre crianças. Considera-se o leite de vaca como o alimento mais frequentemente relacionado a esta entidade nos lactentes de baixa idade. Tipos distintos de mecanismos fisiopatológicos estão envolvidos nessas reações, ocorrendo ou não a mediação por IgE. O caso relatado tem apresentação precoce, com características clínicas de enteropatia - diarreia protraída e importante influência no estado nutricional - e marcante recuperação com a dieta de exclusão.

41 - Atresia de esôfago e obstrução duodenal: relato de dois casos

Esophagus atresia and duodenal obstruction: report of two cases

Júlio Onofre de Oliveira Tavares; Mauro Roberto Basso; Andrea Morgato Mello Miyasaki; Ricardo Silva Parreira; Heloisa de Carvalho Mota Menezes

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-94

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A atresia de esôfago, com ou sem fístula traqueoesofágica, e as obstruções duodenais congênitas são alterações relativamente frequentes do tubo digestivo em cirurgia pediátrica. A combinação de ambas, embora descrita na literatura, é incomum. Supõe-se que o diagnóstico precoce com exames de imagem e a programação cirúrgica combinada, embora ainda indefinida, pode reduzir a mortalidade dessas crianças. Relata-se os casos de dois recémnascidos com atresia de esôfago e obstrução duodenal congênita, interessando o diagnóstico, tratamento cirúrgico e a evolução clínica.

42 - Febre maculosa: relato de caso

Spotted fever: case report

Thais Meneses Wyatt; Manoella Garcia Carrera; Thaís Simões Lacerda; Janinne Fachetti Rocha; Bárbara Freitas Pinto; Danielle Andrade Jaretta; Gabriela Franco Fabres; Racire Sampaio Silva

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-3 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-82

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A febre maculosa é uma zoonose emergente grave causada pela bactéria Rickettsia e transmitida por carrapatos, esta pode ser fatal se não for diagnosticada e tratada no início dos sintomas clínicos. Segue o relato de caso de um paciente pediátrico, residente de área rural do interior do Espírito Santo, Brasil, com febre Maculosa que apresentou evolução desfavorável. O diagnóstico foi confirmado através da técnica de imunofluorescência indireta após o óbito. Considerando a alta letalidade e a prevalência da doença nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, deve-se pensar nesse diagnóstico diferencial na presença de sintomatologia e epidemiologia sugestivas desse agravo, visando reduzir a morbimortalidade da população acometida.

43 - Doença de Fahr: relato de caso na adolescência

Fahr’s syndrome in adolescence: a case report

Karla Souza da Costa; Jamson Barreto Nunes Junior; Guilherme Truppa Giunzioni; Maria de Fatima Valente Rizzo; Gabriela Paladini

Resid Pediatr. 2020;10(3):1-4 DOI: 10.25060/residpediatr-2020.v10n3-49

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Apresenta-se aqui um caso da doença de Fahr na faixa etária pediátrica. A doença de Fahr é uma doença neurológica, degenerativa e rara, sobretudo na faixa etária em questão. Diferencia-se da síndrome de Fahr, a qual se associa a patologias infecciosas, tais como infecção pelo vírus da imunodeficiência humana e causas metabólicas, como por exemplo o hipoparatireoidismo. Em contrapartida a doença de Fahr apresenta causa idiopática ou familiar e relaciona-se a sintomas neuropsíquicos. Contudo, a diferenciação desses termos ainda é pouco estabelecida na literatura. Possui prevalência desconhecida e acomete indivíduos de ambos os sexos, em qualquer faixa etária, estando os indivíduos a partir da 4ª década mais propensos a desenvolvê-la. Possui etiologia poligênica sendo autossômica dominante, caracterizando-se por depósitos anormais de minerais, incluindo principalmente cálcio e fosfato nos gânglios da base. Apresenta manifestações extrapiramidais, psiquiátricas e epilépticas. Trata-se de doença incurável, com evolução progressiva e irreversível. Devido ao envolvimento do sistema nervoso central, o prognóstico é reservado e eventualmente fatal. O paciente em questão era MF, 15 anos de idade, sexo masculino, com quadro de cefaleia holocraniana intensa e crise convulsiva com achados de calcificações nos gânglios da base bilateralmente na tomografia de crânio.
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